São Paulo, quinta-feira, 25 de agosto de 2005

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São Paulo, sem Cicinho, prolonga a agonia

MÁRVIO DOS ANJOS
DA REPORTAGEM LOCAL

A apatia foi a principal marca do modorrento empate em 1 a 1 entre São Paulo e Fluminense, no Morumbi. Um resultado pior para os paulistas, que poderiam ter saído ontem da zona de descenso do Brasileiro se tivessem vencido, já que o Flamengo, dois pontos à sua frente, só empatou com o Cruzeiro (0 a 0).
"Faltou dar um pouquinho mais. Jogo dentro de casa precisa ganhar, só assim a gente vai sair dessa situação", disse Amoroso, autor do gol que salvou o time.
O jogo começou com um desfalque inesperado. Exames exigidos pelo Real Madrid sacaram o lateral Cicinho a menos de quatro horas do início da partida de ontem, o que irritou o treinador são-paulino, Paulo Autuori.
Questionado sobre a ausência repentina, o técnico foi lacônico antes do jogo: "Vamos apoiar o Alê", disse, sobre o substituto.
Para seguir jogando no São Paulo até o fim deste ano, Cicinho tem que atuar com um seguro e, para isso, teria que fazer exames em jejum hoje pela manhã.
Como o jogador atrapalharia toda a sua programação alimentar, o departamento médico do São Paulo preferiu poupá-lo.
O Fluminense, que estreava o meia Petkovic, começou o jogo tentando se impor com base em seu toque de bola.
O São Paulo atacava com mais velocidade, mas suas estocadas não eram muito melhores. A partida era ruim no primeiro tempo, com apenas um grande momento: a bicicleta de Amoroso diante de Gabriel, que obrigou Kléber a realizar grande defesa para não ser encoberto.
Só aos 42min, o Fluminense conseguiu sua primeira grande jogada. Felipe cortou para o meio e lançou Petkovic dentro da área. A tentativa de domínio resultou em passe para Leandro que, diante de Rogério, isolou.
O resumo do primeiro tempo foi fraco, com o Datafolha registrando só quatro conclusões dos cariocas e seis dos paulistas.
Os dois times voltaram iguais para o segundo tempo, embora o São Paulo começasse a mostrar mais disposição.
O time quase conseguiu seu primeiro gol em um lance grotesco da zaga rival, que não conseguiu tirar a bola da área por três vezes. Na terceira, o zagueiro Lugano quase fez o gol.
Aos 5min, Autuori resolveu dar um basta e tirou Leandro Bonfim, em noite sofrível, para escalar Souza, atrás de mais vibração.
Tão logo entrou, o meia sofreu uma falta entre dois cariocas que fez a torcida pedir pênalti no Morumbi. O lance, no entanto, foi fora da área, embora nem isso fosse marcado pelo árbitro Carlos Eugênio Simon, criticado na véspera pelo supervisor são-paulino, Marco Aurélio Cunha. Logo depois, Autuori tentou mais velocidade com Vélber no lugar de Danilo, mas a apatia continuou.
Só a partir dos 20min do segundo tempo, o goleiro Kléber começou a trabalhar mais. Numa falta cobrada da direita, ele acompanhou a cabeçada de Christian na pequena área. Quatro minutos depois, Rogério teve sua chance de falta frontal e bateu com perigo, mas Kléber espalmou.
Aos 36min, o São Paulo pagou caro pelo desinteresse. Juan cruzou da esquerda, e Tuta, que começou no banco por decisão de Abel Braga, substituiu Leandro, foi de peixinho para fazer 1 a 0 em posição duvidosa e desabafou.
"Ele [Abel] diz que eu estou em má fase, eu não sei que má fase é essa. Em seis jogos tenho quatro gols", disse Tuta.
A resposta do São Paulo não tardou. Depois de lançamento do meio, Amoroso matou no peito, saiu nas costas da zaga carioca e chutou vencendo Kléber. Era o 1 a 1, um resultado justo para dois times que pouco fizeram.
No próximo domingo, o São Paulo enfrenta fora de casa o Paraná. O Fluminense, em sexto, recebe o Paysandu.


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