São Paulo, domingo, 25 de junho de 2006

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JOSÉ GERALDO COUTO

Duelo de gigantes

Vem aí um duelo de gigantes, entre dois times que fizeram duas finais de Copas

COMEÇOU A briga de gente grande. A Alemanha atropelou a Suécia, definindo o jogo em dez minutos. A Argentina sofreu duas horas para vencer um aguerrido México, mas o golaço de Maxi Rodríguez fez jus à sua superioridade. Vem aí um duelo de gigantes, entre duas equipes que se enfrentaram em duas finais seguidas de Copas do Mundo: na primeira (1986) deu Argentina; na segunda (1990), Alemanha. Sai de baixo. Não tem nada de científico no que vou dizer, mas tive a convicção de que o México seria um osso duro para a Argentina roer no momento em que vi a execução do hino mexicano. O entusiasmo com que aqueles jogadores cantaram, numa formação inusitada e com um braço guerreiro cruzando o peito, fez prever uma batalha de vida ou morte. Em comparação com aquele time de cabeludos e morenos descendentes de Montezuma, a Argentina era quase uma equipe européia. Valentia asteca contra valentia platina. Acabaram predominando a tradição e o talento dos hermanos aqui do sul. Um dos grandes favoritos ao título mundial cairá fora na próxima sexta. Sorte da seleção brasileira, que não terá nenhum rival de calibre equivalente até a final. O que não quer dizer que chegaremos à decisão. O futebol, volto a dizer, não é ciência exata. A primeira tarefa é vencer Gana, depois de amanhã. Pode ser mais difícil do que pareceria à primeira vista. Com base no exemplo da Argentina -que até agora teve quatro de seus gols marcados por volantes-, penso que a melhor maneira de dar consistência e agressividade à nossa seleção é, paradoxalmente, tirar um atacante (Adriano, no caso) e colocar um meio-campista (Juninho). O jogador pernambucano do Lyon é capaz de defender e armar com a mesma eficiência, além de chutar a gol como ninguém. É o nosso Maxi Rodríguez, até melhorado. De quebra, Ronaldinho ficaria mais solto para chegar à área rival e fazer as mágicas que costuma fazer no Barcelona. Será que não vale a pena tentar? jgcouto uol.com.br


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