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XICO SÁ
Desde 1900 e antigamente
Com o devido respeito à massa verde, a Macaca irá reunir a maior corrente de secadores do universo
AMIGO TORCEDOR, amigo secador, nunca na história ludopédica deste país tanta gente
reunida é Ponte Preta desde criança,
desde sempre, desde 1900, ano em
que a Macaca, abençoada por Darwin e pelos deuses do terreiro, veio
ao mundo para ser o time mais charmoso e evoluído da face da terra.
O charme do futebol, aliás, é sobretudo alvinegro: vide Santos e Botafogo, os dois esquadrões mais elegantes de todas as galáxias.
Foi alvinegro sai bem na foto, mire-se nos exemplos de São Cristóvão, o São Cri-Cri, Treze de Campina Grande, Central de Caruaru, ASA
de Arapiraca, Figueira, XV de Piracicaba, Rio Negro, bravo galo amazonense, um dos mais antigos clubes
do país, fundado 13 anos depois da
Ponte e cinco depois do Atlético Mineiro, outro preto e branco de altíssima classe. Sem falar no Corinthians, que não carece de polimento
do cronista... Sem tocar no Corinthians Alagoano, o grande azarão,
troféu corvo Edgar do ano até agora.
Pasme, amigo, o homônimo da terra
do Zagallo e do Aurélio, o homem do
dicionário, é tricolor: sim, tem vermelho. Ah, só um detalhe, o que conta é a origem do batismo e o sururu
que tem feito na área.
O que vale é a Macaca, versão superfêmea do King Kong que vai destruir o Incrível Hulk . Com o devido
respeito, data vênia, à massa verde,
mas será a maior corrente de secadores do universo. São-paulinos, corintianos, santistas, uni-vos. Torcida do Come-Fogo, vale um pacto no
Pingüim pela causa, vamos lá amigo
do Norusca e da Ferroviária, porque
em Marília a musa Alessandra Berriel, a maior das divas nacionais nas
passarelas, já comanda o coreto.
O time do gênio Dicá, só comparável a Pelé e Ademir da Guia na aldeia
paulista, fará tremer o Majestoso e
combater o bom-combate no Palestra, porque não há gás que paralise a
rapaziada guerreira de Sérgio Guedes. Sim, Dicá, meia talentoso, considerado o melhor da Ponte de todos
os tempos, merece esse título. É,
amigo, um espectro ronda o futebol
paulista, o espectro chamado Ponte
Preta, personagem de Renato Pompeu, o maior ponte-pretano de todos
os tempos, Dicá das palavras, autor
de "A Saída do Primeiro Tempo"
(editora Alfa Ômega), grande romance universal brasileiro.
Que vença a Macaca, mas o bom é
testemunhar de perto uma verdade
cristalina e incontestável: por mais
que os jecas globalizados insistam,
as pelejas decisivas na aldeia são melhores do que Manchesters x Barças.
Tanto o Palmeiras quanto a Ponte
jogam hoje bola mais bonita do que
90% dos times da fatigadíssima, bote tédio nisso, dona Europa. Quem
se preparou, aliás, para ver o time inglês contra o catalão, na quarta, errou feio. O jogo, à vera, foi Botafogo x
Lusa. Com dois passes de calcanhar
de Douglas, novo gênio do Canindé,
capazes de paralisar, feito Dadá Beija-Flor, o mosquito que assola, sem
trégua, até bundinhas cariocas.
Epidemia
A bola parada tem sido igual a
água adormecida para o Aedes
aegypti: fatal. É dengue na certa no
rival. Que o digam Jorge Wagner
(São Paulo) e Lúcio Flávio, da estrela solitária de General Severiano. O rapaz, aliás, com mais sustança, quem sabe um cabrito na Nova
Capela, Lapa, poderia ser craque!
xico.folha@uol.com.br
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