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São Paulo, quinta-feira, 25 de setembro de 2003

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AÇÃO

De parar o trânsito

CARLOS SARLI
COLUNISTA DA FOLHA

Surfistas da capital acostumados a descer todos os finais de semana para surfar tiveram uma oportunidade única na madrugada da quarta-feira, 17 de setembro: descer surfando para o litoral. Iniciativa do surfista João Simonsen e apoio da G-Zero, cerca de 30 pessoas deslizaram em skates e carveboards os 8,7 km de serra e túneis da Imigrantes.
Depois de longa negociação com a empresa que controla uma das mais modernas e ecológicas estradas do mundo, a data foi acertada, e o trânsito, desviado.
"O trecho utilizado foi só o dos túneis por três razões. A iluminação indispensável porque eles só poderiam fechar a Imigrantes durante a madrugada, a segurança porque os trechos fora dos túneis têm um guardrail baixo e poderia ser perigoso, e o telhado que foi indispensável para a chuvinha da madrugada na serra", disse João.
As dúvidas sobre a inclinação, velocidade e piso foram se desfazendo a cada nova descida, que levava em média 40 minutos e ficava cada vez melhor, para delírio dos participantes.
 
Quando ele disse que ia pendurar a tábua, seus fãs imploraram para que reconsiderasse. Na época, há dois anos, o skatista Tony Hawk, 35, avisou que a decisão era definitiva. Não foi.
Pouco antes dos X-Games de Los Angeles, ele, mais uma vez, avisou que iria se aposentar. Mas o maior skatista de todos os tempos, casado e pai de três filhos, tinha reservado seu melhor número para o final. Em pleno Staples Center, o maior ginásio de Los Angeles, em agosto, para delírio de mais de 10 mil pessoas, ele executou com precisão um 900.
Embora já tivesse executado a manobra que consiste em dar duas voltas e meia no ar nos X-Games-99, foi a primeira vez que ele fez valer dentro do limite de tempo da competição. Recordista em medalhas de ouro dos jogos, com dez das mais brilhantes e 16 das demais, Hawk avisou logo após o espetacular 900 que, dessa vez, ia mesmo se retirar.
"Não quero mais a pressão da competição". Quando questionado pelo jornal "Los Angeles Times" sobre quem poderia substituí-lo, ele deixou escapar o nome do brasileiro Sandro Dias, 28.
 
O skate no Brasil ainda é marcado por contrastes. Vive a melhor fase competitiva no cenário internacional, tem uma indústria aquecida suprindo seus praticantes com produtos de boa qualidade a custos acessíveis e surgem pistas em todos os cantos do país.
A Central Surf e a Plasma inauguraram recentemente a maior pista da América Latina, com 1.000 m2, dentro do shopping Aricanduva, despertando grande interesse do mercado.
Tudo indicaria que o esporte atravessa a melhor fase, não fosse a ausência dos campeonatos profissionais. Reflexo das incertezas da economia, o circuito de 2003 está pobre, curto e com cancelamentos. Hoje existem mais de 130 profissionais só no street. Daqui a alguns anos esse número deverá ser ainda maior. Mas não com um circuito como o atual.

Supersurf
Tita Tavares já garantiu, por antecipação, sua VW Parati, com a vitória em Itacaré. No masculino, 13 surfistas seguem com chances de conquistar o título nacional -e o carro- na etapa decisiva, em Saquarema (RJ), entre os dias 22 e 26 de outubro. Peterson Rosa é o atual líder do ranking, seguido de perto pelo atual campeão, Leonardo Neves.

Pena exemplar
Em agosto, o snowboarder Michael Wolff, 20, entrou para a história ao ser condenado a 240 dias de detenção por ter ""atropelado" com sua prancha crianças que faziam aula de esqui no Colorado (EUA), ano passado. Não é o primeiro snowboarder a ser condenado, mas é a pena mais longa e mais cara: US$ 9.000.

E-mail sarli@revistatrip.com.br


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