São Paulo, segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Palmeirenses escolhem hoje seu novo presidente

Derrotados em pleitos anteriores, Belluzzo e Frizzo querem vaga de Della Monica

Maior desafio será manter a estrutura do futebol, que conta com cara comissão técnica, e ao mesmo tempo zelar pela saúde financeira


RENAN CACIOLI
DA REPORTAGEM LOCAL

O Palmeiras se despede hoje à noite de Affonso della Monica. Depois de quatro anos na presidência do clube, o dirigente vai passar o bastão ao economista Luiz Gonzaga Belluzzo ou ao advogado e comerciante Roberto Frizzo.
As eleições estão marcadas para começar às 20h, no Parque Antarctica. Ganha quem obtiver maioria de votos no Conselho Deliberativo, que é composto por 288 nomes.
Em comum os dois candidatos têm, além de anos de história e dedicação ao clube, derrotas em pleitos anteriores.
Belluzzo, 66, tentou evitar a permanência de Mustafá Contursi no poder em 2003. "Foi uma eleição atípica porque eu já sabia que não tinha chances de ganhar. Saí candidato para introduzir um movimento novo no clube", afirma.
O movimento ao qual ele se refere foi o "Muda Palmeiras", grupo de oposição a Mustafá e que, ironicamente, ajudaria Della Monica, ex-vice do mandatário que permaneceu 12 anos à frente do Palmeiras, a se reeleger há dois anos.
Por pouco a atual diretoria não rachou após o presidente tentar, primeiro no conselho e depois na Assembleia Geral dos Sócios, estender seu mandato até o final do ano.
Não conseguiu aprovar a reforma estatutária em nenhuma das frentes e ainda gerou mal-estar em parte da base aliada.
Quando já se falava em até três nomes da situação para concorrer ao cargo -o que, teoricamente, seria favorável a Frizzo-, Belluzzo, que rechaçara antes a ideia de ser candidato, surgiu como alternativa e uniu novamente o grupo.
"Tem uma hora em que você precisa topar a parada. É uma obrigação quase cívica", fala o economista, que é professor titular de economia da Unicamp e fundador da Facamp (Faculdades de Campinas).
Já Roberto Frizzo, 63, ex-diretor administrativo da gestão Della Monica, tentou derrotá- -lo nas urnas e fracassou. Perdeu por 33 votos.
"São duas eleições diferentes. Enfrentei o presidente com pouco tempo de campanha", diz Frizzo, que nega ser o representante do retorno da era Mustafá ao Palmeiras.
Dono da tradicional rede de restaurantes Frevo e de uma loja de locação de roupas sociais, Frizzo transita pelo clube desde 1977, quando começou como diretor-adjunto de relações públicas da gestão do então presidente Jordão Sacomani.
Um de seus primeiros projetos, caso seja eleito, é justamente dirimir as rusgas internas do quadro político do clube.
"Preciso fortalecer o clube na sua alma. É um momento filosófico, de encontrar o momento de equilíbrio", afirma.
O principal desafio que qualquer um dos dois terá pela frente será manter a estrutura do futebol, que conta com a cara comissão técnica do técnico Vanderlei Luxemburgo, e ao mesmo tempo zelar pela saúde financeira palmeirense.
A oposição garante que a dívida do clube é de R$ 79 milhões, sendo cerca de R$ 30 milhões referentes ao parcelamento via Timemania, loteria criada para realinhar no âmbito fiscal os clubes de futebol.
Nas últimas semanas, Belluzzo se fortaleceu com o apoio declarado de Della Monica, que o deixou à frente da cerimônia realizada para anunciar o novo patrocínio de R$ 15 milhões anuais com a Samsung e apresentar Keirrison, principal contratação para a temporada, que estreou anteontem.
"Acho que não tem nada a ver. Quem negocia é a marca Palmeiras. Difícil é ser diretor de planejamento do Radium de Mococa", ironiza Frizzo.
Belluzzo é o atual diretor de planejamento do Palmeiras.


Texto Anterior: Vela: Ondas quebram 4 barcos da Volvo
Próximo Texto: Entrevista: Frizzo almeja acabar com divergências
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.