São Paulo, sábado, 25 de outubro de 2008

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JUDÔ

Ex-briguenta ganha 2º ouro do Brasil em Mundial júnior

DA REPORTAGEM LOCAL

Moradora da Cidade de Deus, favela que ficou famosa com o filme homônimo, Rafaela Lopes, 16, conquistou ontem o título mundial júnior de judô em Bancoc.
"Comecei no judô meio por acaso. Antes eu ficava o tempo todo na rua brigando e fazendo bagunça", afirmou a ainda faixa marrom.
Rafaela começou a praticar judô no Instituto Reação, ONG presidida por Flávio Canto, medalha de bronze na Olimpíada de Atenas-2004.
Para chegar ao segundo ouro do Brasil no Mundial de Bancoc, Rafaela venceu cinco lutas no peso leve (até 57 kg). Na decisão do ouro, a carioca precisou de somente 23 segundos para derrotar a francesa Automne Pavia.
"Eu treinei muito desde que ganhei o Brasileiro júnior no começo do ano", afirmou Rafaela, que neste ano já havia sido vice-campeã na Copa do Mundo da categoria (sub-20) na Alemanha.
"Meu técnico Geraldo [Bernardes, ex-treinador da seleção olímpica] sempre acreditou que subir no pódio em uma competição assim seria possível", completou.
Canto diz que a conquista de Rafaela ("Que era o tipo de menina problemática, que sempre arrumava confusão") deve causar um efeito multiplicador no instituto.
"Antes a referência era eu. Agora os alunos começam a ver que é possível sonhar mais longe", disse o judoca.
O Brasil também subiu ao pódio na categoria meio-médio (até 63 kg). A paulista Camila Minakawa, 18, venceu três lutas antes de cair diante da holandesa Antoinette Hennink na semifinal. Ela não disputou o bronze, já que a coreana Joung Da-woon não entrou no tatame.
"Quando se pensa em judô brasileiro, a primeira imagem que vem é o masculino. Agora o mundo está aprendendo a conhecer o valor das mulheres", afirmou Camila.
O primeiro ouro do Brasil no Mundial foi da ligeiro piauiense Sarah Menezes, 18.


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