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Denúncia de racismo marca semifinal em MG
Cruzeirense Elicarlos acusa gremista Maxi López
Cruzeiro 3
Grêmio 1
DA REPORTAGEM LOCAL
A partida de ida da semifinal
da Taça Libertadores entre
Cruzeiro e Grêmio, ontem à
noite, no Mineirão, em Belo
Horizonte, foi marcada por
uma denúncia de racismo.
O volante cruzeirense Elicarlos acusou o atacante gremista
Maxi López, nascido na Argentina, de chamá-lo de "macaco"
durante o primeiro tempo da
partida em que o clube mineiro
venceu por 3 a 1, quebrando a
invencibilidade do rival no nobre interclubes continental.
Elicarlos acionou a delegacia
móvel, no estádio, e, por volta
da 1h desta madrugada, policiais tentavam levar Maxi López para prestar depoimento,
mas os gremistas relutavam em
deixar o atleta sair do ônibus do
clube. Dirigentes queriam que
o argentino prestasse depoimento não em uma delegacia.
No Brasil, racismo é crime
inafiançável e imprescritível.
Uma testemunha de Elicarlos é o seu companheiro de
Cruzeiro Wagner. O meia interviu, empurrando Maxi López e discutindo com ele logo
depois do momento em que o
gremista teria chamado o volante, que é negro, de "macaco".
Com a vitória, o Cruzeiro está a um empate (ou até derrota
por um gol de diferença) da decisão da Libertadores. A partida da volta acontecerá na próxima quinta-feira, no estádio
Olímpico, em Porto Alegre. Os
gaúchos precisarão de uma vitória por 2 a 0 ou por três ou
mais gols de diferença para
avançar à final -se fizerem 3 a
1, haverá decisão por pênaltis.
O duelo entre os bicampeões
da América foi bastante intenso, pegado, como normalmente
é um duelo decisivo da Libertadores. O árbitro chileno Enrique Osses teve trabalho para
acalmar os ânimos. Maxi López
e Wagner se agrediram. Kléber
participou de lances ríspidos e
levou pisão na mão. No segundo tempo, contundido, o juiz
até deu lugar ao quarto árbitro.
Mesmo sem Ramires, na seleção, o Cruzeiro começou o jogo com velocidade e teve a primeira boa chance de abrir o
placar quando, aos 7min, Jonathan recebeu livre na direita e
chutou em cima de Marcelo
Grohe, substituto de Victor, outro que está agora na seleção.
Porém o Grêmio teve seguidas chances para conseguir um
precioso gol como visitante. Na
melhor, o argentino Maxi López, que foi acusado pelo cruzeirense Elicarlos de chamá-lo
de "macaco", aproveitou-se de
saída errada do Cruzeiro e ficou
na cara de Fábio. Ele olhou, escolheu o canto e chutou na trave. A bola saiu à direita do gol.
Souza, ex-são-paulino que é
destaque da atual Libertadores,
também quase venceu Fábio
em belo chute de fora da área.
Antes disso, Alex Mineiro havia
desperdiçado lance na pequena
área após uma furada incrível.
No final do primeiro tempo,
depois de cruzamento da direita, Wellington Paulista cabeceou firme e inaugurou o marcador. Alívio para a torcida cruzeirense, que levou vários sustos no jogo. Mesmo sem fazer
uma grande partida, o time do
técnico Adilson Baptista foi para o vestiário com vantagem.
No início do segundo tempo,
essa vantagem aumentou.
Wagner arriscou chute, a bola
desviou em Tcheco e enganou
Marcelo Grohe. O placar de 2 a
0 já era melhor do que o obtido
contra o São Paulo na partida
de ida das quartas de final -o
time do Morumbi ""comemorou" uma derrota por 2 a 1 e não
conseguiu reverter em casa.
Mais calmo em campo, o
Cruzeiro chegava com perigo
em contra-ataques e encaminhou bem a classificação quando Fabinho, ex-Corinthians,
cabeceou livre para fazer 3 a 0.
O Grêmio de Paulo Autuori,
técnico bicampeão da Libertadores, que passou pelo Caracas
nas quartas de final com dois
empates, abateu-se e ameaçava
pouco. Mas, em cobrança de
falta, Souza fez, aos 35min, gol
que dá esperança aos gaúchos.
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