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"Dona" da Copa tenta se creditar como time
Maus resultados recentes preocupam sul-africanos, que hoje encaram o Brasil
Rival da seleção na semifinal da Copa das Confederações é apenas a 72ª equipe no ranking da Fifa e vem de fiascos nos últimos torneios
Alexander Joe/Reuters
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Joel Santana e atletas sul-africanos posam com Nelson Mandela
DOS ENVIADOS A JOHANNESBURGO
O Brasil enfrenta hoje a África do Sul, que não faz a lição de
casa para sediar a Copa do
Mundo de 2010.
Desde que foram indicados
como sede da maior competição do futebol mundial, em
maio de 2004, os sul-africanos
investiram US$ 3,5 bilhões
(R$ 7 bilhões) para construir
estádios e tentar dotar o país da
infraestrutura necessária para
receber a competição. Mas os
sul-africanos se esqueceram da
sua própria seleção.
O time de Dunga terá pela
frente, em Johannesburgo,
uma equipe em queda livre a
pouco mais de um ano da Copa.
Em 2004, quando soube que
iria organizar o Mundial, a África do Sul era a 40ª seleção do
ranking da Fifa (a sétima melhor africana), vinha de duas
participações seguidas em Copas (1998 e 2002) e boas campanhas na Copa da África, como o título em 1996 (seu único
na história), um vice em 1998 e
a terceira colocação em 2000.
De lá para cá, tudo mudou.
A África do Sul é hoje apenas
a 72ª equipe da lista elaborada
pela Fifa (e é somente a 17ª melhor de seu continente). O time
fracassou na tentativa de ganhar vaga na Copa de 2006, disputada na Alemanha.
Na fase final das últimas duas
Copas da África, não venceu
um jogo sequer. Para a próxima
edição do torneio, que será em
janeiro do próximo ano, nem
passou das eliminatórias.
O brasileiro Joel Santana é o
quarto técnico da equipe desde
que a organização do próximo
Mundial foi passada ao país localizado na África austral.
A anfitriã da Copa das Confederações chegou às semifinais
do torneio com uma campanha
apenas razoável na primeira fase, quando conquistou quatro
pontos em um grupo que tinha
a superfavotira Espanha e duas
seleções de baixo nível técnico
(Iraque e Nova Zelândia).
Tais resultados fazem os sul-
-africanos despejarem críticas
em cima de Joel Santana. Ontem, em entrevista oficial da Fifa, o treinador chegou a bater
boca com um repórter local que
chamou seu time de defensivo.
Para o treinador brasileiro, a
vaga nas semifinais foi um
grande feito. "Chegar às semifinais já foi um título. Se vencermos o Brasil, seremos bicampeões. Se ganharmos o título,
então será o tri. E aí é demais
até para mim", declarou o treinador, que disse levar vantagem na experiência como técnico sobre Dunga, que estreou
na função direto na seleção.
"O que eu tenho é um testamento, e não um currículo",
brincou Joel Santana.
Ontem, ele foi com o restante
da equipe visitar Nelson Mandela, 90, o ex-presidente sul-africano que foi o herói da luta
contra o apartheid no país.
"Foi de arrepiar. Só o olhar
dele já transmite tranquilidade", afirmou o brasileiro.
(EDUARDO ARRUDA E PAULO COBOS)
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