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AÇÃO
De parar o trânsito
CARLOS SARLI
COLUNISTA DA FOLHA
Surfistas da capital acostumados a descer todos os finais
de semana para surfar tiveram
uma oportunidade única na madrugada da quarta-feira, 17 de setembro: descer surfando para o litoral. Iniciativa do surfista João
Simonsen e apoio da G-Zero, cerca de 30 pessoas deslizaram em
skates e carveboards os 8,7 km de
serra e túneis da Imigrantes.
Depois de longa negociação
com a empresa que controla uma
das mais modernas e ecológicas
estradas do mundo, a data foi
acertada, e o trânsito, desviado.
"O trecho utilizado foi só o dos
túneis por três razões. A iluminação indispensável porque eles só
poderiam fechar a Imigrantes durante a madrugada, a segurança
porque os trechos fora dos túneis
têm um guardrail baixo e poderia
ser perigoso, e o telhado que foi
indispensável para a chuvinha da
madrugada na serra", disse João.
As dúvidas sobre a inclinação,
velocidade e piso foram se desfazendo a cada nova descida, que
levava em média 40 minutos e ficava cada vez melhor, para delírio dos participantes.
Quando ele disse que ia pendurar a tábua, seus fãs imploraram
para que reconsiderasse. Na época, há dois anos, o skatista Tony
Hawk, 35, avisou que a decisão
era definitiva. Não foi.
Pouco antes dos X-Games de
Los Angeles, ele, mais uma vez,
avisou que iria se aposentar. Mas
o maior skatista de todos os tempos, casado e pai de três filhos, tinha reservado seu melhor número para o final. Em pleno Staples
Center, o maior ginásio de Los
Angeles, em agosto, para delírio
de mais de 10 mil pessoas, ele executou com precisão um 900.
Embora já tivesse executado a
manobra que consiste em dar
duas voltas e meia no ar nos X-Games-99, foi a primeira vez que
ele fez valer dentro do limite de
tempo da competição. Recordista
em medalhas de ouro dos jogos,
com dez das mais brilhantes e 16
das demais, Hawk avisou logo
após o espetacular 900 que, dessa
vez, ia mesmo se retirar.
"Não quero mais a pressão da
competição". Quando questionado pelo jornal "Los Angeles Times" sobre quem poderia substituí-lo, ele deixou escapar o nome
do brasileiro Sandro Dias, 28.
O skate no Brasil ainda é marcado por contrastes. Vive a melhor fase competitiva no cenário
internacional, tem uma indústria
aquecida suprindo seus praticantes com produtos de boa qualidade a custos acessíveis e surgem
pistas em todos os cantos do país.
A Central Surf e a Plasma inauguraram recentemente a maior
pista da América Latina, com
1.000 m2, dentro do shopping Aricanduva, despertando grande interesse do mercado.
Tudo indicaria que o esporte
atravessa a melhor fase, não fosse
a ausência dos campeonatos profissionais. Reflexo das incertezas
da economia, o circuito de 2003
está pobre, curto e com cancelamentos. Hoje existem mais de 130
profissionais só no street. Daqui a
alguns anos esse número deverá
ser ainda maior. Mas não com
um circuito como o atual.
Supersurf
Tita Tavares já garantiu, por antecipação, sua VW Parati, com a vitória em Itacaré. No masculino, 13 surfistas seguem com chances de
conquistar o título nacional -e o carro- na etapa decisiva, em Saquarema (RJ), entre os dias 22 e 26 de outubro. Peterson Rosa é o
atual líder do ranking, seguido de perto pelo atual campeão, Leonardo Neves.
Pena exemplar
Em agosto, o snowboarder Michael Wolff, 20, entrou para a história
ao ser condenado a 240 dias de detenção por ter ""atropelado" com
sua prancha crianças que faziam aula de esqui no Colorado (EUA),
ano passado. Não é o primeiro snowboarder a ser condenado, mas é
a pena mais longa e mais cara: US$ 9.000.
E-mail sarli@revistatrip.com.br
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