São Paulo, terça-feira, 25 de agosto de 2009

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show de calouros

"Caçulas" desafiam o sobe e desce

Na contramão da era dos pontos corridos, times que subiram da Série B no ano passado fazem bom papel na 1ª divisão

Dos 16 times que subiram para a elite sob as atuais regras até a temporada anterior, seis caíram de novo logo na sequência

Ricardo Nogueira - 2.ago.2009/Folha Imagem
Avaí segura o empate contra o Corinthians, um dos 11 jogos da fase invicta do time

PAULO COBOS
RICARDO VIEL
DA REPORTAGEM LOCAL

Subir é difícil. Permanecer no topo é muito mais.
Até o ano passado, essa era a máxima dos clubes promovidos à primeira divisão do Brasileiro. Bem diferente do que acontece com a turma de 2009.
Vindos da Série B, Avaí, Barueri, Corinthians e Santo André não repetem as histórias de fracassos nos pontos corridos de quem veio da Série B.
Desde 2003, quando começou a era dos pontos corridos, até o ano passado, dos 16 times promovidos à elite seis caíram já no primeiro ano nela.
Só em 2004 o Brasileiro terminou sem um recém-promovido rebaixado, mas, naquela ocasião, o Botafogo só escapou da degola na última rodada.
Agora, o Santo André é o único no "grupo de risco", mas o clube do ABC ainda é o 15º e foi figura frequente no top 10.
Já o Avaí, que não disputava a primeira divisão desde 1979, é a maior surpresa do Nacional. Invicto há 11 jogos, o time, que chegou a ser o lanterna, é agora o quarto colocado na zona de classificação à Libertadores.
Campeão da Copa do Brasil e do Paulista, o Corinthians não chega a ser uma surpresa, mas o Barueri, a apenas dois pontos da quarta colocação, a última que dá lugar no torneio sul-americano, é outra novidade.
Para derrubarem o histórico de bate e volta dos pontos corridos, a turma de 2009 não segue uma fórmula padrão.
O Avaí foi quem melhor seguiu a receita comum no manual para se dar bem no futebol. O clube lançou em 2004 um planejamento que visava colocar o time na elite e ganhar músculos financeiros por meio de um grande número de sócios -tem hoje mais de 10 mil.
Manteve a base do time que subiu no ano passado e não demitiu o técnico Silas nem quando o time estava na zona do rebaixamento. "Entendemos que somos um time pequeno e, por isso, nossa primeira meta é permanecer na Série A. Mas não estamos surpresos com nosso desempenho até agora, porque temos um bom grupo e um técnico que está entre os melhores do país", comemora Moisés Candido, o coordenador técnico do clube catarinense.
Receitas mais heterodoxas trilharam os novatos paulistas Barueri e Santo André.
O primeiro passa por forte crise institucional e financeira depois que a diretoria do time rompeu com o prefeito da cidade.O Tribunal de Contas do Estado ordenou que o clube devolvesse aos cofres do município R$ 1,3 milhão em repasses considerados indevidos.
"Estamos passando por uma situação financeira muito difícil. Houve atraso de direito de imagem dos jogadores, e vimos que isso repercutiu em campo. Agora já foi sanado, mas fica difícil trabalha assim", admite Walter Sanches, presidente do conselho deliberativo do clube.
Sob o controle de empresários do Grande ABC, o Santo André tem um elenco cheio de veteranos. E está longe de fazer um trabalho de longo prazo. O técnico Sérgio Guedes deixou o comando do clube durante o Brasileiro acusando a diretoria de interferir em seu trabalho.


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