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COPA 2006
Dupla de ataque do Brasil esquece o caminho do gol
Adriano e Ronaldo marcaram, cada um, só duas vezes na temporada e acumulam problemas a menos de quatro meses para o início do Mundial
PAULO COBOS
DA REPORTAGEM LOCAL
Só se fala na decadência dos defensores da seleção brasileira, mas
2006 é um ano de lascar mesmo
para os principais atacantes do time de Carlos Alberto Parreira.
Adriano, 24, e Ronaldo, 29, esqueceram o caminho das redes
com a mesma velocidade que
acumulam problemas fora do
campo desde que o ano começou.
O primeiro soma apenas dois
gols em 12 jogos pela Inter de Milão desde janeiro. Seu jejum já dura oito partidas. Ele marcou, até
agora, uma vez a cada longos 477
minutos (contando apenas o tempo que ficou em campo). Ronaldo
também soma só dois tentos no
ano. É verdade que atuou menos,
mas sua média de um gol a cada
271 minutos é cerca de três vezes
pior do que no resto da sua já longa e consagrada carreira.
Ou seja: em 1.500 minutos de futebol, dois dos mais badalados
atacantes do planeta fizeram míseros quatro gols, ou a mesma
coisa que o corintiano Nilmar fez
em apenas 90 minutos no domingo passado, em confronto contra
o Mogi Mirim pelo Paulista.
Adriano reconhece a má fase.
"Desgraçadamente este é um momento difícil para mim. Não sou
capaz de marcar há muito tempo,
e todo mundo sabe que os atacantes vivem de gols."
Ronaldo disse, na já famosa entrevista em que reclamou da falta
de carinho da torcida do Real Madrid, que seu momento não é tão
ruim assim. "Faço uma autocrítica a cada minuto. Vivo numa
constante busca pela evolução.
Cheguei onde estou por ser assim", afirmou ele, que, se não piorar das dores musculares, deve
entrar em campo hoje para enfrentar o Mallorca pelo Espanhol.
Adriano também foi muito
mais notícia nos últimos dias por
fatos ocorridos fora de campo.
Ele foi suspenso por duas partidas por supostamente ter agredido um atleta do Livorno. Entrou
com recurso, e a pena foi cancelada pelos cartolas. Um novo recurso foi pedido e ontem saiu a definição: o atacante está fora da partida de hoje contra a Udinese.
Recentemente, ele já teve problemas por se reapresentar com
atraso depois de uma folga e viveu
um drama ao ficar desacordado
no gramado depois de choque
com um adversário.
Mas seus problemas são leves
quando comparados aos de Ronaldo. O atacante passou boa parte do tempo no estaleiro, tomou
pito do capitão Raúl durante a semana pelas reclamações contra a
torcida e vai passar os próximos
meses decidindo se vai mesmo
deixar o Real após a Copa.
Com seus centroavantes patinando, Inter e Real Madrid, ambos sem títulos de suas ligas nacionais há um bom tempo, mais
uma vez estão longe da taça.
A Inter tem 12 pontos a menos
que a Juventus no Italiano. O Real
tinha sete pontos de desvantagem
em relação ao líder Barcelona antes do início da rodada.
Esperando a Copa
Em baixa nos clubes, tanto
Adriano como Ronaldo já pensam em uma redenção na Copa.
"Espero chegar no fim da temporada bem na Inter, para então
estar em forma na Copa do Mundo", disse Adriano. "Para nós
[brasileiros] só resta ganhar o título outra vez. Esse é nosso objetivo", falou Ronaldo.
Se nada sofrerem nos jogos de
hoje, a dupla de atacantes preferida por Parreira volta ao convívio
da seleção amanhã, quando se encontram com o resto do grupo em
Frankfurt, na Alemanha.
De lá, seguem para Moscou, onde o Brasil enfrenta a Rússia na
quarta-feira, às 13h de Brasília, no
último amistoso antes da convocação para a Copa.
Eles terão a sombra de dois jovens em alta na Europa. Depois de
um início ruim, Robinho virou o
artilheiro do time em 2006. Fred
ainda não é titular absoluto no
Lyon, só que aproveita muito bem
as chances que têm.
Com agências internacionais
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