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pela sobrevivência
Clássico põe Leão à caça de "pato novo"
Corinthians e Palmeiras jogam para se distanciar da zona de rebaixamento em meio a troca de insultos entre técnicos
Marcelo Vilar, treinador
palmeirense, fez críticas à
preparação física do time à
época do corintiano, que
o chamou de inexperiente
EDUARDO ARRUDA
PAULO GALDIERI
DA REPORTAGEM LOCAL
O jogo pode ser um divisor.
Para o bem e para o mal. E isso
faz o técnico Emerson Leão
aguçar seu instinto predatório.
Hoje, às 22h, no Morumbi, seu
Corinthians tenta caçar o Palmeiras de Marcelo Vilar, a
quem o colega mais velho chama de "pato novo".
A alcunha foi dada por Leão
poucos dias depois de ele assumir o time do Parque São Jorge.
Em conversa com a Folha,
respondeu irritado ao treinador palmeirense, que, ao assumir seu lugar no Palmeiras, há
cerca de seis meses (depois foi
substituído por Tite, a quem
agora substitui), fizera críticas
ao condicionamento físico dos
atletas e dissera que o clube
precisava trabalhar com uma
equipe multidisciplinar formada por psicólogo, fisiologista e
nutricionista, profissionais que
o técnico corintiano despreza.
No Parque Antarctica, a preparação física era comandada
por Fernando Leão, sobrinho
do treinador que hoje está no
Corinthians. Ao longo de sua
passagem pelo Palmeiras, Leão
excluiu do departamento de futebol um psicólogo e pediu a
transferência do fisiologista
Ivan Piçarro para a equipe B.
No clube alvinegro, Leão, dizem os corintianos, tem dispensado o trabalho do fisiologista Renato Lotuffo.
Apesar dos ataques a seus
métodos, Leão conta que deixou o Palmeiras muito melhor
do que encontrou. Gaba-se de
ter acelerado o processo de
reestruturação do CT, com a
modernização da sala de musculação, dos vestiários e do departamento médico. Ele ainda
deu um toque paisagístico no
centro de treinamento ao plantar uma palmeira imperial que,
segundo o diretor de futebol
Salvador Hugo Palaia, já morreu e foi substituída por outra.
Ao falar do cearense Marcelo
Vilar, o paulista Leão sugere
que ele precisa adquirir experiência. "Pato novo precisa nadar em lagoa rasa. Se nadar em
lagoa funda, morre afogado e
depois liga para pedir desculpas", diz, sobre o palmeirense.
Vilar evita entrar em confronto
com o "pato velho", mas não
retira as críticas. "Cada pessoa
tem o direito de se expressar
como quiser. Tenho minhas
virtudes, e isso não me abala.
Nunca tive o prazer de conhecer o Leão, não tenho nem o
número do telefone dele."
Ontem, mais calmo, Leão, ao
ser questionado sobre Vilar,
evitou polêmica. "Não tenho
amizade [com Vilar], mas não
irei me furtar se acontecer [o
palmeirense cumprimentá-lo]." Vilar diz que só irá apertar
a mão do rival se cruzar com
ele no gramado do Morumbi.
O início arrasador de Leão
como técnico do Corinthians
fez dirigentes palmeirenses
pressionarem o presidente do
clube, Afonso della Monica. Diziam que, se terminassem o
Nacional atrás do ex-treinador,
seria vergonhoso para o clube.
O Corinthians, 15º lugar (35
pontos), está dois pontos atrás
do rival, o 14º, com 37. "Se puder passar pelo Palmeiras, será
um prazer", diz Leão.
NA TV - Corinthians x Palmeiras
Globo e Record, ao vivo, às 22h
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