UOL


São Paulo, quarta-feira, 25 de junho de 2003

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

TÊNIS

The end?

RÉGIS ANDAKU
COLUNISTA DA FOLHA

Nunca ninguém viu uma edição do tradicionalíssimo torneio de Wimbledon tão diferente, tão estranha quanto a deste ano. E não só dentro das quadras.
Os funcionários do The All England Lawn Tennis & Croquet Club, vários deles de longa data, tiveram de passar por uma constrangedora inspeção, rigorosa e inédita. A alguns, foram pedidas até cartas de referência de antigos empregadores (!).
Agora que a programação começou, chama a atenção o número de seguranças circulando pelo clube. Sem contar a revista, mais rigorosa, nos portões de entrada.
O público também não tem mais aqueles quiosques para deixar a sacola, com o guarda-chuva, a capa de chuva, a bugiganga toda. Têm medo que você porte uma bomba (!).
E a proibição dos cestinhos com comida, daqueles levados para os piqueniques de antigamente? Tudo determinado não só pela organização, mas pelas autoridades inglesas, o próprio governo, em nome da segurança.
Ou seja, ficou chato trabalhar em Wimbledon, entrar em Wimbledon, circular em Wimbledon, ver os jogos em Wimbledon.
Dentro da quadra, o show está compensando? Tem muita gente na dúvida.
Pela primeira vez em 15 anos Pete Sampras não está jogando lá. E Pete Sampras, sete títulos na grama sagrada, sempre foi sinônimo de aula de tênis em Wimbledon, de show. A chave, repare, está mais vazia sem ele.
Goran Ivanisevic e Richard Krajicek, dois outros campeões em Wimbledon -não há muitos na ativa, lembre-se, dado o domínio de Sampras na última década-, também estão ausentes. O atual campeão, Lleyton Hewitt, caiu no primeiro dia. Grandes tenistas, como Marat Safin e Carlos Moyá, e talentosos tenistas, como Tommy Haas, Alex Corretja e Marcelo Ríos, nem deram o ar da graça. As desculpas variaram do "nasceu meu filho" ao "não gosto de grama", passando pelo óbvio "estou contundido".
Ao menos os antes irredutíveis organizadores de Wimbledon agora percebem que, hoje, quem manda são os jogadores. Neste ano, já aboliram a ridícula reverência em direção ao camarote real, obrigatória então até quando o espaço estava vazio (!) e que tanto irritava os jogadores.
Foram também mais criteriosos e mais fiéis ao ranking de entradas do que nas temporadas passadas para definir os cabeças-de-chave do torneio. Fizeram agrados a tenistas que, antes, praticamente ignoravam.
Ainda assim, Wimbledon corre muitos riscos.
Corre o risco de abrir espaço para mais uma final sem glamour ou ação em Grand Slams, colocar um Johannson, um Schuettler, um Nalbandian ou um Verkerk na grande decisão.
Corre o risco de cair do ridículo, de perder seu posto de "olimpo" do tênis, posto construído ao longo de mais de um século, corre o risco de perder o glamour que Bjorn Borg, Jimmy Connors, Maria Esther Bueno, Martina Navratilova, Billie Jean King e Boris Becker, entre tantos outros, deram ao torneio.

Entre os jovens garotos
Diego Cubas e Teliana Pereira venceram a categoria 18 anos da quarta etapa da Credicard MasterCard Juniors Cup, no Lagoa Iate Clube, em Florianópolis. Na 16 anos, os campeões foram Luís Grangeiro e Fernanda Hermenegildo; Ivan Machado e Gabriela Vieira ganharam na 14 anos; na 12, títulos para Gabriel Dias e Mariel Maffezzolli.

Com as jovens garotas
Bruna Colósio, Larissa Carvalho, Joana Cortez e Letícia Sobral defendem o Brasil contra a Croácia nos dias 19 e 20 de julho, na repescagem do Grupo Mundial da Fed Cup. Maria Fernanda Alves, a melhor do país, e Carla Tiene, a quinta, vão jogar um torneio em Campos do Jordão na mesma semana. Nanda Alves, aliás, conquistou o título do Torneio de Poza Rica (México), no domingo, batendo Tiene na final.

E-mail reandaku@uol.com.br


Texto Anterior: Brasil escapa ileso da primeira rodada
Próximo Texto: Futebol - Tostão: Jogo para arrepiar
Índice


UOL
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.