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São Paulo, quarta-feira, 25 de junho de 2003

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BOCA JUNIORS X SANTOS

No mais temido alçapão argentino, contra o Boca Juniors e 58 mil torcedores, equipe de Diego e Robinho tenta repetir feito de 40 anos de Pelé e Coutinho na Libertadores

Santos tenta crescer dentro da Bombonera

Caio Guatelli/Folha Imagem
Diego (dir.) e Robinho participam do último treino no Brasil antes do embarque para Buenos Aires, onde hoje o Santos pega o Boca


FAUSTO SIQUEIRA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BUENOS AIRES

Mais até do que o futebol do adversário, os Meninos da Vila terão de suportar hoje, às 21h40 (de Brasília), em Buenos Aires, o entusiasmo de 58 mil torcedores que se amontoarão no estádio La Bombonera para empurrar o Boca Juniors no jogo em que os argentinos tentarão a todo custo selar a conquista da Libertadores da América e vingar a derrota de 63.
Há 40 anos, o Santos de Pelé e Coutinho se sagrou bicampeão ao fazer 2 a 1 em Buenos Aires, impedindo o Boca de conquistar seu primeiro título sul-americano. À época com uma capacidade superior à atual, o estádio abrigou, segundo dirigentes do clube argentino, mais de 60 mil torcedores.
Nesses 40 anos, cinco títulos da Libertadores nas costas, o Boca só viu o fanatismo crescer. O tradicional bairro de La Boca respirava decisão na tarde de ontem. Ao redor do estádio, dezenas de vendedores de camisas e suvenires disputavam a clientela que antes se aglomerava nas enormes filas.
Para a finalíssima, na próxima quarta-feira, em São Paulo, os chamados barrabravas prometem mandar pelo menos 3.800 pessoas para o Morumbi. O número equivale à quantidade de ingressos que o Santos ofereceu. Segundo o diretor geral do clube, Jorge Luís Bitar, seriam necessários 10 mil entradas, tal a procura, que já se iniciou, segundo ele.
"Se o resultado for normal [uma vitória simples], o Boca põe pelo menos 5.000 em São Paulo. Se o resultado ficar mais difícil para nós [empate ou derrota], aí vai mais gente ainda. Assim é a torcida do Boca", afirmou Bitar.
Os santistas vão se espremer hoje em dois setores, M e P. Durante o dia de ontem, torcedores uniformizados do Santos ocuparam boa parte dos assentos nos vôos entre São Paulo e Buenos Aires.
Dirigentes do clube da Vila Belmiro chegaram a montar uma espécie de "central" de venda de ingressos em um hotel de Buenos.
Além do significado especial para torcedores de Santos e Boca, a partida tem mais uma dimensão histórica para os argentinos.
Hoje serão comemorados os 25 anos do primeiro título da Argentina em uma Copa do Mundo -a competição aconteceu no próprio país e a final, contra a Holanda, foi realizada no estádio do arqui-rival do Boca, o River Plate.
Para boa parte dos jogadores de Santos e Boca, talvez seja a última chance de conquistar o título da Libertadores. Entre santistas, alguns estão na mira de clubes europeus. Robinho, por exemplo, já despertou o interesse do Barcelona, da Espanha. Diego frequentemente é ligado a clubes italianos. Já o Boca diz ter recebido oferta de US$ 20 milhões pelo novato astro Tévez, que começou a competição sul-americana desprestigiado, no banco de reservas.

NA TV - Boca Juniors x Santos, Globo, ao vivo, às 21h40


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