São Paulo, segunda-feira, 25 de agosto de 2008

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CUBA

Cuba termina em 28º e confirma sua decadência

Com dois ouros, país faz a pior campanha desde os Jogos de 1968

Após 36 anos, cubanos ficam sem ouro no boxe; deserções prejudicaram a equipe, que obteve quatro pratas e quatro bronzes

GIULLIANA BIANCONI
DA REPORTAGEM LOCAL

Dayron Robles, recordista mundial dos 110 m com barreiras, era o único atleta da delegação cubana com status de "estrela" na Olimpíada de Pequim. Apenas por esse detalhe, já era possível desconfiar que, desta vez, algo seria diferente.
E foi. Ontem, quando as disputas chegaram ao fim, o quadro de medalhas estampava a pior campanha de Cuba desde a Cidade do México-1968.
Apenas o 28º lugar, com 24 medalhas. Um fracasso para um país que, desde a década de 70, quando o desporto passou a ser uma "questão de Estado", acostumou-se a figurar entre os dez melhores em Olimpíadas.
O abismo que se formou entre Atenas-2004, quando Cuba ficou em 11º, e Pequim-2008 deve-se, principalmente, ao fiasco do boxe. Após 36 anos, os cubanos vão para casa sem ouro olímpico nesse esporte.
Em Atenas-2004, apesar do sinal de alerta para a decadência cubana ter sido dado (na ocasião, o país ficou fora do top 10), os badalados pugilistas ainda brilharam. O peso galo Guillermo Rigondeaux, o mesmo que, três anos depois, desertaria no Pan do Rio, foi um dos cinco ouros que Cuba obteve nos ringues da Grécia. Houve ainda duas pratas e um bronze.
Em Pequim, o boxe também rendeu oito medalhas a Cuba. Mas, com uma equipe desfalcada por deserções e composta por pugilistas estreantes em Jogos, foram quatro de prata e outras quatro de bronze.
Os ouros cubanos, nesta edição, foram apenas dois. Sim, Dayron Robles fez jus ao status de estrela. No Ninho de Pássaro, venceu a prova que rendeu o maior sofrimento aos chineses. A disputa do atletismo mais aguardada pelos anfitriões ficou sem um dos protagonistas quando Liu Xiang, lesionado, abandonou a pista. Sem seu rival, Robles chegou ao segundo ouro cubano em Pequim.
O primeiro havia sido conquistado por Mijain Lopez, na luta greco-romana. Mas ele, salvo numa repescagem, quase nem chega à decisão. Outro motivo de tristeza em Cuba foi a derrota na final do beisebol, para a Coréia do Sul.
Após décadas de evolução no esporte, a maior ilha do Caribe encara uma nova realidade. Chega ao fim de uma Olimpíada bem distante do seleto grupo das potências olímpicas.


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