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Surpresas decidem na Austrália
Tsonga, que despachou o nº 2 do mundo, e Djokovic, algoz do nº 1, fazem final do 1º Grand Slam do ano
Azarão francês, 38º do ranking, e tenista sérvio,
o 3º na lista da ATP, nunca
se enfrentaram e buscam
primeira taça de 1ª linha
DA REPORTAGEM LOCAL
Os dois são jovens, nunca se
enfrentaram nem conquistaram torneios de primeira linha
do tênis. Também nunca haviam chegado tão longe.
O francês Jo-Wilfried Tsonga, 22 anos e 38º do ranking, assombrou o mundo anteontem
ao atropelar o vice-líder, o espanhol Rafael Nadal, e avançar
pela primeira vez a uma final de
Grand Slam. Era a primeira
surpresa. O Aberto da Austrália
proporcionou ontem a outra:
Novak Djokovic, 20, terceiro do
mundo, despachou o líder do
ranking, o suíço Roger Federer,
por 3 sets a 0 (7/5, 6/3 e 7/ 6).
Amanhã, a partir das 6h30
(com ESPN), as duas novas
sensações do tênis duelam para
decidir quem ficará com o título do Aberto australiano.
Desde a edição de 2005 do
torneio, será a primeira vez que
uma decisão de Grand Slam
não terá ao menos um dos dois
líderes do ranking.
"O domínio de Federer e Nadal foi incrível nos últimos
anos. Mas é importante para os
meios de comunicação e para
os fãs que surja algo novo. Os
esportes precisam de caras novas. Tsonga é uma delas. Será
interessante ver jovens duelando. Pelo ranking, posso ser favorito, mas, em finais, tudo pode ocorrer", disse Djokovic.
O tenista sérvio mostrou ontem o mesmo tênis contundente que o fez construir uma campanha sem ceder sets em Melbourne. Com a torcida contra,
conseguiu manter o mesmo ritmo até quando Federer tentou
reagir na terceira, e última, parcial -no total, acertou 13 aces.
"Fui capaz de segurar a pressão da melhor maneira possível. E, se você faz isso contra o
melhor do mundo, consegue
resultado positivo. Sabia que tinha de acreditar em mim mesmo em primeiro lugar, ser positivo na quadra, sem nervosismo", declarou Djokovic.
Diferentemente de Tsonga, o
sérvio já havia ido à final de um
Grand Slam em uma oportunidade. No ano passado, sucumbiu no Aberto dos EUA diante
do mesmo Federer. "Naquela
vez, não consegui jogar concentrado, tive medo de ganhar.
Desta vez, estive dentro do jogo
o tempo todo. É inacreditável
vencer o número um do mundo
assim. Ele é provavelmente o
melhor que essa quadra já viu.
Nem consigo descrever meus
sentimentos", disse Djokovic.
Seu adversário é a principal
surpresa do Aberto da Austrália. O francês, sósia do ex-pugilista Muhammad Ali, é o tenista
com ranking mais baixo a chegar à decisão do torneio desde o
norte-americano John Sadri,
45º do mundo em 1979.
Febre em seu país, pode quebrar jejum que perdura desde
1983, quando Yannick Noah
venceu Roland Garros e se tornou o primeiro e único francês
a erguer a taça de um Grand
Slam na era aberta (desde 68).
Tsonga também pode igualar
feito de Gustavo Kuerten em
Roland Garros-1997. Se passar
por Djokovic, o francês, que
nunca ergueu um troféu de torneio da ATP (Associação dos
Tenistas Profissionais), irá
inaugurar sua coleção com um
Grand Slam. "Nós dois ganhamos dos melhores do mundo
sem perder sets. Será bem interessante", afirmou Djokovic.
Com agências internacionais
NA TV - Djokovic x Tsonga
ESPN, ao vivo, às 6h30 de amanhã
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