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TÊNIS
"Tampões" falham em momentos cruciais, vêem Peru abrir e têm de vencer hoje nas duplas para evitar descenso na Davis
Brasil cai duas vezes e ronda a 3ª divisão
MARIANA LAJOLO
ENVIADA ESPECIAL A BRASÍLIA
A equipe brasileira tropeçou na
inexperiência. E isso pode lhe custar hoje a queda para a terceira divisão da Copa Davis.
Gabriel Pitta e Ronaldo Carvalho desperdiçaram ontem a chance de pontuar contra o Peru.
O primeiro, dono do pior ranking entre os brasileiros (734º),
jogou de igual para igual contra
Luis Horna. Deu trabalho mas,
nos momentos decisivos, sucumbiu diante da experiência do 34º
melhor do mundo. Era esperado.
A esperança do primeiro ponto
residia em Carvalho, melhor ranking (439º) e o mais rodado do time. O rival era Ivan Miranda
(215º do mundo), atleta que já enfrentara quatro vezes e deixara a
quadra vitorioso em duas delas.
Carvalho, no entanto, estreante
em Davis e em partidas de cinco
sets, não soube dosar seu jogo. Se
poupou quando não precisava
-prudência por uma cirurgia no
calcanhar em fevereiro- e desperdiçou games cruciais.
O Brasil fechou o dia perdendo
por 2 a 0 no placar do torneio.
"Não adianta jogarem a culpa
em nós. O rebaixamento do Brasil
vem de duelos passados, desde o
Canadá [em 2003, quando, com
Guga, caiu para a segunda divisão]. Nós tivemos coragem e atitude de vir jogar", afirmou Pitta.
O país não desce à terceira divisão
do torneio desde 1981.
"Eu nunca havia jogado contra
um tenista tão bem ranqueado.
Vi que não era um bicho de sete
cabeças, mas tênis se define em
detalhes e ele sabe melhor o que
fazer", contou Pitta. Horna cravou 3 sets a 0 (6/3, 6/ 4 e 6/4).
Carvalho teve mais chances de
vencer. No primeiro set, desperdiçou a oportunidade de fechar o
placar no tie-break -perdeu de
7/6. No seguinte, abriu 5/3, mas
só ganhou em novo desempate.
Da arquibancada, 12 pessoas,
entre comissão técnica e sparrings, tentavam empurrá-los aos
gritos de "intenso", "agressivo",
"positivo". O pedido de apoio
partira de Carlos Alberto Kirmayr, ainda no primeiro jogo.
Carvalho foi tudo isso, mas não
manteve a regularidade.
"O Roni fez um jogo taticamente perfeito. Se a quadra fosse mais
rápida ou um cimento, poderia
ter feito 3 a 0, mas perdeu o ritmo", analisou o capitão.
Seu pior tropeço aconteceu no
quarto set. A concentração caiu,
parte por causa do pedido de
atendimento médico do adversário, com dores na panturrilha,
parte por inexperiência. Com 6/3,
foi para o tie-break e desandou.
Miranda fechou o jogo em 7/6,
6/7, 4/6, 6/3 e 6/1, após longas três
horas e 50 minutos. "A inexperiência fez ele economizar. Não
acreditou que podia", disse o preparador físico André Gonçalves.
O Brasil crê que a dupla que enfrentará Carvalho e Pitta hoje, às
12h, será Horna e Miranda. Os
peruanos, porém, haviam inscrito Miranda e Matias Silva.
O duelo será outra dose de experiência no currículo, mas pode
valer a marca do rebaixamento.
NA TV - Brasil x Peru, na
Sportv, a partir das 13h30
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