São Paulo, quinta-feira, 25 de março de 2010

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Engenhão, 3, já convive com "problemas graves"

Estádio, construído por R$ 380 milhões, tem falhas relevantes na estrutura

Construída para o Pan-2007, e também nos planos para a Olimpíada do Rio-2016, arena precisa de macacos hidráulicos nas fundações

SÉRGIO RANGEL
DA SUCURSAL DO RIO

Menos de três anos após ter sido inaugurado, o Estádio Olímpico João Havelange, o Engenhão, apresenta ""problemas estruturais graves".
A avaliação consta num relatório enviado ao prefeito do Rio, Eduardo Paes, pelo Botafogo, que arrendou o estádio logo após o final do Pan de 2007.
A arena consumiu cerca de R$ 380 milhões dos cofres municipais e será o palco do atletismo na Olimpíada de 2016.
""Diante dos fatos convoquei uma reunião com o clube e as construtoras para definir as responsabilidades sobre o problema", disse o prefeito do Rio, que não deu muitos detalhes sobre as falhas ""estruturais".
Ele apenas comentou dois ""problemas". Segundo o prefeito, o Botafogo citou ""o encontro de lajes" de sustentação da estrutura. E o Consórcio Engenhão (OAS/Odebrecht) recomendou ao prefeito, em ""relatório ainda extraoficial", a colocação de macacos hidráulicos nas fundações da arena.
A partir do segundo semestre, o Engenhão será o principal estádio do Rio. Com o Maracanã fechado para reforma, que deve demorar dois anos e meio, o estádio vai abrigar a maioria dos jogos dos grandes até 2013.
Projetado como uma arena "inteligente", o Engenhão tem tecnologia semelhante à dos estádios da Copa da Alemanha.
Localizado no Engenho de Dentro, a arena tem telões com capacidade para transmitir o jogo ao vivo, sistema de iluminação que não produz sombra no gramado e uma cobertura que virou marco arquitetônico. Foi projetado ter os 45 mil lugares cobertos. Em 2003, a prefeitura informou que o estádio custaria R$ 60 milhões.
Assessor da presidência do Crea-RJ (Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura do Rio de Janeiro), Abílio Borges disse que constatou ""problemas pontuais de corrosão na estrutura" na visita que realizou em novembro passado.
""Vou olhar com muito carinho os problemas do Engenhão, mas quero esclarecer que não é uma situação de pânico. A situação é perfeitamente administrável", afirmou o prefeito.
O Consórcio Engenhão (OAS/Odebrecht) informou que "todas as responsabilidades observadas em cláusulas contratuais sempre foram cumpridas". O consórcio não quis comentar o motivo de ter recomendado a colocação de macacos hidráulicos, mas confirmou representante na reunião de amanhã com o prefeito.
O presidente do Botafogo, Maurício Assumpção, minimizou os problemas da arena.


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