São Paulo, domingo, 25 de outubro de 2009

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Bicicleta é raridade em velódromo de R$ 12 mi

Desde o Pan, pista importada recebeu três provas

Rafael Andrade/Folha Imagem
Álvaro da Costa Jr. treina no velódromo do Rio,
que abriga competições de outras modalidades


SERGIO TORRES
DA SUCURSAL DO RIO

Instalação de nível olímpico construída para o Pan de 2007, o Velódromo Municipal do Rio custou R$ 12 milhões e conta com moderna pista de pinho siberiano. Mas quase não vê bicicletas. Abriga disputas de judô, luta greco-romana, taekwondo e levantamento de peso.
Desde o fim do Pan, só três competições de ciclismo ocorreram no velódromo, todas em 2008 e restritas a atletas do país: o Interestadual, a Copa de Ciclismo de Pista e o Brasileiro.
Para novembro, estão previstos o quarto e o quinto torneios nos 29 meses do espaço, os simultâneos campeonatos Brasileiro e Fluminense de pista.
Tido como o maior e mais moderno do continente, o velódromo tem a pista nas dimensões exigidas para competições olímpicas. Mas o espaço para o público precisa aumentar para que a instalação possa ser usada nos Jogos de 2016, no Rio.
O Comitê Olímpico Internacional exige assentos para 5.000 pessoas. Hoje, cabem 1.500 no velódromo, localizado na zona oeste, nas vizinhanças do Parque Aquático Maria Lenk e da Arena Multiuso, também construídos para o Pan.
A subocupação pelo ciclismo faz com que o velódromo seja disputado por outros esportes, especialmente os carentes de espaços planos como o que há na área interna da instalação.
Entre os últimos dias 13 e 15 ocorreu, no miolo, o Sul-Americano de levantamento de peso. Já houve treinos de judô e competições de taekwondo e luta greco-romana. A patinação também usa o velódromo.
A obra foi bancada pela prefeitura. Única coberta no país, a pista é feita com pinho siberiano, madeira rígida, resistente a cupins e variações climáticas.
Em fevereiro, a Confederação Brasileira de Ciclismo conseguiu do COB a liberação do espaço, inicialmente para treinos às terças e quintas-feiras, das 15h às 20h. Há cerca de um mês, o comitê autorizou treinamentos de terça a domingo, mas, em quatro dias, só até as 17h, para poupar eletricidade.
O superintendente-executivo de esportes do COB, Marcus Vinicius Freire, disse que o velódromo integrará o Centro de Treinamento Olímpico planejado para a área do autódromo e que abrigará 14 modalidades olímpicas e paraolímpicas.
Marcus Vinicius reconheceu que o velódromo vem servindo, "às vezes", para "outras modalidades", como forma de mantê- lo sempre em atividade.
O velódromo e o Maria Lenk constituirão a primeira etapa do centro, cujas obras, segundo o dirigente, começarão em um ano. Marcus Vinicius falou que, para a fase inicial, o COB já captou no Ministério da Ciência e Tecnologia R$ 11,7 milhões, a serem empregados na compra dos equipamentos do Laboratório Olímpico Brasileiro, previsto para funcionar no local.


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