São Paulo, sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

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MOTOR

FÁBIO SEIXAS - fabioseixas.folha@uol.com.br

Crise aqui dentro, reflexo lá fora

KANAAN PERDEU a vaga na Indy pois a equipe que o havia anunciado com pompa e circunstância no fim de 2010 não conseguiu fechar o orçamento para 2011.
O valor para colocar um carro na pista por toda uma temporada da Indy, US$ 3 milhões. Bastante dinheiro, claro, mas não parece nenhum assombro, nenhuma meta impossível para um dos melhores pilotos da categoria, campeão em 2004, buscar no mercado.
Bruno não conseguiu a vaga na Lotus Renault porque lhe falta experiência para ser primeiro piloto de uma equipe deste porte.
Por aqui, até os mais fanáticos entenderam. Desta vez não houve levantes nacionalistas, acusações de o mundo se voltar contra um brasileirinho.
Mas choca constatar que o herdeiro do sobrenome mais apelativo do automobilismo mundial não tenha conseguido levantar verba com patrocinadores para garantir vaga de titular numa equipe média/pequena.
Um indiano conseguiu. Um venezuelano conseguiu. Um belga conseguiu. Um mexicano conseguiu. Um russo conseguiu.
Um Senna não.
A torneira fechou. Pelo menos para investimentos mais pesados, para voos mais altos. Há dois motivos para isso. O primeiro é bem fácil de contabilizar.
Por que colocar US$ 3 milhões num piloto que vai correr na Indy, em provas às vezes só exibidas por canal fechado ou em VT, se com metade desta verba você patrocina uma baciada de carros na Stock, mostrada pela Globo? Por que preferir um piloto que, no fundo do pelotão, mal vai aparecer nas imagens geradas pela FOM?
O segundo é intangível: o fim do encanto. A ficha caiu. Não, o Brasil não é uma usina inesgotável de campeões, o segredo não está na água. O automobilismo brasileiro só foi forte lá fora quando era forte aqui dentro. E hoje é uma piada.
Convenhamos, até que a ilusão durou.

STOCK CAR
VERGONHA
E então a Stock resolve fazer uma sessão de testes num "autódromo" sem as menores condições de segurança, Piracicaba. Daí que Xandinho Negrão passa direto numa reta, acerta um barranco, voa por cima de um alambrado (!) e vai parar no mato. Fraturas na clavícula e na mão. E ficou barato. Essa é nossa maior categoria.

MOTOGP
NA MALÁSIA
Com mais de 60 C no asfalto, a categoria testou nesta semana em Sepang e, nos três dias, o domínio foi da Honda, com destaque para Stoner. Após penar na Ducati, o australiano deve ser o homem mais feliz do mundo. Rossi, que passou mal na quarta-feira, foi figurante. O campeonato começa em 20 de março, no Qatar.


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