São Paulo, quinta-feira, 25 de julho de 2002

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No Paraguai, time paulista bate o Olimpia no primeiro jogo da decisão

São Caetano fica a 1 empate de conquistar Libertadores

Márcio Fernandes/Folha Imagem
Atletas do São Caetano comemoram o gol do meia Aílton na vitória sobre o Olimpia, ontem, na partida de ida da final da Libertadores



Com só 12 anos de idade, clube decide quarta-feira, no Pacaembu, se disputará o Mundial interclubes contra o centenário Real Madrid


RODRIGO BERTOLOTTO
ENVIADO ESPECIAL A ASSUNÇÃO

No dia em que o futebol brasileiro voltou a disputar uma final internacional, 24 dias depois da conquista da Copa-2002 na Ásia, o São Caetano ficou a "um degrau", como disse seu técnico, Jair Picerni, da conquista da América.
Na primeira partida da decisão da Taça Libertadores, a equipe brasileira venceu o Olimpia, em Assunção (PAR), por 1 a 0, e pode até empatar o jogo decisivo, na próxima quarta-feira, no Pacaembu, que ficará com o título.
Se sair vencedor do confronto com os paraguaios, o time vai no final do ano para o Japão e, no mesmo estádio de Yokohama que viu o Brasil se sagrar pentacampeão, enfrenta o centenário Real Madrid, time espanhol que é o atual campeão da Europa, pela disputa do Mundial interclubes.
Com apenas 12 anos, é a primeira vez que o São Caetano disputa a decisão da mais importante competição de clubes da América.
Mas, de forma diferente da seleção brasileira, o clube não contou com estrelas para chegar à sua primeira final internacional.
O time comandado por Picerni se apóia num forte conjunto, cuja base foi formada há mais de dois anos e alcançou os dois últimos vice-campeonatos nacionais, e é uma espécie de "antipenta".
Mesmo assim, o jogo de ontem foi prestigiado pelo técnico pentacampeão, Luiz Felipe Scolari, que deu o pontapé inicial do duelo.
Pouco antes, Scolari havia cumprimentado, um a um, os jogadores do São Caetano. E comentou: "Acho que é um time que tem chance [de ser campeão". Tem boa qualidade, boa técnica e um conjunto equilibrado".
Os boatos de complô contra o time do ABC, iniciados pelo Grêmio, que se sentiu prejudicado pela arbitragem na semifinal contra o time paraguaio, que hoje completa cem anos, também não se confirmaram ontem.
O árbitro da partida, o argentino Horacio Elizondo, teve boa atuação. Nos oito primeiro minutos, o São Caetano teve dois gols, de Aílton e Somália, corretamente anulados por impedimento.
Marcando o adversário por pressão, o time do ABC encurralou os paraguaios em seu campo defensivo até os 23min.
Quando recuperava a bola, a equipe brasileira partia com velocidade, explorando principalmente as arrancadas de Anaílson.
Os paraguaios tinham dificuldade para chegar ao gol de Sílvio Luiz. Isso só ocorreu na metade do primeiro tempo, com Franco, que arriscou chute de fora da área.
A partir daí, o São Caetano passou a errar muitos passes. Quando conseguiu articular novamente uma jogada, Somália acertou a trave de Tavarelli.
No final, novamente Franco, de fora da área, obrigou o goleiro brasileiro a difícil defesa.
O técnico do time paraguaio, Nery Pumpido, adiantou sua equipe no segundo tempo e passou a pressionar o rival.
Mas foi em seu momento mais delicado na partida que o São Caetano chegou ao gol. Russo avançou pela direita e cruzou para Aílton, que acertou a cabeçada no canto direito, aos 16min.
A desvantagem descontrolou os paraguaios, que tentavam, de forma desordenada, o empate.
O nervosismo do rival facilitou o trabalho do time brasileiro, que passou a explorar os contra-ataques e ainda perdeu boas chances para ampliar o marcador.


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