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São Paulo, segunda-feira, 25 de agosto de 2003

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Daiane dos Santos cria sequência acrobática e dá ao Brasil a 1ª vitória em Mundiais de ginástica

Ouro de menina

Mark J. Terrill/Associated Press
A gaúcha Daiane dos Santos, 1,45 m e 41Kg, festeja a primeira vitória do Brasil em Mundial de ginástica artística


CRISTIANO CIPRIANO POMBO
DA REPORTAGEM LOCAL

A gaúcha Daiane dos Santos, 20, entrou para a história ao conquistar o primeiro ouro do Brasil em um Mundial de ginástica artística.
Ela foi a última a entrar no tablado do ginásio Arrowhead Pond, em Anaheim (EUA), para apresentar sua série nos exercícios de solo, a prova que encerrava a 37ª edição do Mundial.
Antes dela, a romena Catalina Ponor já havia tirado nota 9,700, seguida da espanhola Elena Gomez, que defendia o título mundial e tinha registrado 9,675.
Apesar da pressão, a ginasta gaúcha registrou a melhor performance de sua carreira e obteve dos jurados a nota 9,737.
Com o feito, Daiane quebrou a invencibilidade da espanhola, que não perdia uma final no solo desde 2002 e já havia derrotado a brasileira em dois torneios, durante etapas da Copa do Mundo, em Paris e em Cottbus (Alemanha).
O resultado coroa a melhor temporada da ginasta, que já havia conquistado um bronze em Cottbus e um quarto lugar em Paris, e fecha com ouro a melhor atuação brasileira em Mundiais.
Um dos trunfos de Daiane foi o duplo twist carpado, movimento que ela desenvolveu durante este ano com o técnico ucraniano Oleg Ostapenko. A série acrobática, na qual a atleta executa um mortal com meia-volta e dois giros no ar, recebeu qualificação Super E (altíssimo grau de dificuldade) dos jurados e foi o algo mais que faltou no Mundial de Ghent-2001, quando Daniele Hypólito obteve o primeiro pódio do país e Daiane obteve a quarta colocação.
Descoberta quando brincava em uma praça de Porto Alegre, a atleta mostrou em Anaheim estar livre da contusão no joelho direito, que a tirou de boa parte da temporada passada, inclusive do Mundial de Debrecen (HUN), e a forçou a se submeter a uma artroscopia antes do Pan.
O resultado também apaga sua má atuação em Santo Domingo, quando disse: "O Pan é mais importante para a confederação e para o COB. Para nós [ginastas], o que vale mesmo é o Mundial".
Agora, a atleta do Grêmio Náutico União, que treina há nove anos e, ao lado de Daniele Hypólito, é a única a ter patrocínio pessoal (da Brasil Telecom), terá agora a chance de realizar seu sonho: atuar pela primeira vez na Olimpíada. Daiane até foi para Sydney, em 2000, mas como reserva.
Hoje, três anos depois, a ginasta de 1,45 m, que assegurou a vaga para Atenas-04 na última semana com a seleção, larga como uma das maiores esperanças para o primeiro pódio olímpico do país.


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