São Paulo, quinta-feira, 25 de junho de 2009

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"Dona" da Copa tenta se creditar como time

Maus resultados recentes preocupam sul-africanos, que hoje encaram o Brasil

Rival da seleção na semifinal da Copa das Confederações é apenas a 72ª equipe no ranking da Fifa e vem de fiascos nos últimos torneios

Alexander Joe/Reuters
Joel Santana e atletas sul-africanos posam com Nelson Mandela

DOS ENVIADOS A JOHANNESBURGO

O Brasil enfrenta hoje a África do Sul, que não faz a lição de casa para sediar a Copa do Mundo de 2010.
Desde que foram indicados como sede da maior competição do futebol mundial, em maio de 2004, os sul-africanos investiram US$ 3,5 bilhões (R$ 7 bilhões) para construir estádios e tentar dotar o país da infraestrutura necessária para receber a competição. Mas os sul-africanos se esqueceram da sua própria seleção.
O time de Dunga terá pela frente, em Johannesburgo, uma equipe em queda livre a pouco mais de um ano da Copa.
Em 2004, quando soube que iria organizar o Mundial, a África do Sul era a 40ª seleção do ranking da Fifa (a sétima melhor africana), vinha de duas participações seguidas em Copas (1998 e 2002) e boas campanhas na Copa da África, como o título em 1996 (seu único na história), um vice em 1998 e a terceira colocação em 2000.
De lá para cá, tudo mudou.
A África do Sul é hoje apenas a 72ª equipe da lista elaborada pela Fifa (e é somente a 17ª melhor de seu continente). O time fracassou na tentativa de ganhar vaga na Copa de 2006, disputada na Alemanha.
Na fase final das últimas duas Copas da África, não venceu um jogo sequer. Para a próxima edição do torneio, que será em janeiro do próximo ano, nem passou das eliminatórias.
O brasileiro Joel Santana é o quarto técnico da equipe desde que a organização do próximo Mundial foi passada ao país localizado na África austral.
A anfitriã da Copa das Confederações chegou às semifinais do torneio com uma campanha apenas razoável na primeira fase, quando conquistou quatro pontos em um grupo que tinha a superfavotira Espanha e duas seleções de baixo nível técnico (Iraque e Nova Zelândia).
Tais resultados fazem os sul- -africanos despejarem críticas em cima de Joel Santana. Ontem, em entrevista oficial da Fifa, o treinador chegou a bater boca com um repórter local que chamou seu time de defensivo.
Para o treinador brasileiro, a vaga nas semifinais foi um grande feito. "Chegar às semifinais já foi um título. Se vencermos o Brasil, seremos bicampeões. Se ganharmos o título, então será o tri. E aí é demais até para mim", declarou o treinador, que disse levar vantagem na experiência como técnico sobre Dunga, que estreou na função direto na seleção.
"O que eu tenho é um testamento, e não um currículo", brincou Joel Santana.
Ontem, ele foi com o restante da equipe visitar Nelson Mandela, 90, o ex-presidente sul-africano que foi o herói da luta contra o apartheid no país.
"Foi de arrepiar. Só o olhar dele já transmite tranquilidade", afirmou o brasileiro.
(EDUARDO ARRUDA E PAULO COBOS)


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