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Dunga muda tudo na seleção, e Brasil goleia
Da roupa do técnico às camisas dos atletas, equipe adota novo estilo na Suécia
Com quatro jogadores ofensivos e um só volante de marcação, a equipe
brasileira foi ao ataque
sem enfraquecer a defesa
PAULO COBOS
ENVIADO ESPECIAL A GOTEMBURGO
A roupa de Dunga, o número
da camisa dos jogadores, o esquema tático e gols de Ronaldinho. Ontem, na vitória sobre o
Chile, em Gotemburgo, por 4 a
0, tudo foi diferente, em relação
aos últimos tempos, para a seleção brasileira.
A começar pelo futebol. Com
quatro jogadores ofensivos e
um só volante de marcação, o
time foi ao ataque sem enfraquecer a defesa -os chilenos
não exigiram nenhuma intervenção de Júlio César digna de
nota em todo o primeiro tempo
Foi a vitória mais dilatada (ao
lado do triunfo sobre um combinado do Kuait) das seis do time sob o comando de Dunga,
que viu tudo isso vestindo uma
sóbria calça bege e camisa azul,
e ainda assim encobertos pelo
agasalho da seleção. Bem diferente da extravagante camisa
da derrota para Portugal, motivo de chacota nas imprensas
européia e sul-americana.
Em campo, Kaká, 22 no Milan, envergou desta vez a camisa 10. Robinho, 10 no Real Madrid, usou a 11. Ronaldinho,
também o 10 do Barcelona, vestiu a sete contra os chilenos.
O que não mudou foi a falta
crônica de segurança dos jogos
do Brasil na Europa, o que irrita
Dunga cada vez mais.
Mesmo com um vigilante a
cada três metros ao redor do
gramado, os suecos não conseguiram evitar, já no final do jogo, uma série de invasões. Os
jogadores deixaram o campo ao
mesmo tempo em que os invasores eram imobilizados.
No jogo, o novo quadrado
ofensivo teve ajuda decisiva de
Daniel Alves. Em parceria com
Kaká, o lateral-direito do Sevilla participou da maioria dos
ataques brasileiros na primeira
etapa. Mas foi em um lance de
bola parada -uma cobrança de
pênalti executada por Ronaldinho-, que o Brasil abriu o placar, aos 16min.
O gol acabou com um jejum
de 14 jogos sem gols de Ronaldinho pela seleção -o último
havia sido em junho de 2005,
contra a Argentina, na final da
Copa das Confederações.
""O bom é que a equipe tá jogando bem. Voltei a jogar com a
7. O número é o de menos, o importante é jogar bem", disse
Ronaldinho, que atuou pelo
mesmo lado esquerdo em que
brilha no Barcelona, à TV, na
saída para o intervalo.
Aos 31min, após cruzamento
de Daniel Alves, Kaká bateu de
primeira e fez o segundo.
O milanista segue como principal artilheiro da era Dunga,
agora com cinco gols.
O treinador foi para o vestiário dizendo que o Brasil não poderia perder a disputa no meio-campo, e ele resolveu agir rápido para isso acontecer.
Mineiro entrou no segundo
tempo na vaga de Elano.
Mais ousado foi Nelson Acosta, o técnico chileno.
Ele colocou o palmeirense
Valdivia em campo e trocou um
zagueiro, Von Schwedler, pelo
atacante Navia.
Mas ""El Mago", que na Suécia esteve longe de ter o mesmo
cartaz que ostenta hoje no Palmeiras, viu a situação da sua
equipe ficar ainda mais deteriorada aos 4min, quando Ronaldinho fez o terceiro brasileiro em cobrança de falta.
Se já era presa fácil quando
estava retrancado, o time chileno ficou escancarado quando
resolveu atacar.
E levou o quarto aos 15min,
em gol de Juan.
Nos 15 minutos finais, Dunga, que em praticamente todo o
segundo tempo trocou o estilo
agitado por uma postura quase
imóvel no banco, começou a fazer várias substituições, e o
Brasil diminuiu seu ritmo.
Kaká, novamente o melhor
em campo, foi aplaudido de pé
quando deixou o gramado para
dar lugar a Diego.
A seleção brasileira volta a
campo já na terça-feira, em Estocolmo, quando encerra sua
mini-excursão pelos gramados
suecos enfrentando Gana, adversário de quem ganhou na última Copa do Mundo.
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