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São Paulo, quarta-feira, 26 de fevereiro de 2003

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Enfrentando sua geração passada, São Caetano tenta frustrar sua filial do Parque Antarctica

Palmeiras encara matriz e testa receita importada

Luiz Carlos Murauskas - Eduardo Knapp/Folha Imagem
O volante Claudecir, ex-São Caetano, e o atacante Adhemar, que segue no time do ABC, se refrescam em treino de suas equipes


ADALBERTO LEISTER FILHO
RODRIGO BERTOLOTTO
DA REPORTAGEM LOCAL

Um certo constrangimento cerca os personagens do São Caetano x Palmeiras de hoje, pelas quartas-de-final do Paulista.
Tudo porque o time do Parque Antarctica, que nos últimos anos ajudava a equipe do ABC cedendo jogadores e até seu estádio, decidiu incorporar em 2003 a fórmula de sucesso do rival desta noite.
Nessa relação tão próxima, porém, os clubes acabaram trocando de posição, e atualmente o São Caetano serve como matriz para os palmeirenses tentarem esquecer a péssima temporada passada, com o rebaixamento nacional.
Estão aí Jair Picerni, Magrão, Claudecir e Adãozinho vestindo verde para provar a adesão da receita duvidosa do "bom e barato".
"Foi gratificante. Eu me orgulho daquele time", responde o técnico quando fala da equipe que comandou em três vice-campeonatos (Nacional de 2000 e 2001 e a Libertadores de 2002).
Mas Picerni evita comparar aquele São Caetano com o atual Palmeiras. Sabe que o time não engrenou e sonha com uma vitória hoje que se transforme em momento de virada. Para ele, até agora o Palmeiras ganhou só um "pouquinho" de confiança, melhora e credibilidade.
Os números comprovam isso, afinal, o Palmeiras pegou a última vaga para esta fase, enquanto a equipe do técnico Mário Sérgio foi a primeira, com 100% de aproveitamento (seis vitórias).
Notório bom contratador de atletas, o time do ABC segue bem-sucedido mesmo bastante mudado. Picerni acha que o São Caetano fez "reposições excelentes" após a migração de seu trio de volantes para o Palmeiras.
"Saí triste para vir para cá, mas vamos lá: o bom filho volta à casa", afirma Claudecir, que hoje pela primeira vez joga no Anacleto Campanella como visitante.
"Espero uma recepção normal, sem xingamento, afinal, eu tenho um carinho dobrado porque lá surgi para o futebol e lá tive minha recuperação", lembra o volante.
Magrão mostra embaraço diante da partida. "São situações que a vida nos coloca", conforma-se. "Tenho muita amizade lá, com Dininho, Anaílson, Silvio Luiz. A gente sempre se liga, mas nesses dias não atendo chamadas deles."
"Gosto muito do Magrão. Por mim, ele não teria saído do São Caetano", diz Mário Sérgio. Para ele, os ex-jogadores do time podem ser um trunfo para o Palmeiras hoje. "Eles conhecem o meu estilo", disse em entrevista na bucólica concentração, em Mauá, onde os jogadores convivem com bandos de saguis pelos telhados e relaxam com muita pescaria.
Bem mais tensos, os palmeirenses esperam hoje a resposta se valeu beber da fonte do São Caetano ou se a fórmula só funciona no vizinho município do ABC.


NA TV - Record e SBT, ao vivo, às 21h


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