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Palmeirenses escolhem hoje seu novo presidente
Derrotados em pleitos anteriores, Belluzzo e Frizzo querem vaga de Della Monica
Maior desafio será manter a estrutura do futebol, que conta com cara comissão técnica, e ao mesmo tempo zelar pela saúde financeira
RENAN CACIOLI
DA REPORTAGEM LOCAL
O Palmeiras se despede hoje
à noite de Affonso della Monica. Depois de quatro anos na
presidência do clube, o dirigente vai passar o bastão ao economista Luiz Gonzaga Belluzzo
ou ao advogado e comerciante
Roberto Frizzo.
As eleições estão marcadas
para começar às 20h, no Parque Antarctica. Ganha quem
obtiver maioria de votos no
Conselho Deliberativo, que é
composto por 288 nomes.
Em comum os dois candidatos têm, além de anos de história e dedicação ao clube, derrotas em pleitos anteriores.
Belluzzo, 66, tentou evitar a
permanência de Mustafá Contursi no poder em 2003. "Foi
uma eleição atípica porque eu
já sabia que não tinha chances
de ganhar. Saí candidato para
introduzir um movimento novo no clube", afirma.
O movimento ao qual ele se
refere foi o "Muda Palmeiras",
grupo de oposição a Mustafá e
que, ironicamente, ajudaria
Della Monica, ex-vice do mandatário que permaneceu 12
anos à frente do Palmeiras, a se
reeleger há dois anos.
Por pouco a atual diretoria
não rachou após o presidente
tentar, primeiro no conselho e
depois na Assembleia Geral dos
Sócios, estender seu mandato
até o final do ano.
Não conseguiu aprovar a reforma estatutária em nenhuma
das frentes e ainda gerou mal-estar em parte da base aliada.
Quando já se falava em até
três nomes da situação para
concorrer ao cargo -o que, teoricamente, seria favorável a
Frizzo-, Belluzzo, que rechaçara antes a ideia de ser candidato, surgiu como alternativa e
uniu novamente o grupo.
"Tem uma hora em que você
precisa topar a parada. É uma
obrigação quase cívica", fala o
economista, que é professor titular de economia da Unicamp
e fundador da Facamp (Faculdades de Campinas).
Já Roberto Frizzo, 63, ex-diretor administrativo da gestão
Della Monica, tentou derrotá-
-lo nas urnas e fracassou. Perdeu por 33 votos.
"São duas eleições diferentes. Enfrentei o presidente com
pouco tempo de campanha",
diz Frizzo, que nega ser o representante do retorno da era
Mustafá ao Palmeiras.
Dono da tradicional rede de
restaurantes Frevo e de uma loja de locação de roupas sociais,
Frizzo transita pelo clube desde 1977, quando começou como diretor-adjunto de relações
públicas da gestão do então
presidente Jordão Sacomani.
Um de seus primeiros projetos, caso seja eleito, é justamente dirimir as rusgas internas do quadro político do clube.
"Preciso fortalecer o clube na
sua alma. É um momento filosófico, de encontrar o momento de equilíbrio", afirma.
O principal desafio que qualquer um dos dois terá pela frente será manter a estrutura do
futebol, que conta com a cara
comissão técnica do técnico
Vanderlei Luxemburgo, e ao
mesmo tempo zelar pela saúde
financeira palmeirense.
A oposição garante que a dívida do clube é de R$ 79 milhões, sendo cerca de R$ 30 milhões referentes ao parcelamento via Timemania, loteria
criada para realinhar no âmbito fiscal os clubes de futebol.
Nas últimas semanas, Belluzzo se fortaleceu com o apoio declarado de Della Monica, que o
deixou à frente da cerimônia
realizada para anunciar o novo
patrocínio de R$ 15 milhões
anuais com a Samsung e apresentar Keirrison, principal
contratação para a temporada,
que estreou anteontem.
"Acho que não tem nada a
ver. Quem negocia é a marca
Palmeiras. Difícil é ser diretor
de planejamento do Radium de
Mococa", ironiza Frizzo.
Belluzzo é o atual diretor de
planejamento do Palmeiras.
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