Treinador, que considerou escapar do rebaixamento do Brasileiro-06 uma "conquista", vive situação igual em 2007

Time, que hoje pega Barueri em casa, busca manter sua arrancada no Paulista e, desta vez, não se contentar só com zona da pasmaceira

EDUARDO ARRUDA
DA REPORTAGEM LOCAL

Quando Emerson Leão prometeu que tudo seria diferente, não poderia estar mais igual. Impossível não comparar a reação deste ano, no Paulista, com a do Brasileiro, no ano passado.
Mas, caso o time tropece hoje, diante do Barueri, no Pacaembu, pode conseguir um "bicampeonato" para o técnico.
Explica-se: em 2006, quando o time se livrou do rebaixamento no Nacional e ainda tinha chances de alcançar a Libertadores, Leão decretou: "É difícil você avaliar uma conquista, mas os resultados simbolizam uma conquista particular", bradou o técnico do clube de segunda maior torcida no Brasil e tetracampeão brasileiro.
A leitura do técnico levava em conta o fato de ter tirado o time do último lugar e tê-lo alçado ao 12º lugar do Brasileiro, a quatro rodadas do fim e com seqüência de cinco vitórias.
Pois Leão prometeu um 2007 diferente. Três meses se passaram, o Corinthians derrapou no Paulista-2007 e agora, a cinco jornadas do final da fase de classificação, tenta chegar às semifinais do campeonato.
Iniciou a rodada como sétimo colocado, a dois pontos da zona de classificação. Hoje, a situação é mais fácil em relação à vivida no Brasileiro, mas o discurso do treinador é o mesmo.
Leão exalta a superação do time e tira, do maior vencedor de títulos paulistas, a responsabilidade de disputar a taça.
"Não deixem o Corinthians chegar", tem repetido, como se não fosse obrigação dele levar o clube pelo menos a lutar pelo título do campeonato, afirmam os cartolas do clube.
"Se chegar, muda o psicológico, o foco, a circunstância. Da mesma forma que o Corinthians pensará em encará-los, Santos e São Paulo também têm de pensar que vão encarar o nosso time. É de igual para igual, com respeito", explicou.
O treinador diz estar "orgulhoso" com o empenho de seus atletas e admite um futebol tecnicamente ruim. Mas, para tentar motivar seus comandados, cita a conquista do Brasileiro de 2002, com o Santos, na última rodada da fase classificatória para os mata-matas.
"Nós nos classificamos em oitavo lugar e ganhamos o que precisávamos na fase final", relembra o treinador.
Leão tornou oficial ontem o retorno do goleiro Jean ao time titular em lugar de Marcelo.
Anteontem, o técnico havia utilizado os dois goleiros em cada tempo do treino e fez mistério sobre quem seria o titular contra o Barueri. "O Jean era o titular quando se machucou [lesionou o ombro]. Como o tempo de ausência foi curto, ele volta." A decisão, no entanto, surpreendeu o próprio Jean, que após o treino de sexta-feira já admitia estar no banco.
Apesar de otimista com a classificação, Leão deu mostras de que não pretende arriscar. Mesmo em casa, deve manter o 3-5-2. Com isso, o volante Daniel atuará improvisado na defesa com Betão e Gustavo.
O treinador, que ontem voltou a se desentender com a imprensa e se recusou a dar entrevista para a TV Record, ainda testou uma formação com três atacantes. Nesse caso, Daniel sairia para a entrada de Jean ao lado de Wilson e Amoroso.


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