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FUTEBOL
Seleção diz que direção são-paulina proibiu presença do público no CT; clube nega, e acesso acaba sendo liberado
CBF abre, fecha e abre portas para torcida
FÁBIO VICTOR E
RODRIGO BUENO
DA REPORTAGEM LOCAL
Atordoada com o momento por
que passa, a seleção brasileira
protagonizou mais um mal-entendido na sua já atribulada relação com a torcida.
O time, que antecipou em dois
dias sua chegada a São Paulo alegando querer entrar no clima da
cidade para o jogo de amanhã
contra a Argentina, programara,
por isso, treinar com os portões
abertos ao público.
Ontem, porém, com a notícia de
que o estádio do Morumbi estaria
vetado para o primeiro treino,
transferido então para o CT do
São Paulo, a CBF informou que os
torcedores não poderiam acompanhar a atividade.
A entidade alegou que o São
Paulo proibira a entrada dos torcedores no CT. A informação foi
negada pela diretoria do São Paulo, criando um mal-estar generalizado nos momentos que antecederam o treino.
Tanto o supervisor José Teixeira
quanto o diretor de futebol José
Dias disseram que a restrição de
acesso ao público ocorre apenas
nos treinos do São Paulo e o clube
não transferira a proibição à atividade da seleção.
Quando o time brasileiro chegou ao CT, por volta das 16h, um
grupo de aproximadamente 300
torcedores, segundo a PM, aguardava do lado de fora.
Informados de que não poderiam entrar, os torcedores descarregavam a revolta no técnico
Wanderley Luxemburgo.
"Não é mole, não. O Wanderley
afundou a seleção" e "burro"
eram os coros mais ouvidos, lembrando o clima que predominou
nas duas semanas que o time treinou em Foz do Iguaçu (PR).
Vendo a situação, a comissão
técnica da seleção consultou a PM
e a administração do CT e autorizou a entrada do público.
"Vim para São Paulo para ter esse apoio, não fugiria do torcedor.
Quando o treino foi transferido
do Morumbi para o CT, o São
Paulo disse que não abriria os
portões", garantiu Luxemburgo.
Durante o coletivo, os torcedores apoiaram o time reserva, no
qual atuavam os são-paulinos
França, Edmílson e Belletti.
A equipe titular iniciou o treino
novamente modificada. Guilherme foi escalado ao lado de Ronaldinho no ataque.
Depois, Alex substituiu o atacante do Atlético-MG, deslocando Rivaldo para o ataque. Embora
Luxemburgo diga que só divulgará o time amanhã, essa formação,
que já foi testada no treino de anteontem, é a mais provável.
Outras mudanças certas são a
volta do zagueiro Antônio Carlos
e do volante Emerson, que cumpriram suspensão no último jogo,
nas vagas de Edmílson e César
Sampaio, e o retorno de Vampeta,
no lugar de Flávio Conceição.
Os problemas da seleção com a
torcida nesta passagem por São
Paulo começaram anteontem, na
chegada da delegação ao aeroporto de Guarulhos.
A equipe nacional "driblou" o
pequeno grupo de torcedores que
aguarda no setor de desembarque, tomando o ônibus que a levou ao hotel diretamente na pista
do aeroporto.
A atitude irritou os fãs.
Ontem, o meia-atacante Rivaldo mostrou que a política de afastar o time da torcida vem da cúpula da CBF. "Se fosse por nós, jogadores, a gente teria passado por
lá (pelo saguão do aeroporto), não
teria nenhum problema. Mas a
gente não resolve nada, apenas
cumpre as determinações."
"Não é por maldade com os torcedores, mas isso é definido por
cargos superiores. Até peço desculpas àqueles que foram ao aeroporto", declarou Rivaldo.
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