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FUTEBOL
Jogador-problema é submetido a terapia e torna-se esperança nas cobranças de falta hoje contra o Grêmio
Marcelinho vira "solução' corintiana
MAÉRCIO SANTAMARINA
da Reportagem Local
De jogador-problema do Corinthians, o meia-atacante Marcelinho passou a ser a solução do técnico Wanderley Luxemburgo para
o jogo de hoje, contra o Grêmio, às
21h40, no estádio do Pacaembu,
que vale uma vaga para as semifinais do Campeonato Brasileiro.
Prevendo um adversário fechado
na defesa e em busca do empate
que o classifica, Luxemburgo vê
nas cobranças de faltas uma das
poucas possibilidades para que seu
time vença e continue no torneio.
Ontem, no último treino que o
Corinthians realizou, Marcelinho
treinou cobranças de faltas à
exaustão, junto com o meia Ricardinho, que deve começar no banco, mas pode substituir o volante
Gilmar no decorrer da partida.
"É sempre muito complicado jogar com times gaúchos, ainda mais
nesta situação em que precisamos
vencer. As equipes do Sul têm essa
característica de marcação forte.
Eles fungam no cangote do adversário o tempo todo", afirmou o
treinador.
Além de se dedicar às jogadas ensaiadas, Marcelinho foi submetido
a uma terapia intensiva esta semana, coordenada pela psicóloga
Suzy Fleury.
O jogador, que havia dito que se
sentia limitado fisicamente após a
última partida, em que o Corinthians perdeu de 2 a 0 para o Grêmio, afirmou estar também abalado psicologicamente por conta de
seu afastamento temporário do
clube por indisciplina.
Ele ficou sem jogar durante 22
dias. Só foi reintegrado à equipe
para as quartas-de-final.
"Ainda me sinto travado e muito
triste com tudo o que aconteceu.
Falaram muita coisa ruim a meu
respeito, e isso me abalou", afirmou ele, antes de ser advertido por
Luxemburgo para evitar polêmica
em torno do assunto.
"Os aspectos emocionais influenciam na performance do jogador e interferem nos resultados
dos jogos. O Marcelinho, que é
sempre brincalhão, funciona mais
com alegria. A tristeza é um estado
neurofisiológico que altera a química do organismo. No caso do
Marcelinho, tira sua energia", afirmou Suzy Fleury.
Segundo ela, que trabalha para o
Corinthians e para a seleção, a terapia intensiva com o jogador visa
buscar um estado emocional de
maior tranquilidade que contagie
também o grupo -uma vez que
ele perdeu a faixa de capitão, mas,
a seu ver, ainda mantém ascendência sobre os demais atletas.
"Tentamos fazer com que ele
pense só em coisas boas, como os
gols que marcou. É preciso trocar a
tristeza causada pela punição que
sofreu por lembranças de momentos felizes no Corinthians", disse.
Ela afirmou que toda a comissão
técnica do clube foi solicitada para
esse trabalho intensivo.
"Os problemas emocionais em
período de decisão são inevitáveis.
Eles vieram em dose maior no Corinthians em função do que aconteceu com o Marcelinho. Houve
uma sobrecarga pela questão disciplinar, mas o técnico Luxemburgo está atento a isso", afirmou a
psicóloga.
Outra esperança do treinador corintiano para uma reação positiva
em Marcelinho está no retorno do
atacante Edílson, que estava afastado do time por contusão.
"O Edílson tem uma proximidade maior com o Marcelo. Os dois
se conhecem bem dentro de campo. Isso vai ser positivo", afirmou.
Edílson vai fazer dupla de ataque
com Didi, que volta a ser titular do
time após o fracasso da dupla Mirandinha e Dinei no último jogo.
O time ainda terá Índio como novidade na lateral-direita. Vampeta,
que havia assumido a posição na
última partida -o titular Rodrigo
está fora por contusão-, retorna
ao meio-campo.
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