São Paulo, domingo, 25 de março de 2007

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Dunga muda tudo na seleção, e Brasil goleia

Da roupa do técnico às camisas dos atletas, equipe adota novo estilo na Suécia Com quatro jogadores ofensivos e um só volante de marcação, a equipe brasileira foi ao ataque sem enfraquecer a defesa

PAULO COBOS
ENVIADO ESPECIAL A GOTEMBURGO

A roupa de Dunga, o número da camisa dos jogadores, o esquema tático e gols de Ronaldinho. Ontem, na vitória sobre o Chile, em Gotemburgo, por 4 a 0, tudo foi diferente, em relação aos últimos tempos, para a seleção brasileira.
A começar pelo futebol. Com quatro jogadores ofensivos e um só volante de marcação, o time foi ao ataque sem enfraquecer a defesa -os chilenos não exigiram nenhuma intervenção de Júlio César digna de nota em todo o primeiro tempo
Foi a vitória mais dilatada (ao lado do triunfo sobre um combinado do Kuait) das seis do time sob o comando de Dunga, que viu tudo isso vestindo uma sóbria calça bege e camisa azul, e ainda assim encobertos pelo agasalho da seleção. Bem diferente da extravagante camisa da derrota para Portugal, motivo de chacota nas imprensas européia e sul-americana.
Em campo, Kaká, 22 no Milan, envergou desta vez a camisa 10. Robinho, 10 no Real Madrid, usou a 11. Ronaldinho, também o 10 do Barcelona, vestiu a sete contra os chilenos.
O que não mudou foi a falta crônica de segurança dos jogos do Brasil na Europa, o que irrita Dunga cada vez mais.
Mesmo com um vigilante a cada três metros ao redor do gramado, os suecos não conseguiram evitar, já no final do jogo, uma série de invasões. Os jogadores deixaram o campo ao mesmo tempo em que os invasores eram imobilizados.
No jogo, o novo quadrado ofensivo teve ajuda decisiva de Daniel Alves. Em parceria com Kaká, o lateral-direito do Sevilla participou da maioria dos ataques brasileiros na primeira etapa. Mas foi em um lance de bola parada -uma cobrança de pênalti executada por Ronaldinho-, que o Brasil abriu o placar, aos 16min.
O gol acabou com um jejum de 14 jogos sem gols de Ronaldinho pela seleção -o último havia sido em junho de 2005, contra a Argentina, na final da Copa das Confederações.
""O bom é que a equipe tá jogando bem. Voltei a jogar com a 7. O número é o de menos, o importante é jogar bem", disse Ronaldinho, que atuou pelo mesmo lado esquerdo em que brilha no Barcelona, à TV, na saída para o intervalo.
Aos 31min, após cruzamento de Daniel Alves, Kaká bateu de primeira e fez o segundo.
O milanista segue como principal artilheiro da era Dunga, agora com cinco gols.
O treinador foi para o vestiário dizendo que o Brasil não poderia perder a disputa no meio-campo, e ele resolveu agir rápido para isso acontecer.
Mineiro entrou no segundo tempo na vaga de Elano.
Mais ousado foi Nelson Acosta, o técnico chileno.
Ele colocou o palmeirense Valdivia em campo e trocou um zagueiro, Von Schwedler, pelo atacante Navia.
Mas ""El Mago", que na Suécia esteve longe de ter o mesmo cartaz que ostenta hoje no Palmeiras, viu a situação da sua equipe ficar ainda mais deteriorada aos 4min, quando Ronaldinho fez o terceiro brasileiro em cobrança de falta.
Se já era presa fácil quando estava retrancado, o time chileno ficou escancarado quando resolveu atacar.
E levou o quarto aos 15min, em gol de Juan.
Nos 15 minutos finais, Dunga, que em praticamente todo o segundo tempo trocou o estilo agitado por uma postura quase imóvel no banco, começou a fazer várias substituições, e o Brasil diminuiu seu ritmo.
Kaká, novamente o melhor em campo, foi aplaudido de pé quando deixou o gramado para dar lugar a Diego.
A seleção brasileira volta a campo já na terça-feira, em Estocolmo, quando encerra sua mini-excursão pelos gramados suecos enfrentando Gana, adversário de quem ganhou na última Copa do Mundo.


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