São Paulo, sábado, 25 de outubro de 2008

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Douglas diz acreditar ser "o 10" do país

DA REPORTAGEM LOCAL

O rótulo de "maestro" já não é mais uma preocupação para o meia Douglas, 26. Após marcar seus primeiros gols e se destacar no Corinthians, chegou a pedir que parassem de chamá-lo assim. Tinha receio de despertar ciumeira entre seus novos colegas de grupo.
Passados alguns meses, ele não só já diz ter noção de seu papel no time como também se intitula diferenciado, ou o único autêntico camisa 10 do atual futebol brasileiro.
"Acho que sou, sim. O meu jeito de jogar é esse [o de um camisa 10] e, se for comparado a outros que atualmente jogam aqui, é diferente", afirma Douglas, a contratação mais cara do Corinthians nesta temporada.
Por 50% de seus direitos, o clube pagou R$ 3,3 milhões. Em 29 jogos, ele balançou a rede oito vezes e tem despertado a atenção de clubes estrangeiros. O francês Bordeaux já andou observando o atleta, e, mais recentemente, seus empresários mostraram fitas a representantes de times da Itália.
E é justamente como "o único camisa 10 do Brasil" que ele está sendo vendido para fora.
À Folha dois autênticos meias que vestiram a 10, Alex e Ademir da Guia, ídolos palmeirenses, citaram o jogador como única referência da posição em solo brasileiro atualmente.
Douglas, por sua vez, retribui o mimo e diz que seu espelho em campo é o atleta que atualmente defende o Fenerbahce, da Turquia. "É um cara inteligente, que põe a bola onde quer", diz ele, que diz estar preparado para seguir os passos dos "10" mais famosos e vestir a camisa da seleção, apesar de ainda não ter sido desafiado em uma competição de elite.
"Eu não vejo problema nenhum. Eu vou continuar fazendo o que acho que tenho de fazer. Eu sei que estou preparado para a seleção e para ajudar o Corinthians na Série A."
Douglas, no entanto, não assegura sua permanência em 2009, apesar de ter pretensões de se tornar ídolo do clube.
"É complicado falar, eu estou bem aqui no Corinthians. Mas vai que aparece uma proposta irrecusável para mim e para o clube. Não tem como segurar, e é lógico que jogar na Europa todo mundo quer", conta o meia, para, em seguida, adotar outro discurso, o da permanência.
"Para ser ídolo tem que ganhar títulos, vivenciar o clube, e eu busco isso aqui", afirmou o meia, que chegou à equipe alvinegra cinco meses atrás.
Hoje, Douglas diz estar adaptado ao clube e ter a missão de, além de conduzir o Corinthians, orientar os mais novos, como Dentinho e Lulinha, que participaram da campanha que derrubou o clube mais popular de São Paulo para a Série B.
"Dá para ver a alegria do pessoal que caiu no ano passado. É diferente. Eles viveram o pior momento da história do clube e agora estão levando o time de volta à primeira divisão. É uma coisa muito boa", conta o 10 corintiano.
(EAR E RM)



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