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São Paulo, sem Cicinho, prolonga a agonia
MÁRVIO DOS ANJOS
DA REPORTAGEM LOCAL
A apatia foi a principal marca do
modorrento empate em 1 a 1 entre
São Paulo e Fluminense, no Morumbi. Um resultado pior para os
paulistas, que poderiam ter saído
ontem da zona de descenso do
Brasileiro se tivessem vencido, já
que o Flamengo, dois pontos à
sua frente, só empatou com o
Cruzeiro (0 a 0).
"Faltou dar um pouquinho
mais. Jogo dentro de casa precisa
ganhar, só assim a gente vai sair
dessa situação", disse Amoroso,
autor do gol que salvou o time.
O jogo começou com um desfalque inesperado. Exames exigidos
pelo Real Madrid sacaram o lateral Cicinho a menos de quatro horas do início da partida de ontem,
o que irritou o treinador são-paulino, Paulo Autuori.
Questionado sobre a ausência
repentina, o técnico foi lacônico
antes do jogo: "Vamos apoiar o
Alê", disse, sobre o substituto.
Para seguir jogando no São Paulo até o fim deste ano, Cicinho tem
que atuar com um seguro e, para
isso, teria que fazer exames em jejum hoje pela manhã.
Como o jogador atrapalharia
toda a sua programação alimentar, o departamento médico do
São Paulo preferiu poupá-lo.
O Fluminense, que estreava o
meia Petkovic, começou o jogo
tentando se impor com base em
seu toque de bola.
O São Paulo atacava com mais
velocidade, mas suas estocadas
não eram muito melhores. A partida era ruim no primeiro tempo,
com apenas um grande momento: a bicicleta de Amoroso diante
de Gabriel, que obrigou Kléber a
realizar grande defesa para não
ser encoberto.
Só aos 42min, o Fluminense
conseguiu sua primeira grande
jogada. Felipe cortou para o meio
e lançou Petkovic dentro da área.
A tentativa de domínio resultou
em passe para Leandro que, diante de Rogério, isolou.
O resumo do primeiro tempo
foi fraco, com o Datafolha registrando só quatro conclusões dos
cariocas e seis dos paulistas.
Os dois times voltaram iguais
para o segundo tempo, embora o
São Paulo começasse a mostrar
mais disposição.
O time quase conseguiu seu primeiro gol em um lance grotesco
da zaga rival, que não conseguiu
tirar a bola da área por três vezes.
Na terceira, o zagueiro Lugano
quase fez o gol.
Aos 5min, Autuori resolveu dar
um basta e tirou Leandro Bonfim,
em noite sofrível, para escalar
Souza, atrás de mais vibração.
Tão logo entrou, o meia sofreu
uma falta entre dois cariocas que
fez a torcida pedir pênalti no Morumbi. O lance, no entanto, foi fora da área, embora nem isso fosse
marcado pelo árbitro Carlos Eugênio Simon, criticado na véspera
pelo supervisor são-paulino,
Marco Aurélio Cunha. Logo depois, Autuori tentou mais velocidade com Vélber no lugar de Danilo, mas a apatia continuou.
Só a partir dos 20min do segundo tempo, o goleiro Kléber começou a trabalhar mais. Numa falta
cobrada da direita, ele acompanhou a cabeçada de Christian na
pequena área. Quatro minutos
depois, Rogério teve sua chance
de falta frontal e bateu com perigo, mas Kléber espalmou.
Aos 36min, o São Paulo pagou
caro pelo desinteresse. Juan cruzou da esquerda, e Tuta, que começou no banco por decisão de
Abel Braga, substituiu Leandro,
foi de peixinho para fazer 1 a 0 em
posição duvidosa e desabafou.
"Ele [Abel] diz que eu estou em
má fase, eu não sei que má fase é
essa. Em seis jogos tenho quatro
gols", disse Tuta.
A resposta do São Paulo não tardou. Depois de lançamento do
meio, Amoroso matou no peito,
saiu nas costas da zaga carioca e
chutou vencendo Kléber. Era o 1 a
1, um resultado justo para dois times que pouco fizeram.
No próximo domingo, o São
Paulo enfrenta fora de casa o Paraná. O Fluminense, em sexto, recebe o Paysandu.
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