São Paulo, sexta-feira, 25 de junho de 2010

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Craque adolescente era abusado e chorão

RAFAEL REIS
DE SÃO PAULO

O mundo todo conhece o Cristiano Ronaldo popstar do futebol, jogador mais caro da história, astro do Real Madrid e craque da seleção portuguesa. Mas poucos viram o despertar de sua carreira.
Dois brasileiros estão entre os privilegiados. O lateral direito César Prates, hoje no Náutico, e o zagueiro aposentado André Cruz, ex-Milan, estavam no Sporting quando o atual capitão de Portugal começou a treinar entre os profissionais.
"Nesse período, a gente já via que ele era acima da média. Era um menino que parecia muito com o Ronaldo [Fenômeno] jovem, com cabelo enroladinho, magrinho, mas já alto para a idade dele. Era muito rápido e difícil de ser marcado", diz André Cruz.
Cristiano Ronaldo virou profissional em grande estilo. Aos 17, estreou marcando dois gols. Era o início do caminho para tornar real sua previsão de adolescente.
"Ele tinha algo interessante", lembra César Prates. "Já falava que iria ser o melhor jogador do mundo. Não foi surpresa para mim quando conseguiu [ganhou o prêmio da Fifa em 2008]."
"Dentro de campo, ele tinha uma personalidade muito forte. Ia para cima, dava umas pedaladinhas. Uma vez, o Dimas [ex-lateral português] estava voltando de lesão e treinou com os reservas. Voltou falando: não dá para parar esse puto [menino, em Portugal] nem na porrada", conta André Cruz.
César Prates foi além. Segundo o lateral, a obstinação do Cristiano Ronaldo recém- -profissionalizado chegava a um ponto crítico: ele simplesmente não aceitava sair de campo derrotado.
"Quando nós perdíamos, ele chorava no vestiário, e a gente tinha que ir lá consolá-lo. Ele ama futebol."


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