São Paulo, quarta-feira, 25 de outubro de 2006

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pela sobrevivência

Clássico põe Leão à caça de "pato novo"

Corinthians e Palmeiras jogam para se distanciar da zona de rebaixamento em meio a troca de insultos entre técnicos

Marcelo Vilar, treinador palmeirense, fez críticas à preparação física do time à época do corintiano, que o chamou de inexperiente

EDUARDO ARRUDA
PAULO GALDIERI
DA REPORTAGEM LOCAL

O jogo pode ser um divisor. Para o bem e para o mal. E isso faz o técnico Emerson Leão aguçar seu instinto predatório. Hoje, às 22h, no Morumbi, seu Corinthians tenta caçar o Palmeiras de Marcelo Vilar, a quem o colega mais velho chama de "pato novo".
A alcunha foi dada por Leão poucos dias depois de ele assumir o time do Parque São Jorge.
Em conversa com a Folha, respondeu irritado ao treinador palmeirense, que, ao assumir seu lugar no Palmeiras, há cerca de seis meses (depois foi substituído por Tite, a quem agora substitui), fizera críticas ao condicionamento físico dos atletas e dissera que o clube precisava trabalhar com uma equipe multidisciplinar formada por psicólogo, fisiologista e nutricionista, profissionais que o técnico corintiano despreza.
No Parque Antarctica, a preparação física era comandada por Fernando Leão, sobrinho do treinador que hoje está no Corinthians. Ao longo de sua passagem pelo Palmeiras, Leão excluiu do departamento de futebol um psicólogo e pediu a transferência do fisiologista Ivan Piçarro para a equipe B.
No clube alvinegro, Leão, dizem os corintianos, tem dispensado o trabalho do fisiologista Renato Lotuffo.
Apesar dos ataques a seus métodos, Leão conta que deixou o Palmeiras muito melhor do que encontrou. Gaba-se de ter acelerado o processo de reestruturação do CT, com a modernização da sala de musculação, dos vestiários e do departamento médico. Ele ainda deu um toque paisagístico no centro de treinamento ao plantar uma palmeira imperial que, segundo o diretor de futebol Salvador Hugo Palaia, já morreu e foi substituída por outra.
Ao falar do cearense Marcelo Vilar, o paulista Leão sugere que ele precisa adquirir experiência. "Pato novo precisa nadar em lagoa rasa. Se nadar em lagoa funda, morre afogado e depois liga para pedir desculpas", diz, sobre o palmeirense. Vilar evita entrar em confronto com o "pato velho", mas não retira as críticas. "Cada pessoa tem o direito de se expressar como quiser. Tenho minhas virtudes, e isso não me abala. Nunca tive o prazer de conhecer o Leão, não tenho nem o número do telefone dele."
Ontem, mais calmo, Leão, ao ser questionado sobre Vilar, evitou polêmica. "Não tenho amizade [com Vilar], mas não irei me furtar se acontecer [o palmeirense cumprimentá-lo]." Vilar diz que só irá apertar a mão do rival se cruzar com ele no gramado do Morumbi.
O início arrasador de Leão como técnico do Corinthians fez dirigentes palmeirenses pressionarem o presidente do clube, Afonso della Monica. Diziam que, se terminassem o Nacional atrás do ex-treinador, seria vergonhoso para o clube.
O Corinthians, 15º lugar (35 pontos), está dois pontos atrás do rival, o 14º, com 37. "Se puder passar pelo Palmeiras, será um prazer", diz Leão.


NA TV - Corinthians x Palmeiras
Globo e Record, ao vivo, às 22h



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