São Paulo, segunda-feira, 26 de janeiro de 2004

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VÔLEI

O único invicto

CIDA SANTOS
COLUNISTA DA FOLHA

Para quem esperava um grande duelo entre os dois únicos invictos da Superliga, o confronto entre Finasa/Osasco e MRV/Minas decepcionou. O time de Osasco mostrou uma defesa perfeita e um saque poderoso. Resultado: vitória por 3 a 0 e uma campanha impressionante. Em nove jogos, só dois sets perdidos.
A surpresa da equipe é a líbero Verê. Ela foi encarregada nesta temporada de uma tarefa nada fácil: substituir Arlene, a líbero da seleção, que foi para o Minas. E vem desempenhando bem o papel. No sábado, foi eleita a melhor jogadora em quadra, uma honraria rara para quem atua nessa posição.
Está certo que ainda tem muitos jogos pela frente. Por enquanto, só foi disputado o primeiro turno. Mas dificilmente o título vai escapar das mãos do time de Osasco. Além de ter a levantadora Fernanda Venturini, que é sempre um diferencial, a equipe mostra um equilíbrio grande em todos os fundamentos.
No masculino, o Minas parece que está acertando o rumo. O time, que começou a Superliga com uma derrota surpreendente para o Caxias do Sul, passou pela Unisul, no sábado, por 3 sets a 0. O levantador Ricardinho jogou com muita velocidade, distribuiu bem as bolas e ficou difícil para o time catarinense.
A curiosidade do jogo ficou por conta da insistência da arbitragem para que o atacante Marcos Milinkovic, da Unisul, jogasse com a camisa para dentro do calção. Está na hora de os árbitros e os regulamentos pararem de se preocupar com detalhes. Se o atleta se sente melhor jogando assim, qual é o problema?
Vale lembrar também a Ulbra, atual campeã brasileira, que está surpreendendo. E a surpresa é justamente na posição que ela sofreu o maior desfalque: a de levantador. Ricardinho, titular da seleção, foi para o Minas nesta temporada. Quem assumiu o posto na Ulbra foi Rafhael, de 25 anos e 1,92 m.
Ele tem grande parte das qualidades de Ricardinho: é habilidoso, joga com muita velocidade, gosta de acionar bastante os atacantes centrais e é ousado. Não por acaso também foi escolhido pelo técnico Marcelo Fronckowiak para ser o capitão do time.
É bom lembrar que Rapha já jogava na Ulbra quando Ricardinho chegou. Na época, ele era o capitão. Como foi para a reserva, Ricardinho passou a acumular as duas funções. Mas Fronckowiak lembra que, quando o time conquistou o último título brasileiro, foi Rapha que recebeu o troféu.
A Ulbra tem pelo menos mais um grande destaque em quadra: o atacante Roberto Minuzzi, 22 anos e 2,04 m. Ele preenche os requisitos básicos que estão em falta no vôlei brasileiro: é um ponteiro habilidoso e alto. Ele já foi convocado algumas vezes pelo técnico Bernardinho para jogar na seleção brasileira.
Está certo que a Unisul, o Minas e o Suzano são os grandes favoritos. Mas a Ulbra, com sua nova geração, pode surpreender como na temporada passada. Amanhã, pela última rodada do primeiro turno, o time vai enfrentar o Banespa no ginásio do Morumbi.

Passaporte japonês
O brasileiro Kalé, ex-Náutico e Santo André, espera a autorização da Federação Internacional de Vôlei para defender a seleção do Japão no Pré-Olímpico, em maio. Kalé conseguiu cidadania japonesa no fim do ano passado. Ele, que tem mãe japonesa, é conhecido no Japão como Marcos Suguiama. O atacante atua pelo Blazers, de Osaka.

Italiano
O Modena, do atacante Dante, é uma das decepções do Campeonato Italiano. Em 16 partidas, venceu apenas seis. A última derrota aconteceu na rodada do fim de semana. O time perdeu para o Cuneo, do brasileiro Giba, por 3 a 0 (25/22, 25/19 e 25/16). Difícil entender a campanha do Modena, já que a equipe tem jogadores como o russo Roman Iakovlev e o levantador americano Lloy Ball.

E-mail: cidasan@uol.com.br


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