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JUDÔ
Ex-briguenta ganha 2º ouro do Brasil em Mundial júnior
DA REPORTAGEM LOCAL
Moradora da Cidade de
Deus, favela que ficou famosa com o filme homônimo,
Rafaela Lopes, 16, conquistou ontem o título mundial
júnior de judô em Bancoc.
"Comecei no judô meio
por acaso. Antes eu ficava o
tempo todo na rua brigando
e fazendo bagunça", afirmou
a ainda faixa marrom.
Rafaela começou a praticar judô no Instituto Reação,
ONG presidida por Flávio
Canto, medalha de bronze na
Olimpíada de Atenas-2004.
Para chegar ao segundo
ouro do Brasil no Mundial de
Bancoc, Rafaela venceu cinco lutas no peso leve (até 57
kg). Na decisão do ouro, a carioca precisou de somente 23
segundos para derrotar a
francesa Automne Pavia.
"Eu treinei muito desde
que ganhei o Brasileiro júnior no começo do ano", afirmou Rafaela, que neste ano
já havia sido vice-campeã na
Copa do Mundo da categoria
(sub-20) na Alemanha.
"Meu técnico Geraldo
[Bernardes, ex-treinador da
seleção olímpica] sempre
acreditou que subir no pódio
em uma competição assim
seria possível", completou.
Canto diz que a conquista
de Rafaela ("Que era o tipo
de menina problemática, que
sempre arrumava confusão") deve causar um efeito
multiplicador no instituto.
"Antes a referência era eu.
Agora os alunos começam a
ver que é possível sonhar
mais longe", disse o judoca.
O Brasil também subiu ao
pódio na categoria meio-médio (até 63 kg). A paulista Camila Minakawa, 18, venceu
três lutas antes de cair diante
da holandesa Antoinette
Hennink na semifinal. Ela
não disputou o bronze, já que
a coreana Joung Da-woon
não entrou no tatame.
"Quando se pensa em judô
brasileiro, a primeira imagem que vem é o masculino.
Agora o mundo está aprendendo a conhecer o valor das
mulheres", afirmou Camila.
O primeiro ouro do Brasil
no Mundial foi da ligeiro
piauiense Sarah Menezes, 18.
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