São Paulo, quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

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Wada faz turnê para defender nova regra

Processo para testes antidoping obriga atletas a divulgarem seus paradeiros

Agência diz que medida é vital para combater o uso de substâncias proibidas; competidores questionam violação de privacidade


DA REPORTAGEM LOCAL

O presidente da Agência Mundial Antidoping (Wada) iniciou ontem a nova cruzada na luta contra o uso de substâncias proibidas. O oponente desta vez, porém, não é uma droga inovadora nem um novo esquema secreto de dopagem. John Fahey enfrenta resistência dos atletas e questionamentos sobre a privacidade deles.
O dirigente participou ontem do primeiro encontro do tour que fará pela Europa para explicar os novos procedimentos para testes fora de competição.
Pelas novas regras, os atletas precisam informar seu paradeiro diário às autoridades de controle de doping.
Vários atletas importantes, como os tenistas Rafael Nadal e Serena Williams e o jogador de futebol Michael Ballack, manifestaram-se contra a decisão. Na Bélgica, 65 competidores abriram processo contra a regra com base na convenção europeia de direitos humanos.
"Certamente essa é a melhor maneira de monitorar. Se houver deficiências, revisaremos para o próximo ano. Nós já lemos várias reclamações sobre as regras, mas ninguém nos apresentou nada diretamente", afirmou o presidente da Wada.
O novo controle fora de competição exige que os atletas informem à agência onde estarão por pelo menos uma hora do dia (entre 6h e 23h) pelos três meses seguintes. Se mudarem os planos, têm de avisar. Um competidor que perde três testes surpresa é punido como se tivesse sido flagrado por uso de substâncias proibidas.
"Eu pergunto por que não colocam logo um GPS na nossa pele, assim poderão ver onde estamos", questionou a esquiadora Lindsey Vonn, dos EUA.
A Wada defende o monitoramento e diz que os exames fora do calendário de provas têm maior potencial de flagrar casos de uso de doping.
"Está claro que precisamos de testes fora de competição porque é nesses momentos que os atletas se dopam", disse David Howman, diretor da Wada.
A Agência Mundial Antidoping também negou pedidos da Fifa e da Uefa para o relaxamento dos testes surpresa durante períodos de folga dos jogadores de futebol.
Segundo Fahey, a abertura desse tipo de exceção prejudicaria os controles antidoping e daria tempo de esportistas iniciarem impunemente um processo de dopagem.


Com agências internacionais


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