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CUBA
Cuba termina em 28º e confirma sua decadência
Com dois ouros, país faz a pior campanha desde os Jogos de 1968
Após 36 anos, cubanos ficam sem ouro no boxe; deserções prejudicaram a equipe, que obteve quatro pratas e quatro bronzes
GIULLIANA BIANCONI
DA REPORTAGEM LOCAL
Dayron Robles, recordista
mundial dos 110 m com barreiras, era o único atleta da delegação cubana com status de "estrela" na Olimpíada de Pequim.
Apenas por esse detalhe, já era
possível desconfiar que, desta
vez, algo seria diferente.
E foi. Ontem, quando as disputas chegaram ao fim, o quadro de medalhas estampava a
pior campanha de Cuba desde a
Cidade do México-1968.
Apenas o 28º lugar, com 24
medalhas. Um fracasso para
um país que, desde a década de
70, quando o desporto passou a
ser uma "questão de Estado",
acostumou-se a figurar entre os
dez melhores em Olimpíadas.
O abismo que se formou entre Atenas-2004, quando Cuba
ficou em 11º, e Pequim-2008
deve-se, principalmente, ao
fiasco do boxe. Após 36 anos, os
cubanos vão para casa sem ouro olímpico nesse esporte.
Em Atenas-2004, apesar do
sinal de alerta para a decadência cubana ter sido dado (na
ocasião, o país ficou fora do top
10), os badalados pugilistas ainda brilharam. O peso galo Guillermo Rigondeaux, o mesmo
que, três anos depois, desertaria no Pan do Rio, foi um dos
cinco ouros que Cuba obteve
nos ringues da Grécia. Houve
ainda duas pratas e um bronze.
Em Pequim, o boxe também
rendeu oito medalhas a Cuba.
Mas, com uma equipe desfalcada por deserções e composta
por pugilistas estreantes em
Jogos, foram quatro de prata e
outras quatro de bronze.
Os ouros cubanos, nesta edição, foram apenas dois. Sim,
Dayron Robles fez jus ao status
de estrela. No Ninho de Pássaro, venceu a prova que rendeu o
maior sofrimento aos chineses.
A disputa do atletismo mais
aguardada pelos anfitriões ficou sem um dos protagonistas
quando Liu Xiang, lesionado,
abandonou a pista. Sem seu rival, Robles chegou ao segundo
ouro cubano em Pequim.
O primeiro havia sido conquistado por Mijain Lopez, na
luta greco-romana. Mas ele,
salvo numa repescagem, quase
nem chega à decisão. Outro
motivo de tristeza em Cuba foi
a derrota na final do beisebol,
para a Coréia do Sul.
Após décadas de evolução no
esporte, a maior ilha do Caribe
encara uma nova realidade.
Chega ao fim de uma Olimpíada bem distante do seleto grupo das potências olímpicas.
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