|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Dualib cede a organizada, intervém e demite Oliveira
Novo diretor assegurou permanência do técnico após
derrota de goleada para Atlético-PR, mas presidente
se assusta com a Gaviões da Fiel e anuncia demissão
RICARDO PERRONE
DA REPORTAGEM LOCAL
Por decisão do presidente do
Corinthians, Alberto Dualib, Oswaldo de Oliveira foi demitido
ontem, um dia após a goleada de 5
a 0 para o Atlético-PR.
O nome do novo treinador não
havia sido anunciado até o fechamento desta edição.
Minutos depois da derrota, o
novo diretor técnico da equipe,
Paulo Angioni, assegurara a permanência de Oliveira.
O vice de futebol corintiano,
Antonio Roque Citadini, defensor
da contratação do treinador, também era contra a sua saída.
Ao optar pela demissão, Dualib
atendeu a uma das exigências da
Gaviões da Fiel. Horas após o vexame, integrantes da torcida fizeram um protesto diante da casa
de Dualib. Pediram a troca de técnico, a renúncia do presidente e o
afastamento de Citadini do departamento de futebol. Ontem
pela manhã, ovos foram atirados
no Parque São Jorge.
A pressão da organizada fez
com que o presidente corintiano
abrisse as portas de sua sala para
receber os torcedores da Gaviões.
"Sugerimos que uma vez por
mês a diretoria se reúna com um
representante da torcida. O Dualib aceitou", disse Ronaldo Pinto,
presidente da Gaviões.
"Vamos estudar os pedidos deles. Eles não querem mandar no
clube", afirmou Angioni.
Oliveira, que ontem deu folga ao
elenco, está no Rio de Janeiro,
com sua família, e soube da demissão à tarde por meio de um telefonema de Angioni.
Além da cobrança da torcida,
Dualib ouvia pedidos de conselheiros que queriam a saída do
treinador, contratado para substituir Juninho ainda no Paulista-04.
A equipe só não foi rebaixada
no Estadual graças à vitória do
São Paulo sobre o Juventus na última rodada. Na semana passada,
a situação do treinador ficou mais
complicada com a eliminação nas
quartas-de-final da Copa do Brasil, diante do Vitória.
Antes, ele correra o risco de cair
após as goleadas para Palmeiras e
Grêmio, ambas por 4 a 0.
Anteontem, Oliveira procurava
demonstrar que acreditava na sua
permanência. "Já passei por momentos ruins aqui e depois o time
se recuperou", afirmara.
A derrota para o clube de Curitiba, que deixou o time na 17º posição do Brasileiro, encerrou a terceira passagem de Oliveira como
treinador corintiano. A anterior
terminara em 2000, depois da eliminação nas semifinais da Libertadores diante do Palmeiras.
Com a sua saída, o São Paulo
passa a ser o único dos grandes
paulistas que ainda não trocou de
técnico durante o Nacional.
O Santos começou com Emerson Leão e hoje é comandado por
Vanderlei Luxemburgo. O Palmeiras demitiu Jair Picerni.
A falta de dinheiro e de técnicos
disponíveis complica a substituição de Oliveira. Leão, hoje no
Cruzeiro, e Luxemburgo, no Santos, deixaram de ser contratados
antes de acertarem com seus clubes por terem salários superiores
ao do ex-técnico corintiano, que
recebia R$ 65 mil mensais.
Texto Anterior: Painel FC Próximo Texto: Memória: Crise derruba quatro técnicos durante um ano Índice
|