São Paulo, quarta-feira, 25 de agosto de 2004

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Sul-Americana sente expansão

Segundo principal interclubes do continente, que começa hoje para os brasileiros, abre espaço para times de pouca tradição internacional e alcança não só os grandes centros

RODRIGO BUENO
DA REPORTAGEM LOCAL

A Copa Sul-Americana, o segundo principal torneio interclubes do continente, assume ainda mais nesta temporada ser a versão meridional da Copa da Uefa.
A disputa, que começa neste meio de semana para os times brasileiros, está mais descentralizada, com vários clubes de pouca tradição internacional e com muitas partidas fora dos grandes centros comerciais, mais acostumados a receber jogos importantes.
Na Europa, a Copa da Uefa é uma espécie de "consolo" para os clubes que não ganham vaga na Copa dos Campeões. Na América do Sul, as principais potências do continente se acostumaram ao longo dos anos a atuar tanto na Libertadores quanto no segundo torneio mais forte -Supercopa e Copa Mercosul foram exemplos de torneios sul-americanos restritos aos clubes mais poderosos.
"O que engrandece mesmo um time é uma competição internacional. Temos o exemplo do Once Caldas [time de Manizales que venceu a Libertadores deste ano], que agora vai se solidificar como clube", disse J. Hawilla, principal executivo da Traffic, agência que possui os direitos da competição.
Pelo Brasil, Goiás, Paraná e Figueirense serão "batizados" internacionalmente na Sul-Americana. Estão na fase eliminatória nacional, que conta com 12 clubes. Na Argentina, o Banfield, clube com 108 anos, joga agora pela primeira vez uma disputa oficial internacional. Em outros países, a renovação também é tendência.
O atual campeão da Sul-Americana é o Cienciano, time peruano de Cuzco. Venceu ontem em sua estréia o Carabobo, clube venezuelano pouco famoso (manda jogos em Valencia). Outro peruano na disputa é o não menos desconhecido Coronel Bolognesi.
A Copa Sul-Americana está em sua terceira edição, a segunda com a presença de clubes brasileiros. O projeto, porém, é transformá-la em disputa pan-americana.
"Podemos ter nas próximas edições dois times dos EUA, um do Caribe e outros da Concacaf. Os torneios demoram de três a cinco anos para pegar. A Mercosul foi sucesso logo no segundo ano, mas isso não é comum", disse Hawilla.
Um fator que explica tantos "clubes novos" na Sul-Americana é a obediência a critérios técnicos em torneios nacionais. Goiás, Paraná e Figueirense só estão na disputa porque ficaram em boa posição no Brasileiro-2003. Clubes de peso, como Corinthians e Vasco, foram mal e não se classificaram.
Mas ainda há vagas por convite na Sul-Americana -São Paulo, Cruzeiro, Grêmio e Flamengo jogam por serem os mais bem colocados no ranking da Conmebol.


NA TV - Paraná x Santos (menos para BH) e Goiás x Atlético-MG (só BH), Globo, às 21h40


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