São Paulo, quinta-feira, 25 de maio de 2006

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Copa 2006

Ao contrário de Ronaldo e Adriano no ataque, Lúcio e Juan esbanjam saúde e eficiência quando estão juntos na seleção

Pouco badalados, zagueiros mostram entrosamento e só deixaram time tomar oito gols nos 13 jogos em que dividiram espaço no campo


Na defesa, Brasil tem a verdadeira dupla de ouro

PAULO COBOS
RICARDO PERRONE
SÉRGIO RANGEL
ENVIADOS ESPECIAIS A WEGGIS

O que falta em marketing e carisma sobra em entrosamento e eficiência.
Ao contrário dos parceiros de ataque Ronaldo e Adriano, dupla com pouca rodagem na seleção e futebol ruim nos últimos meses, os discretos Juan e Lúcio formam uma zaga com números para lá de sólidos.
Ex-companheiros de Bayer Leverkusen, os dois comprovaram a fama de times bem armados na defesa por Carlos Alberto Parreira, o que nem sempre foi verdade na atual gestão dele.
Com Juan e Lúcio, o Brasil jogou 13 vezes e foi vazado apenas oito vezes, média de 0,62 por jogo. Essa marca é 30% inferior aos jogos em que o Brasil teve outras duplas de zaga no atual comando de Parreira.
"Faz um tempo que não jogamos juntos em clube, mas só de um olhar um para o outro já nos entendemos", diz Juan, que vai para a sua primeira Copa.
O ex-flamenguista é um pouco menos introvertido que Lúcio. Mas os dois são, sem dúvida, os dois titulares da seleção, junto com o goleiro Dida, que menos gostam de microfones. Lúcio, grande amigo de Kaká no grupo, passa boa parte do tempo na concentração, lendo a Bíblia. Juan é da turma do pagode, mas sem exageros.
Eles só perderam uma vez quando começaram juntos uma partida com a camisa amarela. E têm números consistentes em seus clubes. Tanto Lúcio como Juan foram titulares em toda a temporada européia e participaram de mais de 80% dos jogos de suas equipes.
Tudo o que dá certo dentro de campo com sua dupla de defesa dá errado para a seleção com sua parceria de ataque.
Adriano e Ronaldo começaram apenas cinco partidas juntos, mesmo estando definido há dois anos que os dois fariam parte da equipe titular.
Quando não era Ronaldo que estava machucado, era Adriano que desfalcava o time de Parreira por causa de lesão.
Não bastasse o entrosamento ruim, os dois chegam ao Mundial em péssima fase -juntos, não ultrapassaram a barreira das duas dezenas de gols em 2006, tanto que ficaram na reserva em seus clubes.
Mas Parreira não se mostra preocupado e garante a titularidade dos dois. "Não é a dupla de ataque que é o problema do quarteto", afirma o treinador.
Mesmo com números negativos, a dupla exala otimismo.
"É muito importante estar ao lado dele [Ronaldo]. Espero fazer o melhor na seleção", diz Adriano, que ainda recebe um afago do chefe. "Não me preocupo com o Adriano. Aqui na seleção é tudo diferente. Ele tem carinho e responde em campo", fala Parreira, que chama o atacante desde a sua primeira convocação, em 2003.


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