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São Paulo, sexta-feira, 25 de julho de 2003

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NATAÇÃO

Russo bate holandês recordista e Thorpe nos 100 m livre e se torna o atleta mais velho a ganhar ouro no Mundial

Popov, 31, vence nova geração e leva o tri

Dusan Vranic/Associated Press
O russo Alexander Popov (à esq.), que ontem conquistou o ouro nos 100 m livre


DA REPORTAGEM LOCAL

Depois de quatro dias de domínio da nova geração, ontem foi a vez de a experiência prevalecer no Mundial de Barcelona (ESP). O russo Alexander Popov, 31 anos e oito meses, ganhou o ouro nos 100 m livre com 48s42, o seu terceiro título na prova mais nobre da natação em três Mundiais.
Na mesma cidade, em 1992, ele conquistou a primeira de suas nove medalhas olímpicas, ouro justamente nessa prova. Nos dias seguintes, venceu os 50 m livre e foi prata nos revezamentos 4 x 100 m livre e 4 x 100 m medley.
"Aqui comecei a ganhar e aqui sigo ganhando", afirmou o russo, que definiu Barcelona como uma cidade especial em sua vida e foi aplaudido de pé pela torcida.
Para se tornar o mais velho ganhador em provas individuais em Mundiais e levar o seu segundo ouro na competição -ele ganhara no domingo o revezamento 4 x 100 m livre-, Popov derrotou na final dois ícones de gerações mais novas: o holandês Pieter van den Hoogenband, 25, prata com 48s68, e o australiano Ian Thorpe, 20, bronze com 48s77.
O primeiro havia impedido em Sydney-2000 o tricampeonato olímpico do russo, que chegou em segundo, e é o atual recordista mundial. O segundo detém as melhores marcas nos 200 m livre e 400 m livre e já conquistara três ouros no torneio espanhol.
"É uma honra poder enfrentá-los", afirmou Popov, que negou ter visto o triunfo como uma revanche. "Essa palavra [vingança] não existe em meu vocabulário. Os esportistas e, sobretudo, os campeões devem saber ganhar, mas também perder", disse.
Ele foi elogiado pelo holandês. "Fiz o meu melhor. Não me sinto mal por ter perdido para o Popov", disse Hoogenband.
Campeão na prova nos Mundiais de Roma-94 e Perth-98, o russo não pôde defender o título em Fukuoka-2001 por estar com uma inflamação na garganta.
Cinco anos antes, fora esfaqueado após discutir com um vendedor de melancias em Moscou e ficou duas semanas internado.
Esse deve ter sido o seu último Mundial, pois ele, que ainda é o recordista dos 50 m livre, já disse que vai parar após Atenas-2004.

Duelo dos prodígios
Ontem houve ainda o primeiro embate em provas individuais entre Thorpe e o americano Michael Phelps, 18, outro prodígio.
Em uma das semifinais dos 200 m medley, Phelps quebrou o recorde mundial com 1min57s52, 42 centésimos abaixo da marca que era dele mesmo. O australiano, na mesma eliminatória, assegurou vaga na final de hoje com o quinto melhor tempo, 20 minutos após ter disputado os 100 m livre.
"Amanhã [hoje] ele deve estar mais descansado, e a prova será mais interessante", disse Phelps, que já havia quebrado a marca dos 200 m borboleta na terça e levado o ouro no dia seguinte.
Outro destaque ontem foi o japonês Kosuke Kitajima, 20. Ele ganhou os 200 m peito com nova marca mundial, 2min09s42. Na segunda-feira, vencera os 100 m peito, também com recorde.


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