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MATERNIDADE
Titulares Paula Pequeno e Adrianinha, grávidas, podem desfalcar equipes de vôlei e basquete nos Mundiais
Cegonha liga sinal de alerta em seleções
Fernando Moraes/Folha Imagem
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Paula Pequeno, grávida de mais de três meses, posa no ginásio do Osasco |
ADALBERTO LEISTER FILHO
MARIANA LAJOLO
DA REPORTAGEM LOCAL
Mães sorridentes, barrigas crescendo e uma enorme dor de cabeça. É assim que começa o ano das
seleções femininas de vôlei e basquete. O ano em que as equipes
irão buscar o título mundial.
Figuras fundamentais nos esquemas dos dois times, a ponta
Paula Pequeno e a armadora
Adrianinha podem ficar fora do
principal torneio do próximo ano
por causa da visita da cegonha.
A notícia das gravidezes surpreendeu a todos, inclusive as
próprias jogadoras.
"A Paula estava num período
muito bom. Profissionalmente,
não fiquei feliz. Ela terá sua evolução comprometida. É uma incógnita o que vai acontecer, mas tenho de me planejar sem ela. Como amigo, desejo que tudo corra
bem. A vida dela vai se transformar, o filho trará mais maturidade", avalia José Roberto Guimarães, técnico da seleção de vôlei
que buscará o título inédito.
A atacante, eleita a melhor jogadora do último Grand Prix, está
com pouco mais de três meses de
gestação. Terá uma menina, Mel,
filha do namorado, Alexandre Folhas, 30, jogador de handebol .
Apesar da gravidez, Paula, 23,
continua a defender seu clube, o
Osasco. E diz que vai atuar enquanto a barriga permitir.
A atacante recebe acompanhamento integrado de sua ginecologista com a equipe médica do time. Para manter a forma, faz
exercícios especiais de Pilates e de
fortalecimento das articulações,
que estão mais "frouxas".
Nos anos 80, a ex-jogadora Isabel, 45, chamou atenção ao exibir
seus quase seis meses de gestação
da filha Maria Clara nas quadras.
Ela só não jogou antes de ter Pilar,
a mais velha de seus quatro filhos,
mas continuou treinando. Logo
após o parto foi para a seleção.
Neste ano, a atleta de basquete
Silvia Gustavo, de 23 anos, quebrou o "recorde" e jogou até três
dias antes do parto. Ela não sabia
que esperava um filho.
"Está normal. Só evito alguns
exercícios e protejo a barriga nas
quedas, é instintivo", diz Paula.
"Sei que a gravidez pode atrapalhar meu ano na seleção, mas vou
continuar me dedicando. Ainda
terei muitas chances", diz ela, que
precisa recuperar a forma até novembro, mês do Mundial.
Adrianinha, 27, vive situação
completamente oposta.
A gravidez da atleta gerou conflito com o Penta Faenza, seu antigo clube. A brasileira chegou em
2001, quando o time era o penúltimo do Italiano, e o ajudou a não
cair. Na temporada passada, já capitã da equipe, foi vice-campeã.
"Eles [dirigentes] entenderam
que eu havia planejado. Mas foi
inesperado também para mim.
Queria jogar mais três meses, mas
não me trataram bem. Por isso
pedi rescisão do contrato", diz.
Desempregada, a atleta seguiu
para Reggio Calabria, onde joga
seu namorado, o norte-americano Arthur James Guyton, 27, ala-armador do time local.
Acostumada à rotina estafante
de treinamentos e jogos, Adrianinha estranhou a tranqüilidade da
gravidez. "No começo é muito difícil. Não tem nada para fazer."
Agora, arrumou um novo passatempo. "Estou aprendendo a
cozinhar. Vou inventando pratos
diferentes para ele [namorado].
Estou gostando da vida de dona-de-casa. Outro dia fiz uma torta
de frango que ficou deliciosa."
Única armadora de origem entre as selecionáveis mais experientes do Brasil e queridinha do
treinador Antônio Carlos Barbosa -foi revelada no Campinas,
quando ele era técnico-, Adrianinha vai escolher o local do parto, que deve acontecer entre maio
e junho, de acordo com a convocação para a seleção.
Apesar de o Mundial ser em setembro, cerca de três meses após
o parto, Barbosa acredita que poderá contar com a jogadora.
Em 1996, Hortência ajudou o
Brasil a conquistar a medalha de
prata em Atlanta após ter o primeiro filho, em fevereiro.
Se seguir o mesmo caminho,
Adrianinha terá o bebê no Brasil.
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