São Paulo, terça-feira, 25 de maio de 2004

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Dualib cede a organizada, intervém e demite Oliveira

Novo diretor assegurou permanência do técnico após derrota de goleada para Atlético-PR, mas presidente se assusta com a Gaviões da Fiel e anuncia demissão

RICARDO PERRONE
DA REPORTAGEM LOCAL

Por decisão do presidente do Corinthians, Alberto Dualib, Oswaldo de Oliveira foi demitido ontem, um dia após a goleada de 5 a 0 para o Atlético-PR.
O nome do novo treinador não havia sido anunciado até o fechamento desta edição.
Minutos depois da derrota, o novo diretor técnico da equipe, Paulo Angioni, assegurara a permanência de Oliveira.
O vice de futebol corintiano, Antonio Roque Citadini, defensor da contratação do treinador, também era contra a sua saída.
Ao optar pela demissão, Dualib atendeu a uma das exigências da Gaviões da Fiel. Horas após o vexame, integrantes da torcida fizeram um protesto diante da casa de Dualib. Pediram a troca de técnico, a renúncia do presidente e o afastamento de Citadini do departamento de futebol. Ontem pela manhã, ovos foram atirados no Parque São Jorge.
A pressão da organizada fez com que o presidente corintiano abrisse as portas de sua sala para receber os torcedores da Gaviões.
"Sugerimos que uma vez por mês a diretoria se reúna com um representante da torcida. O Dualib aceitou", disse Ronaldo Pinto, presidente da Gaviões.
"Vamos estudar os pedidos deles. Eles não querem mandar no clube", afirmou Angioni.
Oliveira, que ontem deu folga ao elenco, está no Rio de Janeiro, com sua família, e soube da demissão à tarde por meio de um telefonema de Angioni.
Além da cobrança da torcida, Dualib ouvia pedidos de conselheiros que queriam a saída do treinador, contratado para substituir Juninho ainda no Paulista-04.
A equipe só não foi rebaixada no Estadual graças à vitória do São Paulo sobre o Juventus na última rodada. Na semana passada, a situação do treinador ficou mais complicada com a eliminação nas quartas-de-final da Copa do Brasil, diante do Vitória.
Antes, ele correra o risco de cair após as goleadas para Palmeiras e Grêmio, ambas por 4 a 0.
Anteontem, Oliveira procurava demonstrar que acreditava na sua permanência. "Já passei por momentos ruins aqui e depois o time se recuperou", afirmara.
A derrota para o clube de Curitiba, que deixou o time na 17º posição do Brasileiro, encerrou a terceira passagem de Oliveira como treinador corintiano. A anterior terminara em 2000, depois da eliminação nas semifinais da Libertadores diante do Palmeiras.
Com a sua saída, o São Paulo passa a ser o único dos grandes paulistas que ainda não trocou de técnico durante o Nacional.
O Santos começou com Emerson Leão e hoje é comandado por Vanderlei Luxemburgo. O Palmeiras demitiu Jair Picerni.
A falta de dinheiro e de técnicos disponíveis complica a substituição de Oliveira. Leão, hoje no Cruzeiro, e Luxemburgo, no Santos, deixaram de ser contratados antes de acertarem com seus clubes por terem salários superiores ao do ex-técnico corintiano, que recebia R$ 65 mil mensais.


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