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Copa 2006
Ao contrário de Ronaldo e Adriano no ataque, Lúcio e Juan esbanjam saúde e eficiência quando estão juntos na seleção
Pouco badalados, zagueiros mostram entrosamento e só deixaram time tomar oito gols nos 13 jogos em que dividiram espaço no campo
Na defesa, Brasil tem a verdadeira dupla de ouro
PAULO COBOS
RICARDO PERRONE
SÉRGIO RANGEL
ENVIADOS ESPECIAIS A WEGGIS
O que falta em marketing e
carisma sobra em entrosamento e eficiência.
Ao contrário dos parceiros de
ataque Ronaldo e Adriano, dupla com pouca rodagem na seleção e futebol ruim nos últimos meses, os discretos Juan e
Lúcio formam uma zaga com
números para lá de sólidos.
Ex-companheiros de Bayer
Leverkusen, os dois comprovaram a fama de times bem armados na defesa por Carlos Alberto Parreira, o que nem sempre
foi verdade na atual gestão dele.
Com Juan e Lúcio, o Brasil
jogou 13 vezes e foi vazado apenas oito vezes, média de 0,62
por jogo. Essa marca é 30% inferior aos jogos em que o Brasil
teve outras duplas de zaga no
atual comando de Parreira.
"Faz um tempo que não jogamos juntos em clube, mas só de
um olhar um para o outro já nos
entendemos", diz Juan, que vai
para a sua primeira Copa.
O ex-flamenguista é um pouco menos introvertido que Lúcio. Mas os dois são, sem dúvida, os dois titulares da seleção,
junto com o goleiro Dida, que
menos gostam de microfones.
Lúcio, grande amigo de Kaká
no grupo, passa boa parte do
tempo na concentração, lendo
a Bíblia. Juan é da turma do pagode, mas sem exageros.
Eles só perderam uma vez
quando começaram juntos
uma partida com a camisa amarela. E têm números consistentes em seus clubes. Tanto Lúcio
como Juan foram titulares em
toda a temporada européia e
participaram de mais de 80%
dos jogos de suas equipes.
Tudo o que dá certo dentro
de campo com sua dupla de defesa dá errado para a seleção
com sua parceria de ataque.
Adriano e Ronaldo começaram apenas cinco partidas juntos, mesmo estando definido
há dois anos que os dois fariam
parte da equipe titular.
Quando não era Ronaldo que
estava machucado, era Adriano
que desfalcava o time de Parreira por causa de lesão.
Não bastasse o entrosamento ruim, os dois chegam ao
Mundial em péssima fase
-juntos, não ultrapassaram a
barreira das duas dezenas de
gols em 2006, tanto que ficaram na reserva em seus clubes.
Mas Parreira não se mostra
preocupado e garante a titularidade dos dois. "Não é a dupla de
ataque que é o problema do
quarteto", afirma o treinador.
Mesmo com números negativos, a dupla exala otimismo.
"É muito importante estar ao
lado dele [Ronaldo]. Espero fazer o melhor na seleção", diz
Adriano, que ainda recebe um
afago do chefe. "Não me preocupo com o Adriano. Aqui na
seleção é tudo diferente. Ele
tem carinho e responde em
campo", fala Parreira, que chama o atacante desde a sua primeira convocação, em 2003.
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