São Paulo, sexta-feira, 25 de setembro de 2009

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pensão

Lula define prêmio a campeões

Negociação com associação que representa atletas trata de benefícios para vencedores de Copas

Inicialmente, medida deve contemplar craques de 1958; valor proposto é de R$ 465 mil de indenização, mais R$ 4.650 de aposentadoria

Patricia Stavis/Folha Imagem
Jogadores que integraram as seleções brasileiras campeãs mundiais, durante a abertura da exposição "Camisas dos Campeões' no Museu do Futebol, no Pacaembu

EDUARDO ARRUDA
DO PAINEL FC

O governo Lula e a Associação dos Campeões Mundiais do Brasil negociam aposentadoria e indenização para os atletas da seleção que ganharam Copas.
Segundo a Folha apurou, o benefício valerá inicialmente aos ex-jogadores de 1958 e se estenderá, posteriormente, a quem atuou nos Mundiais de 1962, 1970, 1994 e 2002.
Uma reunião anteontem, na Casa Civil, discutiu as cifras a serem pagas aos campeões. Participam das discussões os ministérios do Esporte, do Planejamento e da Previdência.
Inicialmente, o valor negociado para cada um gira em torno de mil salários mínimos, no caso da indenização (pelos valores atuais, R$ 465 mil), e de dez salários mínimos (R$ 4.650), o teto da Previdência, para a aposentadoria.
A expectativa é que o anúncio da nova medida seja feito pelo governo na próxima semana. O acordo para os ex-atletas vinha sendo negociado desde o ano passado por Marcelo Neves, filho de Gilmar (goleiro bicampeão com a seleção), representante da associação.
Quem propôs a medida foi o presidente Lula, na comemoração do cinquentenário da conquista de 1958, no ano passado, em Brasília. Acompanhado dos campeões mundiais, Lula afirmou que pretendia "reparar o erro" para ajudar os ex-atletas.
"Era a coisa pela qual a gente mais brigava", disse Neves, sem querer confirmar os valores.
Nesta primeira etapa, além dos 13 atletas vivos de 1958, as famílias dos outros nove ex-jogadores que já morreram vão receber o benefício.
Segundo Neves, ainda não foi definido como isso será estendido aos campeões das outras Copas. Ele sugeriu que o benefício seja dado quando houver o cinquentenário dos títulos, assim como foi o caso do time brasileiro de 1958.
"O de 1962 é daqui a três anos. Então, os ex-jogadores daquela seleção poderiam receber quando fizer 50 anos do título", explicou ele.
A decisão final, porém, caberá ao governo, que pode definir a idade mínima para aposentadoria (65 anos, no caso de homens) como o requisito.
Além da aposentadoria, a associação também conseguiu firmar parceria com uma empresa de planos de saúde para atender aos ex-jogadores. Alguns deles estão em situação financeira difícil. "Conseguimos o que a CBF nos prometeu, mas jamais nos foi dado", disse Marcelo Neves, que anteontem lançou, em evento no Museu do Futebol, no Pacaembu, campanha para vender réplicas das camisas da seleção dos títulos de 1958, 1962 e 1970.
Cada peça custa R$ 1.050, e o dinheiro arrecadado com as vendas será revertido aos ex- -atletas da seleção nacional.


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