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QUADRO DE MEDALHAS
China faz planos para multiplicar campeões
País planeja investir em esportes nobres, como natação e atletismo
Vencedores da Olimpíada, chineses planejam próximo ciclo, enquanto americanos, por seus parâmetros, dizem estar satisfeitos com Jogos
ADALBERTO LEISTER FILHO
LUÍS FERRARI
ENVIADOS ESPECIAIS A PEQUIM
Antes dos Jogos, esperava-se
uma disputa acirrada entre
EUA e China pelo topo do quadro de medalhas. Mas o que se
viu foi uma vitória folgada dos
anfitriões (51 ouros a 36).
Enquanto os chineses falam
em evoluir para a próxima
Olimpíada (Londres-2012), os
norte-americanos adotam discurso diverso, tentando mostrar que houve avanço e que o
país liderou a classificação.
Para Liu Peng, chefe de missão chinesa, a competição mostrou que o país está mais forte
em vários esportes. O número
de títulos conquistados, por
exemplo, saltou de 32 em Atenas-2004 para 51 em Pequim,
um aumento de 59% de ouros.
É o primeiro país da Ásia a liderar o quadro de medalhas.
No entanto, o comitê local
diz que ainda há muito a crescer. "Temos que ter a mente sóbria agora", disse Liu.
Nos esportes-base da Olimpíada, os chineses entendem
que ainda é preciso formar
equipes competitivas. Na natação, o país amealhou três ouros,
duas pratas e seis bronzes -sétimo colocado na modalidade
em que os EUA lideraram o
quadro geral de medalhas.
Pior ocorreu no atletismo,
esporte em que a China regrediu. Em Atenas, conquistou
dois ouros -em Pequim, foram
apenas dois bronzes.
Liu Xiang, ex-recordista
mundial dos 110 m com barreiras e maior aposta da delegação, desistiu por lesão.
"Estamos atrás em esportes
coletivos. No atletismo, na natação e no ciclismo estamos
bem atrás", avaliou o dirigente.
"Os EUA ainda apresentam
maior regularidade, conquistando medalhas em mais modalidades", acrescentou ele.
O cartola qualificou como
um "milagre" a performance de
Michael Phelps, que obteve oito ouros na natação. Elogiou
também o desempenho da Jamaica no atletismo.
Outro desafio para a China é
realizar uma política esportiva
englobando não só o alto nível,
mas também a saúde pública.
"Temos que aprender com as
lições dos outros para manter
as pessoas mais interessadas no
esporte e incentivá-las a praticar exercícios", disse ele, em
alusão aos EUA e à Europa.
O Usoc (o comitê olímpico
dos EUA) negou qualquer tipo
de frustração. "Os atletas excederam nossas expectativas",
disse Peter Ueberroth, presidente do comitê, que adota o
total de medalhas como critério de classificação -é o costume nos EUA, inclusive na mídia. Por essa contagem, a liderança prossegue americana.
"Observamos esta Olimpíada
como um dos grandes sucessos
da história do comitê olímpico
dos EUA", falou Jim Scherr, diretor-executivo da entidade.
De fato, por esses critérios, é
o melhor desempenho desde os
174 pódios obtidos em Los Angeles-84, quando o país foi sede
e os Jogos sofreram boicote de
países do então bloco soviético.
"Não estamos descontentes
com a contagem do número de
ouros. Aprenderemos com isso
e também com os chineses.
Mas, com os recursos que tivemos disponíveis, fomos muito
bem", defendeu Scherr.
100ª
medalha da China foi
conquistada pelo pugilista Zhang Zhilei, da categoria acima de 91 kg. A
prata encerrou a gloriosa
participação do país anfitrião nos Jogos Olímpicos. Zhang perdeu na final para o italiano Roberto Cammarelle.
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