MAURÍCIO EIRÓS
FREE-LANCE PARA A AGÊNCIA FOLHA, EM SANTOS

Com alguns atletas postos sob pressão pelo técnico Emerson Leão, o Santos pega hoje o Botafogo, às 18h, em sua primeira partida em casa no Brasileiro-2004.
O time busca sua primeira vitória -na quarta, caiu diante do Paraná, em Curitiba, na estréia.
Na preparação para o jogo, Leão deixou escapar sua desconfiança em relação aos atletas que estão para deixar o clube -já teriam acertado transferências para a Europa após a Taça Libertadores.
Isso na esteira de um assunto que ainda perturba o grupo santista: a saída, sem explicações convincentes e sem a anuência do próprio Leão, do goleiro Doni e do atacante Robson.
O treinador do Santos declarou que, caso seja detectado que algum jogador não esteja mais ligado ao grupo, ele prefere ver o atleta fora. "Aquele que estiver nessa situação tem toda a liberdade de pedir rescisão de contrato. Aqui nós precisamos de unidade. O dia em que eu perceber que essa unidade foi quebrada, o atleta será convidado a se retirar."
Os zagueiros Alex e Alcides, segundo diz Leão, já acertaram suas saídas para o PSV, da Holanda, e o Benfica, de Portugal, respectivamente. O volante Paulo Almeida, hoje na reserva, também deve seguir para o clube de Lisboa.
O lateral-esquerdo Léo procurou minimizar a questão. Disse que o grupo está unido e deposita confiança em Leão, que novamente vive rumores de queda.
"Pode até parecer que não esteja tão fechado, mas o grupo está unido, e temos muito respeito pelo Leão", disse ele, ressaltando que todos os demais atletas ficaram tristes pelas saídas de Doni e Robson, mas que a decisão da diretoria teve de ser respeitada.
"O presidente [Marcelo Teixeira] sempre tem total comando sobre a equipe. Nós acatamos qualquer coisa e vamos continuar trabalhando para que o Santos siga como um clube grande."
Léo disse ainda que só ficou sabendo do afastamento dos companheiros em uma concentração. "Foi um susto. Mas já aconteceu há algum tempo." Doni e Robson foram dispensados na véspera do jogo com o Jorge Wilstermann, no dia 14, pela Libertadores.
O Botafogo, goleado pelo Goiás em sua volta à elite, joga para definir o futuro de Levir Culpi, que chegou a condicionar a sua permanência à chegada de reforços, mas recuou a pedido do presidente Bebeto de Freitas.
"Não resolve trocar o Antônio ou o Manoel, porque os joaquins continuam", disse Bebeto.
Os problemas financeiros fizeram com que o clube carioca não pagasse a premiação pela volta à Série A do Brasileiro e 30% dos salários do mês de março.