São Paulo, sexta-feira, 25 de outubro de 2002

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

BOXE

Chaves ou socos?

EDUARDO OHATA
DA REPORTAGEM LOCAL

O último rumor no mundo do pugilismo é que o campeão dos pesados Lennox Lewis foi convidado pela WWE (ex-WWF, promotora de telecatch que negocia retorno ao Brasil com a BandSports) para enfrentar seu campeão, Brock Lesnar.
Na preliminar do combate pelo cinturão dos penas do CMB entre Erik Morales e Paulie Ayala, o melhor supergalo da atualidade, no próximo dia 16, um dos destaques será a estréia do ex-lutador de telecatch Brian Adams (também conhecido como "Crush" e "Kronik" e que teve suas apresentações exibidas no Brasil). Sua luta integrará a transmissão em pay-per-view, segundo a empresa promotora de lutas Top Rank.
Há poucos anos, Mike Tyson "nocauteou" Shawn Michaels, um lutador metido a stripper, na luta de fundo da 14ª edição de Wrestlemania, evento mais popular de telecatch nos EUA. Estima-se que ganhou US$ 5 milhões.
Os mais puristas choram ao assistir o envolvimento da nova geração com o telecatch. Mas esse é mesmo um fenômeno recente?
A mais tradicional publicação do esporte, a "The Ring", e a antiga "Boxing Illustrated" trouxeram durante anos matérias de boxe e de telecatch. Aliás, Bert Randolph Sugar, ex-editor da "The Ring" e autor de vários livros de boxe (alguns em parceria com ex-campeões), escreve até hoje sobre ambos os assuntos.
O ex-campeão Jack Dempsey nocauteou um lutador de telecatch. Joe Louis, Muhammad Ali e "Buster" Douglas funcionaram como juízes. E Primo Carnera, Leon Spinks e Roberto Durán lutaram telecatch. Dan Severn, ex-campeão da NWA (Aliança Nacional de Telecatch), venceu a quinta edição do UFC (Ultimate Fighting Championship). Ken Shamrock foi da WWF e do UFC.
Mas, voltando ao início desta coluna, o que faz Adams imaginar que terá chance de sucesso?
Afinal, Paul Roma (membro do grupo "The Four Horsemen"), com Kevin Rooney, ex- treinador de Tyson (aquele que abraçava Mike após as lutas) em seu córner, e Bart Gunn (ex-caubói da dupla "Smoking Gunns") foram destruídos em incursões no boxe.
O último, pelo gorduchão Butterbean, com Rooney como jurado e o folclórico ex-campeão de boxe Vinny Pazienza atuando como um maníaco árbitro. (Quem viu o teipe pôde constatar que foi um nocaute bastante violento.)
"Ao contrário de Roma e Gunn, antes de ir para o telecatch tive experiência por três anos como lutador amador [de boxe, apenas em torneios regionais no Havaí]. E treino com o técnico de Winky Wright [ex-campeão dos médios-ligeiros]", argumentou, por meio de contato telefônico, Adams, 39, que acrescentou que seus amigos do telecatch "Undertaker" (o coveiro) e "The Big Show" confirmaram presença em sua luta.
"Comecei a treinar boxe como forma de ganhar mais fôlego e, repentinamente, senti vontade de voltar a competir. "Macho Man" Randy Savage [outro lutador de telecatch" gostou de minha velocidade e força e começou a enviar teipes de meus treinos para firmas promotoras de luta, e a Top Rank gostou", conclui Adams.
Segundo Lee Samuels, da Top Rank, outra vantagem de Adams é o seu tamanho (1,98 m e 125 kg). Mas alerta que é bom Adams ter em mente, como aprenderam Roma e Gunn, que as lutas de boxe, diferentemente daquelas do telecatch, não são coreografadas.

Meio-pesado
O campeão mundial dos meio-pesados Roy Jones Jr., por meio de comunicado distribuído à imprensa, negou que esteja confirmado que enfrentará o campeão dos pesados da AMB, John Ruiz, como foi divulgado por agências noticiosas. "Se o fizer, vai ser porque quero, e não porque um advogado me está me forçando [por ter assinado um rascunho inicial]", diz Jones Jr. No mesmo texto, Brad Jacobs, do time de Jones Jr., afirma que pretende finalizar o contrato "nas duas próximas semanas". Mas é bom lembrar que Jones Jr. já desistiu à última hora de duelos com pesos-pesados.

Pesado
A equipe de Rodrigo Nogueira, o Minotauro, prepara biografia do campeão dos pesos-pesados do Pride (um dos dois mais prestigiosos campeonatos de vale-tudo do mundo, ao lado do UFC). O lançamento no Brasil está previsto para acontecer até o final do ano. O mercado visado pelo time do brasileiro, no entanto, é o japonês.

E-mail eohata@folhasp.com.br



Texto Anterior: "Italiano", Scolari diz ter plano de trabalho para assumir a Azzurra
Próximo Texto: Futebol - José Roberto Torero: Gol contra da PM
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.