São Paulo, quinta-feira, 25 de agosto de 2005

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FUTEBOL

Bahia, Ceará e Sport, fundadores da primeira divisão, ficam longe do topo e flertam com rebaixamento à Terceirona

Série B expõe crise de grandes nordestinos

PAULO COBOS
DA REPORTAGEM LOCAL

Eles participaram do primeiro Brasileiro, em 1971. Em seus Estados, os maiores do Nordeste, são os times de mais história na competição. O passado é glorioso, mas o presente, nebuloso.
Bahia, Ceará e Sport, gigantes nordestinos, vão muito mal na Série B do Nacional. Os dois primeiros lutam contra o rebaixamento à Terceirona. A equipe pernambucana se encontra fora da zona de classificação à próxima fase e também corre risco de sucumbir.
O desempenho ruim no certame é mais um capítulo de uma decadência que acontece tanto no âmbito nacional quanto local.
Bahia e Sport, ambos sócios do Clube dos 13, continuam líderes de conquistas nos seus respectivos estaduais, mas viram a concorrência se aproximar neste século, período em que o Ceará perdeu a liderança para o Fortaleza, que disputa a divisão de elite.
O Bahia não é campeão estadual desde 2001 -o Vitória, em melhor situação na Série B, é o atual tricampeão baiano.
Nos últimos cinco anos, o Sport ganhou o Pernambucano só uma vez. O clube ainda tem o dissabor de ver o rival Santa Cruz como melhor time da segunda divisão e o Náutico com um melhor aproveitamento na competição.
O Ceará terminou seu Estadual nesta temporada apenas na quinta colocação, atrás de times modestos como Icasa e Uniclinic.
Com cofres esvaziados, o trio acumula fiascos em 2005.
Campeão nacional de 1988, o Bahia, que vai terminar a 19ª e antepenúltima rodada da Série B na zona de rebaixamento, desperta a ira de sua torcida.
Ontem, no desembarque da equipe em Salvador, após derrota de virada para o Sport, os fãs da equipe tentaram agredir os jogadores no aeroporto.
"Isso é altamente justificável. Pela situação em que nos encontramos, eles têm mais é que protestar mesmo", reconhece Procópio Cardoso, treinador do Bahia.
A vitória sobre os baianos aliviou a situação do Sport, outro que já ganhou a primeira divisão (em 1987). Mas o time vive em ebulição desde o início do ano.
Neco, que estreou contra o Bahia, é nada menos do que o quinto treinador da equipe de Recife na temporada. "Cada treinador que chega pede reforços e acaba colocando os jogadores que estavam no clube na reserva. Com isso, não se cria uma unidade no grupo", diagnosticou.
O Ceará teve um bom momento no primeiro semestre, quando foi às semifinais da Copa do Brasil com Jair Pereira como técnico.
Mas os resultados ruins fizeram o time mudar de comando -Valdyr Espinosa foi contratado. Ele não foi capaz de afastar o time da turma do desespero. O Ceará está só um ponto acima da turma dos que seriam degolados se o torneio já tivesse terminado.
A primeira fase da Segundona acaba no início de setembro. Os oito melhores avançam à próxima fase -Santa Cruz e Grêmio já estão classificados. Os seis piores vão para a terceira divisão.


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