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F-1 quebra tabu e põe "Robinho" no cockpit
McLaren contrata 1º piloto negro da
história da categoria, Lewis Hamilton
Atual campeão da GP2,
inglês recebeu apelido dos
colegas brasileiros e está escalado para início dos testes, na próxima semana
DA REPORTAGEM LOCAL
Em 57 Mundiais, foram 768
GPs e 645 pilotos. Em todos os
campeonatos, em todas as provas, nenhum negro no grid de
largada. Tabu que cairá na próxima corrida, o GP da Austrália,
primeira etapa da F-1 em 2007.
A McLaren anunciou ontem
que o inglês Lewis Hamilton,
21, será o companheiro de Fernando Alonso no ano que vem.
Campeão da GP2 em 2006,
da F-3 européia em 2005 e da
F-Renault inglesa em 2003, ele
se tornará o primeiro negro a
correr na categoria máxima do
automobilismo, último estágio
de um roteiro iniciado em 1997.
Quando tinha 12 anos, Hamilton superou outros kartistas em uma seletiva promovida
pela Mercedes-Benz e, desde
então, tornou-se protegido da
fábrica alemã e da McLaren.
Foram as duas marcas que
bancaram sua participação nas
categorias de base. E foram as
duas marcas que o comunicaram, em 30 de outubro, que a
hora havia chegado. "Foi pouco
antes do GP da China, na casa
do Ron [Dennis, chefe da equipe]", revelou o piloto, ontem.
Primogênito de uma família
classe média de Tewin, na periferia de Londres, Hamilton
agradeceu o apoio de casa e disse esperar um ano de estréia
complicado. "Devo tudo ao
meu pai e à minha madrasta,
que se sacrificaram muito, pulando de emprego em emprego
para levantar dinheiro no meu
início de carreira. Sei que terei
um ano difícil, principalmente
por correr ao lado do Alonso,
mas tentarei fazer o melhor."
Dennis concorda com as dificuldades iniciais: "Lewis vai
precisar de algum tempo para
adaptação. Mas uma de suas
maiores qualidades é a capacidade de nunca desistir. Por isso
decidimos abrir essa porta".
Sua pré-estréia como piloto
titular acontecerá já na próxima semana, em Barcelona. Ao
lado de Pedro de la Rosa, candidato derrotado à vaga, o inglês
participará da primeira bateria
de testes para o próximo Mundial. De novidade, apenas o status e o início de trabalho com os
pneus Bridgestone. Entre 2005
e 2006, Hamilton rodou quase
1.500 quilômetros em treinos.
Sua promoção também consolida a ascensão da primeira
geração de pilotos da GP2, categoria criada no ano passado para substituir a antiga F-3000.
Outros dois destaques dos últimos campeonatos estarão no
grid de Melbourne: Nico Rosberg, pela Williams, e Heikki
Kovalainen, pela Renault.
Foi na GP2 que Hamilton ganhou dos colegas brasileiros
um apelido que o diverte, que
rompeu as rodas dos pilotos e
que chegou à F-1. Robinho.
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