São Paulo, quinta-feira, 25 de novembro de 2004

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FUTEBOL

Único a reclamar do calendário inicial do Estadual, clube do Morumbi é quem mais vezes atuará em sua cidade

Paulista agora monta tabela são-paulina

EDUARDO ARRUDA
PAULO GALDIERI
DA REPORTAGEM LOCAL

O São Paulo chiou e ganhou. Na nova tabela do Campeonato Paulista-2005 de pontos corridos, divulgada ontem pela Federação Paulista de Futebol, há mais equilíbrio, mas o clube do Morumbi foi o principal beneficiado. E, em compensação, o Palmeiras, favorecido antes, perdeu regalias.
Pelo calendário remodelado do Estadual, que terá 20 clubes e 19 datas, os são-paulinos, únicos a criticar publicamente a tabela inicial, são os que mais atuarão na própria cidade. Serão 12 jogos da equipe na capital.
São nove partidas como mandante, de fato, e outras três contra equipes paulistanas.
"Um deles tem de ter esse perfil, mas o São Paulo perdeu o mando de um clássico", afirma Dino Gentille, vice-presidente do departamento técnico da FPF, que elaborou as duas tabelas.
O atual campeão paulista, o São Caetano, por exemplo, jogará somente dez vezes em sua cidade.
Na alteração, o Palmeiras, que inicialmente faria 13 jogos na capital, atuará 11 vezes em São Paulo -oito como mandante e outras três contra rivais locais.
Para isso, os palmeirenses perderam o mando de dois confrontos, diante da Portuguesa Santista e do União São João.
"Os grandes têm de visitar o interior. Se eu tiro o São Paulo do interior, eu tenho que mandar outro", afirma o dirigente.
Segundo Gentille, o clube do Parque Antarctica tinha a vantagem de atuar mais em São Paulo por ter sido melhor na edição do ano passado -foi semifinalista.
O vice da FPF justificou que a tabela inicial fora feita com base em critérios técnicos. Desta vez, porém, as alterações, segundo ele, foram realizadas para dar mais "equilíbrio" ao torneio.
A pressão dos são-paulinos para a mudança também foi fundamental. O clube do Morumbi foi o único que enviou ofício à federação se posicionando contra a disposição inicial do calendário.
Segundo o presidente da FPF, Marco Polo Del Nero, as agremiações insatisfeitas com o Estadual deveriam enviar sugestões a ele.
Na última sexta-feira, o presidente são-paulino, Marcelo Portugal Gouvêa, foi à sede da FPF e acompanhou as alterações.
"Não é o ideal, mas ficou muito melhor", disse o diretor de futebol são-paulino, Juvenal Juvêncio.
A única queixa remanescente é que o clube irá à Vila Belmiro enfrentar o Santos. Só o Palmeiras, dos considerados favoritos ao título, recebe o time do litoral.
A agremiação do Morumbi, entretanto, foi "agraciada" com a transferência de mando do confronto com a Portuguesa Santista para a capital. Em contrapartida, o clube perdeu o mando do clássico com o Palmeiras. Nesse caso, porém, isso não significa muita coisa, já que é a federação quem escolhe o local do jogo.
"A primeira tabela, em perfil de jogos, está melhor para o São Paulo do que esta", justifica Gentille.
Para viabilizar as alterações, duas equipes -Portuguesa e União São João-, foram as que mais tiveram mudanças em seus jogos. O União São João, por exemplo, será o único clube a atuar fora de casa em três rodadas seguidas. "Mas o União termina o campeonato em casa", explica o dirigente da FPF.
A Portuguesa, que foi usada como "espelho" do time de Araras para a inversão dos mandos das partidas, fará três de seus quatro últimos jogos em casa.
Já para corintianos e santistas, a tabela do Estadual não teve alterações significativas.
O clube do Parque São Jorge, aliás, mesmo quase rebaixado na última edição, fará mais jogos na capital: dez. Mas encerrará a competição contra o Marília, no interior do Estado. O mesmo ocorrerá com o Santos, o São Paulo e o São Caetano. Só o Palmeiras fechará sua participação em casa.
"O time que manda na primeira rodada visita na última e vice-versa", completa Gentille.
A reportagem procurou o diretor de futebol do Palmeiras, Mário Giannini, mas ele não atendeu seu telefone celular.


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