PAULO GALDIERI
DA REPORTAGEM LOCAL

Invertido, ou como prefere o técnico Geninho, "mais equilibrado". É dessa forma que o Corinthians tenta hoje, a partir das 20h30, no estádio do Pacaembu, eliminar o Barbarense e, pela 17ª vez nos últimos 18 anos, figurar entre os quatro melhores times do Campeonato Paulista.
Caso consiga eliminar o Barbarense (um empate basta ao time da capital paulista para conseguir chegar nas semifinais do campeonato), o Corinthians terá mantido sua regularidade histórica. Entre todos os times que disputam o Estadual, é o único que, desde a edição de 1986, tem se mantido entre os quatro primeiros colocados.
A exceção é o certame do ano passado, disputado apenas por equipes do interior, sem a presença dos chamados times grandes.
A última vez em que obteve resultado pior do que um quarto lugar foi em 1985, quando não se classificou para a fase semifinal e ficou em quinto lugar.
Para tentar obter a classificação, o Corinthians conta com uma "inversão". A equipe do Parque São Jorge -cuja ala esquerda formada por Kléber, que treinou ontem normalmente e retorna hoje ao time, e Gil, ainda contundido, é tida como seu ponto forte- tem em seu lado direito a maior fonte de gols neste Paulista.
Segundo o Datafolha, 41,7% das jogadas que resultaram em gols corintianos no Estadual foram tramadas pelo setor direito, do lateral Rogério e do atacante Liedson, que também costuma atuar por aquele lado do campo.
No Brasileiro do ano passado, por exemplo, o lado esquerdo corintiano foi responsável por 42% das jogadas de gol do time, contra 20% da ala direita.
No Estadual, a ala direita do time também é ligeiramente melhor do que a esquerda nas médias de finalizações e cruzamentos por partida. Pelo lado esquerdo, o Corinthians lança 3,7 bolas na área adversária e finaliza 1,9 vez. Pela ala direita, originam-se 3,8 cruzamentos e dois arremates, em média, por confronto.
Para o técnico Geninho, apesar de a equipe ainda "estar em fase de transição" com relação ao estilo de jogo, a melhora na eficiência do setor direito já é reflexo das mudanças que vem promovendo desde sua chegada. "Aos poucos vou colocando meu jeito. Aos poucos as coisas estão sendo assimiladas", afirmou o treinador. "Quero que eles joguem pelos dois lados. Assim o adversário tem de se preocupar com os dois flancos", explicou.
Para o lateral Kléber, recuperado do corte no pé direito que o fez ficar de fora do jogo com o União São João, o equilíbrio das ações entre as alas do time facilita a criação de jogadas de ataque, pois faz o adversário dividir a atenção com a marcação pelos dois lados.