São Paulo, sábado, 26 de janeiro de 2008

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Surpresas decidem na Austrália

Tsonga, que despachou o nº 2 do mundo, e Djokovic, algoz do nº 1, fazem final do 1º Grand Slam do ano

Azarão francês, 38º do ranking, e tenista sérvio, o 3º na lista da ATP, nunca se enfrentaram e buscam primeira taça de 1ª linha


DA REPORTAGEM LOCAL

Os dois são jovens, nunca se enfrentaram nem conquistaram torneios de primeira linha do tênis. Também nunca haviam chegado tão longe.
O francês Jo-Wilfried Tsonga, 22 anos e 38º do ranking, assombrou o mundo anteontem ao atropelar o vice-líder, o espanhol Rafael Nadal, e avançar pela primeira vez a uma final de Grand Slam. Era a primeira surpresa. O Aberto da Austrália proporcionou ontem a outra: Novak Djokovic, 20, terceiro do mundo, despachou o líder do ranking, o suíço Roger Federer, por 3 sets a 0 (7/5, 6/3 e 7/ 6).
Amanhã, a partir das 6h30 (com ESPN), as duas novas sensações do tênis duelam para decidir quem ficará com o título do Aberto australiano.
Desde a edição de 2005 do torneio, será a primeira vez que uma decisão de Grand Slam não terá ao menos um dos dois líderes do ranking.
"O domínio de Federer e Nadal foi incrível nos últimos anos. Mas é importante para os meios de comunicação e para os fãs que surja algo novo. Os esportes precisam de caras novas. Tsonga é uma delas. Será interessante ver jovens duelando. Pelo ranking, posso ser favorito, mas, em finais, tudo pode ocorrer", disse Djokovic.
O tenista sérvio mostrou ontem o mesmo tênis contundente que o fez construir uma campanha sem ceder sets em Melbourne. Com a torcida contra, conseguiu manter o mesmo ritmo até quando Federer tentou reagir na terceira, e última, parcial -no total, acertou 13 aces.
"Fui capaz de segurar a pressão da melhor maneira possível. E, se você faz isso contra o melhor do mundo, consegue resultado positivo. Sabia que tinha de acreditar em mim mesmo em primeiro lugar, ser positivo na quadra, sem nervosismo", declarou Djokovic.
Diferentemente de Tsonga, o sérvio já havia ido à final de um Grand Slam em uma oportunidade. No ano passado, sucumbiu no Aberto dos EUA diante do mesmo Federer. "Naquela vez, não consegui jogar concentrado, tive medo de ganhar. Desta vez, estive dentro do jogo o tempo todo. É inacreditável vencer o número um do mundo assim. Ele é provavelmente o melhor que essa quadra já viu. Nem consigo descrever meus sentimentos", disse Djokovic.
Seu adversário é a principal surpresa do Aberto da Austrália. O francês, sósia do ex-pugilista Muhammad Ali, é o tenista com ranking mais baixo a chegar à decisão do torneio desde o norte-americano John Sadri, 45º do mundo em 1979.
Febre em seu país, pode quebrar jejum que perdura desde 1983, quando Yannick Noah venceu Roland Garros e se tornou o primeiro e único francês a erguer a taça de um Grand Slam na era aberta (desde 68).
Tsonga também pode igualar feito de Gustavo Kuerten em Roland Garros-1997. Se passar por Djokovic, o francês, que nunca ergueu um troféu de torneio da ATP (Associação dos Tenistas Profissionais), irá inaugurar sua coleção com um Grand Slam. "Nós dois ganhamos dos melhores do mundo sem perder sets. Será bem interessante", afirmou Djokovic.

Com agências internacionais


NA TV - Djokovic x Tsonga
ESPN, ao vivo, às 6h30 de amanhã



Texto Anterior: Futebol: Havant & Waterlooville: adeus
Próximo Texto: Irritado, Federer afirma ter criado "um monstro"
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.