São Paulo, quarta, 25 de novembro de 1998

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TÊNIS
Vai ficar melhor

THALES DE MENEZES

Em clima de Masters -o feminino na semana passada, o masculino sendo jogado agora na Alemanha-, os confrontos da elite do tênis profissional estão animando qualquer fã do esporte. Tudo indica que 1999 será, finalmente, um grande e competitivo ano para as raquetes.
No masculino, o reinado de Pete Sampras resiste, mas sustentado com tênue vantagem em relação ao fantástico quarteto logo abaixo dele no ranking: Marcelo Ríos, Patrick Rafter, Carlos Moyá e Andre Agassi.
Depois de cinco anos tranquilo no topo do mundo, Sampras nunca teve tanta ameaça nos calcanhares. Quando joga bem, sem contusões nem estresse, ele continua sobrando na turma. Tecnicamente falando, os outros podem ser ótimos, mas ele é um fenômeno. Se andou derrapando nos resultados este ano, foi por pura fadiga muscular.
No circuito feminino, a volta de Steffi Graf às competições, e em boa forma, já foi celebrada pelos dirigentes do esporte. Graf, Martina Hingis e Lindsay Davenport têm condições de reviver um tríplice duelo pelo primeiro lugar no ranking da WTA, algo que não acontece de verdade desde o início dos anos 80, quando Chris Evert, Martina Navratilova e Tracy Austin disputavam cada troféu como se fosse o último.
No início desta década, Monica Seles parecia superior a todas. Depois que um atentado a manteve afastadas das quadras por mais de dois anos, Graf voltou a dominar tranquilamente a cena. Com a decadência física da alemã, minada por contusões, Martina Hingis ocupou rapidamente o trono, sem suar muito.
Agora, a disputa promete, com três estilos bem distintos. Davenport usa o porte físico para atacar o tempo todo, sem dar tempo de reação à rival. Hingis é uma maquininha de rebater, precisa no fundo de quadra. E Graf é uma jogadora completa, que pode usar a tática que quiser; se não estiver dando certo, ela solta seu "drive" de direita matador.
Pode torcer: 1999 será demais.

NOTAS

O falador
Marcelo Ríos está até incomodando os outros participantes da Copa do Mundo, disputada desde ontem em Hannover, na Alemanha. Na festa de apresentação do torneio, o chileno não parou de repetir que é o melhor tenista da temporada.

O sincero
Do outro lado desse "ringue" de entrevistas, Pete Sampras surpreendeu a imprensa ao dizer que está tenso e preocupado. "Gostaria de terminar esta temporada como número um, para ter o recorde de permanecer no topo por seis anos. Mas está difícil. Não estou jogando bem, num momento em que há muitos jogando o máximo."

O desencanado
O russo Yevgeny Kafelnikov disse em entrevista que desistiu de tentar ser número um do mundo. "Não há mais espaço para sonhos de adolescente. O tênis é profissão, e penso em ganhar dinheiro e parar antes de ficar decadente, só isso."



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