São Paulo, quarta-feira, 25 de setembro de 2002

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FUTEBOL

Parreira quer time "brigador" hoje, diante do Juventude, para se igualar aos gaúchos e elevar moral para o clássico

Contra líder, Corinthians joga às avessas

Fernando Santos/Folha Imagem
Angelo, que será titular do Corinthians hoje, acompanha jogada de Fabrício em treino do time


DIOGO PINHEIRO
DA REPORTAGEM LOCAL

Abrir mão do "fair play", deixar de lado o retrospecto de time que menos comete faltas no Brasileiro-2002 e ter uma pegada forte.
É com a postura de "brigador" que o Corinthians espera vencer o Juventude, líder do Nacional, hoje, às 20h30, em Caxias do Sul (RS) e se igualar em números de pontos com a equipe gaúcha.
O time do técnico Carlos Alberto Parreira é o terceiro colocado do Brasileiro, com 23 pontos, três a menos que o Juventude.
"Em uma partida como essa [contra o líder", não vale a pena só jogar futebol, tem de "brigar". Não é "brigar" e jogar, mas, sim, jogar e "brigar". No bom sentido, é lógico", afirmou Parreira.
O pedido do treinador para que o time seja impetuoso tem um objetivo extra. Superando o Juventude, o Corinthians alcançaria a sequência inédita de três vitórias consecutivas neste Brasileiro e ficaria ainda mais motivado para enfrentar o arqui-rival São Paulo, no clássico do próximo domingo.
Mas os corintianos tentam evitar declarações polêmicas na semana que antecede o jogo com o rival paulista e preferem atribuir maior importância ao confronto de hoje. "O jogo com o São Paulo é um clássico, mas é normal. Já a partida contra o Juventude não é tão normal assim, pela peculiaridade de estar se enfrentando o líder", disse o atacante Guilherme.
Além de elevar a moral do grupo para o clássico, um triunfo na jornada de hoje poderia levar o Corinthians à liderança do Nacional, se não fosse o saldo de gols negativo da equipe (-1 contra nove do Juventude).
O time de Parreira só assumiria a ponta da tabela se vencesse os gaúchos por uma diferença de 11 gols. Missão impossível, ainda mais diante da melhor defesa do Brasileiro-2002 (seis gols sofridos em 12 jogos, média de 0,5).
Por isso, o próprio treinador corintiano prevê uma partida truncada, de muita marcação e poucos gols. "Vai ser um jogo de escore [placar] bem apertado", disse.
E a previsão de Parreira tem fundamento. Dentre os oito primeiros colocados do Nacional, Corinthians e Juventude detêm os piores ataques entre esses clubes -os paulistas marcaram 16 vezes (média de 1,33 gol por jogo), e os gaúchos, 15 vezes (média de 1,25).
As coincidências entre os times param por aí. Os rivais têm características totalmente opostas.
Enquanto o Corinthians zela pela troca de passes e a manutenção da posse de bola, o Juventude prioriza a marcação.
Segundo levantamento do Datafolha, o time de Parreira lidera o ranking de aproveitamento de passes no Brasileiro (média de 89,7%). Nos desarmes, o Corinthians tem o terceiro pior desempenho (média de 118,9 por jogo).
Já o Juventude tem a segunda pior eficiência nos passes (média de 78,7%). Porém é o quinto time mais faltoso do Brasileiro (28,8) e o sexto que mais desarma (140,7).


NA TV - Sportv (só para Belo Horizonte e SP), ao vivo, a partir das 20h30



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