São Paulo, quinta-feira, 25 de março de 2010

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desabafo

"Desse jeito não vai", diz Belluzzo

Presidente do Palmeiras afirma estar preocupado com rumo do time após empate com o Rio Branco

Cesar Greco/Fotoarena/Folhapress
Lincoln (dir.) tenta proteger a bola no empate do Palmeiras

Rio Branco 2
Palmeiras 2


RENAN CACIOLI
DA REPORTAGEM LOCAL

Dar adeus ao Paulista já era algo esperado no Palmeiras. Mas pior do que ficar fora das semifinais é não saber qual rumo tomar daqui em diante.
Ontem, logo depois do empate contra o Rio Branco, que iniciara a rodada na última colocação do campeonato, o presidente palmeirense, Luiz Gonzaga Belluzzo, desabafou.
"Não sei o que está acontecendo. Desse jeito, o Palmeiras não vai a lugar nenhum", disse, em contato com a Folha.
"Infelizmente, o time foi muito mal hoje [ontem]. No segundo tempo, teve 45 minutos pra fazer gol no Rio Branco e não conseguiu", disse Belluzzo.
Indagado se o problema maior do time era falta de qualidade ou de confiança, o dirigente creditou ao fator psicológico a razão principal do fracasso do grupo na temporada.
"O time está muito inseguro. É incrível, não consegue armar, perde muitos gols. No primeiro tempo, perdeu uns dois gols feitos", reclamou Belluzzo.
O presidente do Palmeiras afirmou que a equipe terá de jogar as partidas que lhe restam no Estadual (Mirassol, Oeste e Paulista) com dignidade, mas que as fichas serão depositadas na Copa do Brasil.
No torneio nacional, o time está próximo de passar para a terceira fase. Venceu o Paysandu, em Belém, por 2 a 1, e poderá até perder por 1 a 0 na quarta que vem, no Parque Antarctica, que garantirá sua classificação.
Mesmo assim, Belluzzo não escondeu sua apreensão. "Estou preocupado. Preciso conversar com o departamento de futebol. Talvez seja o caso de fazer uma tentativa com os jogadores mais jovens", falou o cartola, que citou a estreia do atacante Vinícius, 16, ontem.
Nem o garoto, porém, conseguiu tirar o time do marasmo durante todo o segundo tempo.
Para piorar as coisas, o Palmeiras atuou os 12 minutos finais da partida sem um jogador. Lenny torceu o joelho direito e foi para o banco de reservas chorando. Ele havia substituído outro lesionado, Ewerthon, que imediatamente após sair colocou uma bolsa de gelo na coxa esquerda.
Tudo deu errado. Após abrir o placar, aos 18min, o time se desconcentrou e, cinco minutos depois, já havia sofrido a virada da equipe com o pior ataque da competição até então.
Ewerthon empatou, e Eduardo quase pôs o Palmeiras na frente mais uma vez aos 44min, quando acertou a trave.
A lesão de Ewerthon, no início da etapa final, desestruturou o time de Antônio Carlos. Faltava, acima de tudo, tranquilidade, sensação que tem passado cada dia mais longe.
Na semana em que o capitão do time, Marcos, abandonou um simples treino de oito contra oito por ter se irritado com erros de posicionamento, o zagueiro Danilo sintetizou a quantas andam os nervos do elenco. "Já era o Paulistão?", perguntou um repórter depois do empate de ontem. "Já era faz tempo!", disse o defensor.


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