São Paulo, terça-feira, 25 de março de 2008

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Natação quer todos de traje high-tech

Federação investigará maiô, mas diz que prioridade é garantir acesso a ele; holandesa se torna a mais rápida do mundo

Com a vestimenta, Marleen Veldhuis supera recorde dos 50 m livre no Europeu; sem a peça, italiana crava melhor tempo dos 400 m livre

DA REPORTAGEM LOCAL

O Europeu de natação assistiu ontem a mais duas quebras de recordes mundiais. Uma mulher superou a marcas dos 50 m livre; outra, a dos 400 m livre. Apenas a primeira usava o traje tecnológico que levantou polêmica nas piscinas.
O feito solitário da italiana Federica Pellegrini, porém, não foi suficiente para aplacar as dúvidas sobre o maiô que vestiu os nadadores de 12 dos 13 recordes já superados neste ano.
Seguindo a toada de Alain Bernard, agora recordista dos 50 m e 100 m livre, a holandesa Marleen Veldhuis, 28, tornou-se ontem a mulher mais rápida da natação ao cravar 24s09.
A marca anterior dos 50 m livre era 24s13, de sua compatriota Inge de Bruijn, obtida em na Olimpíada de Sydney-2000.
"Agora sou a mulher mais rápida na água [tem também o recorde em piscina curta]. É fantástico competir em casa com essa torcida", disse Marleen ao engrossar a estatística de feitos obtidos com o LZR Racer.
A federação internacional da modalidade, que fará reunião em abril com a Speedo, fabricante da vestimenta, elegeu nova prioridade: garantir que todos os atletas tenham acesso aos trajes após o lançamento.
"É a prioridade número um. Isso é uma obrigação dos fabricantes e já está na regra", afirmou ontem Cornel Marculescu, diretor executivo da Fina.
O dirigente disse que serão discutidos dois pontos principais com a Speedo, o material usado na confecção do traje e sua disponibilidade.
O site especializado em natação www.swimnews.com afirmou ter recebido e-mail de um nadador "top 10" que tentou comprar o LZR Racer. Foi informado de que talvez pudesse consegui-lo até junho. Sua seletiva olímpica é em abril.
Técnicos e dirigentes procuraram a Fina para pedir novo processo de avaliação dos maiôs -o da Speedo foi aprovado. "Há reclamações de que o traje é como o de triatlo. Há questões sobre a flutuabilidade. Temos de rever isso, mas não há testes que digam que um maiô melhore a performance", afirmou Marculescu.
Sem o polêmico traje, Federica Pellegrini superou ontem a marca da campeã olímpica e mundial Laure Manaudou nos 400 m livre, com 4min01s53. "Eu queria desesperadamente o ouro, mas não imaginava que seria com esse tempo."
Manaudou não viu a quebra -já havia deixado Eindhoven para se preparar para a seletiva olímpica francesa. Seu compatriota Alain Bernard não voltou a superar o recorde, mas com 21s66 venceu os 50 m livre. Em três dias, o atleta quebrou três recordes dentro do LZR Racer.


Com agências internacionais

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