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São Paulo, segunda-feira, 25 de agosto de 2003

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GINÁSTICA

Enquanto irmão reedita melhor resultado em Pré-Olímpico, atleta vive má fase e pode deixar a seleção em Curitiba

Seleção badala Diego e questiona Daniele

DA REPORTAGEM LOCAL

Ao mesmo tempo que assiste ao irmão Diego, 17, reeditar resultados históricos entre os homens no Mundial, Daniele Hypólito, 18, estrela da seleção feminina, evidencia uma má fase que vai além dos aparelhos da ginástica e que a deixará em xeque nos próximos dias.
Isso porque a Confederação Brasileira de Ginástica já decidiu: após o Mundial, se reunirá com a atleta e anunciará que ela estará liberada da seleção permanente que treina em Curitiba.
A decisão foi revelada à Folha por Vicélia Florenzano, presidente da CBG, e surpreende pelo fato de a intenção de manter toda a equipe em Curitiba ser uma das bandeiras da entidade.
Segundo a dirigente, os resultados no Mundial de Anaheim, quando a ginasta, contundida, desapontou, não foram a gota d'água, e sim consequência do comportamento da atleta no período de treinos na sede da CBG, que começaram em janeiro.
Os problemas vão de crises de choro, febre e gripe constantes, passam pelas más atuações no Brasileiro e no Mundial e culminam em algo maior: a relação de Daniele Hypólito com Georgette Vidor, sua técnica e principal opositora da CBG, que, antes do Pan, disse ter dúvidas quanto aos resultados da ginasta e da seleção.
"A Dani está dividida. Quando vai competir, se a Georgette está no local, como aqui, ela fica procurando a técnica na arquibancada. Sente uma pressão. Por um lado, ela gosta da gente. Por outro, mantém um carinho pela Georgette, que vive criticando a seleção e a CBG", afirma Vicélia.
A dirigente diz que a ação busca impedir queda maior no rendimento da atleta, que detém o melhor resultado do país em Olimpíada (20º lugar) e obteve os primeiros pódios em Mundiais (prata) e na Copa do Mundo (ouro).
"Propomos a ela que não fosse ao Pan, pois estava tensa. Mas tinha a história de ela exorcizar 99 [quando foi mal]. Porém, antes, houve épocas em que a levamos ao hospital quase todos os dias. Perguntei se queria dispensa, mas ela disse que não. Então, levamos a mãe para ficar um mês com ela em Curitiba", disse Vicélia.
Segundo ela, a palavra final, sobre continuar em Curitiba, será da atleta, ao contrário do que ocorreu em 2002, quando a CBG convocou as ginastas e ameaçou excluir as que não se apresentassem. "Não é justo que a Dani sofra pela questão da CBG com a Georgette", diz a dirigente, que não precisou a razão do racha com a técnica. "Foram vários fatores."
Daniele, por sua vez, prefere aguardar e não fala sobre as críticas de Georgette e as condutas da CBG. "Isso será resolvido entre Flamengo, CBG e Georgette."
A Folha tentou contato com Georgette, mas não conseguiu localizá-la em Anaheim.
À parte dos problemas, Diego deixa os EUA com o quarto lugar no solo (melhor resultado de um brasileiro em Pré-Olímpicos) e a sétima colocação no salto. (CRISTIANO CIPRIANO POMBO)


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