São Paulo, segunda-feira, 25 de agosto de 2008

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Nadal, enfim, estréia como nº 1

Após passar 160 semanas atrás de Federer, espanhol testa status inédito hoje no Aberto dos EUA

Tenista joga pela primeira vez como líder do ranking em seu pior Grand Slam, onde nunca foi além das quartas em 5 participações

FERNANDO ITOKAZU
DA REPORTAGEM LOCAL

Para chegar à vice-liderança do ranking, em 25 de julho de 2005, o espanhol Rafael Nadal precisou conquistar nove títulos, sendo um de Grand Slam e dois de Masters Series.
O topo estava bem próximo, mas a expectativa do espanhol foi longa, e o trabalho, árduo.
Após uma espera recorde de 160 semanas, outros 22 títulos, entre eles quatro de Grand Slam e dez de Masters Series, e marcas históricas (como série de 81 vitórias seguidas no saibro), Rafael Nadal Parera foi nomeado na semana passada o 24º tenista a alcançar o posto de número um do ranking.
Ele já tinha acumulado pontos suficientes para desbancar o suíço Roger Federer com a semifinal em Cincinnati, no início do mês, mas, por causa do calendário alterado para encaixar a Olimpíada, só pôde ver seu nome no topo da lista na última segunda, já com o ouro obtido em Pequim no peito.
E só hoje, por volta das 15h, contra o alemão Bjorn Phau, na estréia do Aberto dos EUA, Nadal joga na condição oficial de número um. "A pressão é a mesma, quando seu objetivo é sempre ganhar. Estou muito feliz por ser o número 1. É uma grande satisfação depois de ficar tanto tempo como número 2, mas não muda muita coisa", afirmou Nadal, 22, que em Nova York apresenta seus piores resultados em Grand Slam.
O espanhol nunca passou das quartas-de-final no evento, apesar de ser o Grand Slam que mais disputou (cinco). Além dos títulos em Roland Garros (quatro) e Wimbledon, ele já foi semifinalista na Austrália.
O retrospecto ruim, porém, parece não abalar Nadal. "Antes, eu jogava bem em superfície rápida, mas não conseguia títulos. Neste ano, venci Toronto e a Olimpíada e fui às semifinais em Cincinnati", afirmou.
Outro que encara mudanças em Nova York é o tetracampeão Roger Federer, que não figura como primeiro cabeça-de-chave de um torneio que participa pela primeira vez desde o Aberto da Austrália de 2004.
A temporada com duas finais de Grand Slam e o ouro olímpico nas duplas seria memorável para a maioria dos tenistas. Mas, para ele, 2008 é, até hoje, um ano para ser esquecido.
Em janeiro, após sofrer com um vírus estomacal, caiu na semifinal na Austrália e ficou fora de uma decisão de Grand Slam pela primeira vez desde 2005.
Após conquistar apenas um título na temporada (Estoril), o suíço voltou a decidir um Grand Slam, em Roland Garros. E foi arrasado por Nadal, com direito até a "pneu" (6/0).
Em Wimbledon, viu o espanhol encerrar sua série recorde de 65 triunfos seguidos na grama e impedir que igualasse a marca de seis títulos consecutivos no tradicional torneio.
Com tantos tropeços e a ascensão de Nadal, foi destronado após 237 semanas no topo. "Rafa agora vai sentir o que eu senti por muito tempo. Será interessante ver como ele vai lidar [com a pressão]. Mas até agora ele está jogado bem em todas as superfícies."

NA TV - Aberto dos EUA
Sportv 2, ao vivo, às 12h


Com agências internacionais

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