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São Paulo "mata" jogo em 45 minutos
Time acerta o pé no primeiro tempo com Aloísio e Dagoberto, dupla que brilhou no Atlético-PR e que definiu clássico
Santos 0
São Paulo 2
DO ENVIADO A SANTOS
No clássico de ontem, o São
Paulo precisou apenas de um
tempo para consolidar sua vitória. E os gols saíram dos pés de
uma antiga dupla, que brilhou
no Atlético-PR em 2004. Aloísio e Dagoberto revitalizaram o
ataque tricolor e conduziram o
time na Vila Belmiro.
Os números do Datafolha no
primeiro tempo dão mostra da
superioridade são-paulina: foram 14 finalizações, contra apenas 2 do time alvinegro. No segundo tempo, o Santos chutou
a gol 10 vezes, contra somente 5
do São Paulo.
O problema é que a equipe de
Vanderlei Luxemburgo não pôs
o pé na forma: das 12 conclusões, acertou apenas 2.
"Isso não é uma característica do time do Santos, apenas foi
um fato do jogo de hoje [ontem]. Tem dia que você não vai
bem", disse o comandante santista. O São Paulo acertou o gol
em 7 das suas 19 tentativas.
E tirou o zero do placar aos
21min do primeiro tempo, na
redenção de Aloísio, que não
marcava havia dois meses.
Em escanteio batido por Jorge Wagner, o centroavante subiu mais que Carlinhos, raspou
a cabeça na bola, e o goleiro Fábio Costa, impotente, só olhou.
Até então um jogo chato, o
San-São ganhou em emoções.
Minutos após o gol, o Santos esteve muito perto de empatar,
quando Renatinho, dentro da
área, recebeu passe de Carlinhos. Sem conseguir dominar,
foi desarmado por Rogério.
Além disso, Luxemburgo
operou sua primeira alteração
quando o volante Adriano sentiu a coxa. Em busca de mais
agressividade e reação, pôs o jovem atacante Wesley, 20 anos
completos ontem.
Consciente, o time do Morumbi manteve sua filosofia de
contra-ataques, em que o volante Hernanes aparecia muito
bem na saída de jogo, ganhando
elogios de Muricy Ramalho,
mas também ressalvas.
"Ele está bem, mas não é um
primeiro volante. Tanto ele
quanto Richarlyson jogam
abrindo para o lado, e nosso
centro fica muito aberto, por isso temos que jogar com três zagueiros", declarou o técnico.
O segundo gol são-paulino
surgiu de uma seqüência de
três conclusões que a defesa do
Santos não conseguiu impedir.
A primeira foi de Hugo, que não
conseguiu dar força à bola. A
segunda, de Hernanes, que
acertou o poste direito de Fábio
Costa. E a terceira, o chute de
Dagoberto, com as redes livres
para o primeiro gol do atacante
com a camisa tricolor.
"Eu estava sabedor da minha
responsabilidade. Quando as
pessoas cobram, é porque você
tem algo oferecer", afirmou ele,
que reviveu com Aloísio a dupla
de ataque do Atlético-PR finalista da Libertadores-04 e derrotado por seu clube atual.
O segundo tempo foi de desaceleração tricolor, mas não de
queda de eficiência. Confiante
na defesa, o time se entricheirou diante de um Santos que
partia com tudo, mas chutava
mal. Tanto que, aos 12min, Dagoberto deu um belo chute, defendido por Fábio Costa, que
espalmou para o meio da área.
O jogo parecia que ia ficar
mais perigoso para o São Paulo
quando Hugo, que já tinha
amarelo, reclamou com o árbitro Paulo César de Oliveira e levou um cartão vermelho.
"Não falei nada para o árbitro, só reclamei", disse Hugo,
que, ainda assim, terminou o
jogo como o mais acionado do
São Paulo, com 33 bolas.
O meia poderia ter virado vilão de uma vitória tranqüila,
não fosse a dura entrada do
santista Adaílton em Breno,
que resultou na segunda expulsão do jogo.0
(MÁRVIO DOS ANJOS)
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